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Lifan quer marca americana pra chamar de sua; só não conta qual é

Chefão da Lifan promete X80 para 2018 no Brasil e esconde nome, mas confirma ação com marca americana - Ivan Ribeiro/Folhapress - 11.11.2016
Chefão da Lifan promete X80 para 2018 no Brasil e esconde nome, mas confirma ação com marca americana
Imagem: Ivan Ribeiro/Folhapress - 11.11.2016

Rodrigo Mora

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

15/12/2017 04h00

Negociação ainda é mantida em sigilo; vale lembrar que Fiat-Chrysler está na mira de chineses

Uma possível compra da FCA (Fiat-Chrysler Automobiles) por empresas chinesas preencheu manchetes há quatro meses. O principal questionamento nem mirava a autenticidade do fato, mas sim quem, afinal, arremataria o conglomerado ítalo-americano: Great Wall, Dongfeng, Geely ou Guangzhou?

Na sequência, executivos da Geely, da Dongfeng e da Guangzhou negaram tais planos, enquanto Sergio Marchionne, chefão da FCA, disse ao "Automotive News Europe" que não estaria certo quanto a uma aliança com a Great Wall, após esta ter declarado seu interesse na Jeep, uma das marcas da FCA.

"Há questões sensíveis associadas a fusões transnacionais", disse o chefão da FCA.

E assim o assunto ficou no ar...

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... Até agora. UOL Carros conversou com o presidente mundial da Lifan, Mu Gang, que prefere ser chamado por seu nome ocidental, Mark Timber. Assim como a Geely fez com a Volvo, a Lifan poderia eventualmente comprar uma marca de automóveis já consolidada, compartilhar experiências e tecnologias, e assim melhorar a qualidade dos próprios carros?

Seria a segunda ação ousada envolvendo uma marca chinesa -- a última foi a negociação entre a brasileira Caoa e a chinesa Chery -- em menos de um mês?

"Sim. É por isso que estamos negociando com uma marca norte-americana", confirmou o principal executivo da companhia. Qual empresa, obviamente, ainda é segredo que resiste.

FCA? "O mundo é maior do que isso", disse Timber, sorrindo.

Mark Timber chefão da Lifan - Divulgação - Divulgação
Mark Timber (de camisa listrada), chefão da Lifan: novos produtos e foco na expansão da marca
Imagem: Divulgação

X80, depois X70

De fato, não dá para ignorar o poderio da Lifan. Ainda que não seja uma das grandes chinesas, tem capacidade instalada de 500 mil carros/ano. No Brasil, até o último ano, era a marca chinesa que mais entregava carros novos, com o SUV compacto X60.

Em seu próprio território, a Lifan tem um programa de compartilhamento de veículos elétricos que é um dos principais empreendimentos automotivos da China, e que se expande a ponto de incentivar possível aporte do governo chinês.

Timber, porém, prefere falar das novidades para o Brasil. "Teremos, no mínimo, dois novos SUVs em 2018, que são X80 e X70. E se o cenário for favorável, a minivan M7", promete.

O X80 chega até abril, como alternativa a Hyundai Santa Fe e Toyota SW4. Com motor 2.0 turbo de 183 cv, câmbio automático de seis marchas e 4,82 m de comprimento, promete se manter dentro da faixa de R$ 100 mil a R$ 130 mil.

Na sequência chega o X70, que nada mais é que a segunda geração do X60, o modelo mais vendido da marca. Terá motor 2.0, de 141 cv.

Mas o maior segredo dessa nova linha é outro SUV de interior luxuoso, que marca a segunda geração de veículos da marca e deve chegar entre 2019 e 2020. Timber exibe, orgulhoso, fotos dele no seu iPhone 8, mas sem citar nome, especificações ou segmento. É inegável, porém, sua semelhança com o Levante, utilitário esportivo da Maserati -- marca, diga-se de passagem, que está sob o guarda-chuva da FCA. Coincidência?