Avaliação: Range Rover Velar custa R$ 405 mil e parece protótipo; assista
Veja sacadas e derrapagens do SUV de luxo recheado de equipamentos futuristas
Um carro-conceito feito para andar nas ruas. Essa é a sensação que fica após uma semana de avaliação com o Range Rover Velar. O mais recente lançamento da Land Rover -- chegou ao país em setembro do ano passado -- é um SUV tão estiloso que chega a quase escandaloso.
Quem tem mais de R$ 400 mil sobrando na conta bancária e vai apostar no modelo pode ter uma certeza: vai chamar atenção com o jeito futurista do Velar, não importando aonde vá.
Ainda assim, parece difícil que o modelo repita o sucesso de vendas do Evoque, por uma questão óbvia: ele é muito mais caro, parte de valores praticamente duas vezes maiores, portanto menos acessível.
Mas será que a versão testada por UOL Carros, R-Dynamic SE V6, de R$ 405.400, entrega desempenho e funcionalidade no mesmo nível de seu escandaloso visual? É o que vamos descobrir agora.
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Cupê gigante
Além de lindo e primorosamente bem acabado, o Velar oferece pegada surpreendentemente esportiva. O motorzão 6-cilindros em V a gasolina, derivado do F-Type, rende 380 cv de potência e 45,9 kgfm de torque, proporcionando arrancadas capazes de fazer os ocupantes "colarem" ao banco.
Ao mesmo tempo, o balanço traseiro prolongado -- fruto da proposta harmoniosamente "acupezada", sem cair no padrão de BMW X6 e da cópia Mercedes-Benz GLE Coupé -- torna o comportamento dinâmico bastante traseiro. Se você não tiver noção de como dosar sua força ao acelerador, em curvas ou arrancadas, chega a ser perigoso. É preciso saber que o carro é mais um esportivo e menos um SUV familiar.
Cabine sustenta o mesmo padrão de luxo visto em outros utilitários da fabricante, mas com toque vanguardista: não há comando que não seja feito por algum tipo de controle digital. As duas "supertelas" de 10 polegadas em altíssima resolução presentes no console central, os "Blades", são complementadas por duas telas menores nas laterais dos volantes. Quase nada é acionado por um botão comum no Velar.
Também não faltam ergonomia e comodidade. Porta-objetos, de quatro a cinco entradas USB alimentadas, pelo menos duas saídas HDMI e revestimentos suaves ao toque estão espalhados pelo habitáculo. Os 2,87 metros de entre-eixos e 2,03 m de largura (com retrovisores externos recolhidos) garantem excelente espaço para pessoas de qualquer tamanho.
Conceitual ou convencional?
Atenção ao conjunto de suspensões. Apesar da geometria extremamente moderna, auxiliada por amortecedores pneumáticos capazes de variar a altura livre do solo em até 4 cm, o Velar não está adaptado à dura realidade brasileira de vias irregulares e esburacadas. Isso também leva à inclinação incômoda da carroceria em curvas.
Também será preciso um curso intensivo para que o dono aprenda a usar os novos comandos digitais. É um alívio olhar para o painel e não enxergar aquele sem-número de botões, mas a organização da enorme quantidade de ícones em diferentes telas ainda é um desafio e complica, por exemplo, a tarefa básica de acessar os dados de "trip".
Por fim, vale mencionar que a Land Rover tira totalmente as configurações de condução semiautônoma das versões importadas ao Brasil, deixando somente o controle de cruzeiro adaptativo e nas duas versões mais caras. É pouco, praticamente nada, considerando que modelos de R$ 100 mil já esbanjam este tipo de auxílio no Brasil.
No fim de nossos testes, passando por rodovias, trechos urbanos e até pequenos percursos em estrada de terra, registramos pouco mais de 6 km/l após 250 quilômetros rodados. Não que quem pague R$ 400 mil num SUV com pegada esportiva vá ligar muito para isso, mas fica o registro de que o Velar não é econômico como alguns rivais também são.
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