Avaliação: Renault Duster 1.6 CVT é um bom negócio? Descubra
SUV pode custar até R$ 81.490 -- R$ 5 mil mais barato que o Captur com o mesmo câmbio; vale?
Como dar sobrevida a um modelo de estilo e acabamentos já defasados -- -- e manter as vendas em um patamar razoável --, sabendo que ele vai mudar ainda nesta temporada, visando o mercado mais competitivo de 2019?
Este é o caso do Renault Duster, que vai precisar sobreviver a 2018 até receber sua repaginação mais profunda, confirmada globalmente no Salão de Frankfurt do ano passado e que deve chegar ao Brasil no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro.
Segundo a Fenabrave (associação das concessionárias), o Duster teve 17.638 unidades emplacadas em 2017, número que cai desde o lançamento do Captur, no início do ano. Mês a mês, o modelo mais novo ganha espaço, embora tenha terminado a temporada com menos licenciamentos (13.742).
Sabendo disso, o que fazer para o Duster ao menos manter o patamar de vendas atual? O jeito mais coerente seria acabar diferenciar bem o público de ambos, bem como oferecer pacote de equipamentos atraente por preço justo no caso do Duster, certo?
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Só que não
Na prática, a Renault tem estratégia diferente: nas versões 1.6, o Duster custa a partir de R$ 69.990 com câmbio manual, mas para ter câmbio CVT, mais recente e que permite uma tocada mais eficiente, é preciso pagar R$ 75.490 (versão Expression).
Mas pode custar mais, no caso da versão 1.6 Dynamique CVT, testada por UOL Carros, o preço vai a R$ 81.490. Detalhe é que ele tem quase os mesmos equipamentos de Captur Zen 1.6 CVT: ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, o bom sistema de entretenimento Media NAV e sensor de estacionamento traseiro. este último modelo equipado desta forma acaba custando R$ 86.450 -- praticamente R$ 5 mil a mais, pelo visual e acabamento mais atuais e um jeito de ser mais urbano.
Rodando vale?
O Duster 1.6 continua agradando pelo espaço interno e bom volume do porta-malas, bem como pelos ótimos ângulos de ataque e saída, mesmo para um carro que não é 4x4. Pontos também para a excelente central multimídia Media NAV 2.0, de série nesta versão.
O câmbio CVT caiu como uma luva: é prático, responde bem aos comandos e simula marchas por kickdowns no acelerador ou pela própria manopla.
Mas há pontos que incomodam, como o acabamento espartano e a falta de fôlego do motor 1.6 -- acredite, subir uma ladeira com cinco pessoas a bordo foi bem complicado. Flex, o motor 1.6 SCe tem 120/118 cv e 16,2 kgfm de torque (etanol/gasolina).
Além do mais, o desenho já está cansado e o preço cobrado por um carro tão simples, nesta configuração, não faz sentido.
Na prática, o Duster deve em desempenho. Com cinco pessoas e ar-condicionado ligado, registramos 8,5 km/l na cidade e 10 km/l na estrada, ambos com gasolina.
Dá para sentir que o câmbio é novo e de um projeto recente, mas praticamente todo o restante do carro está alguns anos atrás que a concorrência. Ainda falta bastante para o Duster se alinhar com o que de melhor é oferecido hoje em dia, mas espera-se que o modelo atualizado resolva isso. Até lá, caso queira o espaço oferecido, opte pelo pacote mais barato.
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