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Venda de importados segue em queda livre; modelo da BMW seria salvação

Comparado a fevereiro, volume subiu 45,5%, mas resultado não ameniza fraco desempenho, pois mês passado teve 18 dias úteis, enquanto março teve 23 - Eduardo Anizelli/Folhapress
Comparado a fevereiro, volume subiu 45,5%, mas resultado não ameniza fraco desempenho, pois mês passado teve 18 dias úteis, enquanto março teve 23
Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/04/2017 15h39

Vendas em março caíram 26%; no trimestre, queda já é de 38,3%

As dezoito marcas filiadas à Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) registraram 2.453 licenciamentos em março, segundo comunicado revelado pela associação na tarde desta quinta-feira (6). Esses dados representam queda de 26% ante o mesmo mês de 2016, quando foram vendidas 3.317 unidades.

Com esse resultado, o fechamento do primeiro trimestre de 2017 também foi de 38,3% de queda -- nestes três meses, foram licenciadas 6.084 unidades, contra 9.860 veículos do mesmo período de 2016.

Com o acréscimo dos carros de algumas marcas ainda classificadas como "importadoras" mas que também produzem no Brasil (como BMW, Land Rover, Chery, Mini e Suzuki), o número em março sobe para 3.683 unidades (foram 1.230 carros feitos no Brasil). Considerando esse dado, a estratégia adotada pela BMW, que tem mais carros nacionalizados e e menos importados, se mostra mais eficiente (alta de 57,4% de março sobre fevereiro e de 37,7% do primeiro trimestre deste ano para o mesmo período de 2016). 

"Infelizmente, o contingenciamento de nosso setor por cotas proporcionais, até o teto máximo de 4.800 unidades/ano, sem a incidência dos 30 pontos percentuais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), é fator inibidor de nosso crescimento", enfatiza José Luiz Gandini, presidente da Abeifa.

"Estamos cientes de que o super IPI vai cair a partir de 1º de janeiro de 2018. Mas nossa preocupação em relação à sobrevivência dos importadores e sua rede autorizada é de emergência. Temos nove meses pela frente. A liberação das cotas não utilizadas em 2016 seria providencial", argumenta o executivo, que também comanda as operações da Kia no país.

As 2.453 unidades importadas registradas pela Abeifa em março correspondem a 1,33% do mercado total de automóveis e comerciais leves (cerca de 183,8 mil unidades). O número é praticamente o mesmo no trimestre: 1,32% (6.084 unidades, do total de aproximadamente 460 mil unidades).