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Van elétrica da Nissan pode até ser movida a água; pena que está longe

Benê Gomes e André Deliberato

Do Auto+ e do UOL, em São Paulo (SP)

20/05/2017 08h00

Com mãozinha brasileira, tecnologia promete mais de 600 km de autonomia, mas ainda é cara demais para o momento atual

A Nissan revelou na última semana um protótipo de van elétrica movido a célula de combustível que promete, futuramente, ser uma opção ainda mais interessante que os carros puramente elétricos (que são caros e têm como maior vilão a baixa autonomia de suas baterias).

Apresentação aconteceu em São Paulo (SP) e há uma justificativa para isso: apesar do "nascimento" no Japão, o estudo foi montado e desenvolvido no Brasil, exatamente pela ampla oferta de etanol que existe por aqui -- nosso país é um dos maiores produtores do combustível vegetal em todo o mundo. Assista à vídeo-reportagem no topo desta página e saiba mais como ele funciona.

SOFC

Resumidamente, a van e-Bio Fuel-Cell SOFC é um protótipo que se move pela eletricidade gerada por um tanque de etanol -- diferentemente de um carro híbrido, em que o combustível traciona as rodas. A base é a van e-NV200, 100% elétrica, produzida na Espanha e vendida em série em alguns mercados da Europa.

Como funciona? A ideia é basicamente simples: o etanol é utilizado para produzir hidrogênio -- que resulta de uma reação química feita em uma espécie de "catalisador" --, que a partir disso, por meio de eletrólise, vira energia para carregar a bateria, que por sua vez abastece o motor elétrico.
 
O tanque de etanol na parte traseira da van tem 30 litros e, de acordo com a marca, pode ter até 55% de água (etanol hidratado) sem prejudicar a potência do modelo). Resultado? Pouco mais de 600 quilômetros de autonomia e, mais importante, emissões não nocivas à atmosfera.
 

Como anda?

UOL Carros teve a oportunidade de dar umas voltinhas com o protótipo nos entornos do estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembú. A sensação é a mesma de se dirigir uma van, com volante mais deitado, bem ao "estilo Kombi", e posição da manopla de câmbio bem familiar.

Como todo carro elétrico, aceleração é instantânea e a rodagem, silenciosa. O câmbio adotado é uma caixa CVT, sem marchas, justamente para que não haja solavancos. Não ultrapassamos 40 km/h, mas a Nissan afirma que a velocidade máxima é de 140 km/h.