Acelerar e frear com as mãos: veja como é dirigir carro adaptado para PCD
Testamos Honda WR-V modificado para quem não pode usar os pés
Por lei, pessoas com deficiência (PCD) têm isenção de tributos como ICMS e IPI na hora de comprar automóveis zero km. Para carros que custam até R$ 70 mil, os descontos são muito atraentes.
Mas fique ligado: os custos podem não parar por aí, já que dependendo do tipo de deficiência é necessário gastar mais para adaptar alguns comandos do automóvel, como volante e pedais.
Além desse custo adicional, o deficiente também precisa de um tempo para se adaptar ao jeito diferente de dirigir. Paraplégicos, por exemplo, podem dirigir usando apenas as mãos, acelerando e freando, desde que o modelo tenha câmbio automático. Mas como é isso?
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Acelerando e freando com a mão
Reportagem de UOL Carros teve a oportunidade de passar alguns dias com um Honda WR-V adaptado justamente para ter a sensação de como é guiar sem usar os pés.
O WR-V em questão trazia um equipamento chamado "comando manual", que consiste em um conjunto de varões conectados aos pedais e a uma alavanca na parte de trás do volante, geralmente posicionada ao lado esquerdo, liberando a mão direita para tarefas como acionar o freio de estacionamento e operar os comandos do ar-condicionado, por exemplo.
Na teoria, o funcionamento é bastante simples: para acelerar, basta puxar a alavanca; pressionando-a em direção ao painel, o carro freia. Dirigir desse jeito exige literalmente um reaprendizado. O mais difícil é "pegar a manha" e conseguir controlar corretamente a modulação do acelerador e dos freios.
Uma roldana presa à direção ajuda a executar manobras com apenas uma das mãos. É preciso ter coordenação, especialmente os destros -- embora exista margem para personalização do equipamento, que inclui troca da posição da alavanca para os canhotos.
E a lei?
De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), conforme previsto no Artigo 252, dirigir com apenas uma das mãos, desde que seja para acionar equipamentos e acessórios do veículo, não configura infração de trânsito.
A adaptação do WR-V foi feita pela Cavenaghi e custa R$ 1.360 para o WR-V. Em veículos da Honda, o equipamento não pode ser adquirido diretamente na concessionária — é preciso providenciar a adaptação por conta após a compra do veículo.
Com preço tabelado em R$ 83.400, o WR-V EXL, com câmbio CVT, sai por R$ 74.522,47 com pintura sólida — desconto de quase R$ 9 mil é referente apenas à isenção do IPI, enquanto o ICMS é recolhido normalmente, por ultrapassar o teto imposto pela lei, de R$ 70 mil.
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