Avaliação: aceleramos forte o SQ5, SUV "anti-Macan" da Audi de R$ 397.990
Modelo estreia com a chancela de ser SUV mais forte da marca
Mais novo integrante do line-up da Audi no Brasil, o SUV SQ5 começou a ser vendido nos últimos dias com propósito claro: atrapalhar as vendas do Porsche Macan. Ele chega por R$ 397.990 com apenas um opcional, um sistema de câmera 360° com assistentes laterais por câmeras, que custa R$ 12 mil.
Configuração mais apimentada do Q5, que estreou no ano passado, o SQ5 custará mais caro até mesmo que a versão blindada de fábrica do SUV, que custa R$ 354.990. A diferença começa na motorização mais forte: enquanto o Q5 tradicional e o Security usam motor 2.0 TFSI de quatro cilindros, com turbo e dupla injeção, que rende 252 cv e 37,7 kgfm de torque, a versão "S" utiliza um 3.0 V6 turbo com injeção direta (e única), fabricado em liga de alumínio, capaz de render 354 cv e 51 kgfm, o que faz dele o SUV mais forte da empresa, superando os 45,9 quilos de torque do 5-cilindros 2.5 do RS Q3.
O câmbio automatizado de sete marchas e embreagem dupla das outras versões também dá lugar a um automático de oito velocidades. Essa somatória de informações mecânicas se traduzem em um comportamento dinâmico digno de grandes esportivos: 0 a 100 km/h em 5,4 segundos e velocidade máxima de 250 km/h, controlada por equipamentos eletrônicos -- na arrancada de 0-100 km/h dentro da gama de SUVs da Audi ele perde só para o RS Q3.
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Semi-autônomo
Assim como o Q5 e o A5 de nova geração, que estrearam no ano passado, o SQ5 também possui os sistemas de assistência ao motorista, como o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) com o eficiente sistema Traffic-Jam (vencedor do Prêmio UOL Carros 2017 como "Melhor Inovação" do ano), que pode assumir a direção do veículo em determinadas situações de trânsito, como em congestionamentos, auxiliado por um sistema chamado Active-Lane Assist, que ajuda a manter o carro na faixa.
Além deles, o SQ5 ainda traz o Park-Assist, que estaciona o carro sozinho em vagas paralelas e de balizas tradicionais. O opcional citado lá em cima, de R$ 12 mil, é um combinado que inclui assistente de tráfego reverso (ele controla, por exemplo, o facho do farol alto a fim de não ofuscar quem vem no sentido oposto), "Exit Warning" (que avisa o motorista sobre perigos passando próximos à parte traseira do carro quando o motor estiver desligado) e "Side-Assist" (que monitora os pontos cegos) com a câmera 360°. Curiosamente, este mesmo opcional custa R$ 7.500 no Q7, SUV ainda maior que o Q5/SQ5.
São 4,67 m de comprimento, 1,89 m de largura e 1,64 m de altura de formato e um corpo de 1.945 kg (peso em ordem de marcha), que, segundo a Audi, só foi possível graças a uma "mistura inteligente de alumínio e aços de alta resistência". A capacidade do porta-malas é de 550 litros, volume que pode aumentar para 610 l quando os bancos traseiros se reclinam e a até 1.550 litros com o rebatimento total dos bancos.
Invocado e recheado
Por fora, visualmente, destacam-se os para-choques esportivos na dianteira e na traseira, logotipos da linha "S" espalhados pela carroceria (também na chave e no interior) e detalhes mesclados entre um cinza fosco e cromados característicos da versão. Mas fique atento: a traseira "simula" ter duas saídas de escape duplas, que não passam de ilusão -- o escapamento é duplo, mas fica escondido.
Fora isso, o carro traz os mesmos faróis e lanternas full-LED do Q5, bem como o pacote de luzes customizáveis no interior. Por dentro, aliás, costuras contrastantes no couro do volante e nos bancos esportivos, revestidos de Alcantara e couro, são o maior charme do carro. Detalhes de alumínio escovado reforçam o nível de sofisticação -- afinal, falamos de um carro de praticamente R$ 400 mil... O revestimento pode ser cinza ou preto.
O pacote fechado pela Audi para o carro ainda oferece rodas de liga leve aro 20; sistema Audi "Drive-Select" (que oferece quatro modos de condução "prontos" e ainda uma quinta opção personalizável); direção elétrica; ar-condicionado de três zonas (com saída para os passageiros traseiros); Virtual-Cockpit (aquela telona digital como quadro de instrumentos); teto solar panorâmico; head- up display; chave Key-Less (que reconhece o motorista por proximidade, destravando as portas); porta-malas com sensores para abertura e fechamento por meio de um "chute"; som premium da grife Bang&Olufsen, sistema MMi de interface com smartphones, conexão CarPlay/AndroidAuto, GPS, Wi-fi e Bluetooth.
Como anda essa máquina?
A dinâmica de direção do SQ5 impressiona. Mesmo com centro de gravidade mais alto, por ser um SUV, ele engole asfalto como verdadeiro esportivo. Acelerando forte, o fôlego do motor V6 -- que tem ronco agradável, até para quem curte mais o som de um V8 como este repórter que vos escreve -- impressiona, assim como a velocidade das trocas da caixa de oito marchas.
São quatro programas de "comportamento". No Auto, Efficiency e Comfort o câmbio automaticamente se "solta" do motor no momento em que o motorista tira o pé do acelerador (na prática, quase como um ponto morto, que a Audi chama de "rodar livre"), permitindo que o carro rode em rotação baixa entre 55 km/h a 160 km/h para aumentar a eficiência -- retomando em milissegundos o controle do motor tão logo o acelerador seja acionado.
No "comportamento" Dynamic, claro, o SQ5 troca de marchas em rotações mais altas, muda a programação de suspensão e direção e ainda emite um ronquinho mais grave.
A tração nas quatro rodas contribui para a pegada mais esportiva de maneira inteligente: durante uma volta "normal", ela distribui a força com uma ligeira predominância para o eixo traseiro; quando preciso, esse torque é enviado para o eixo que exige maior tração -- a chamada vetorização de torque, que pode ser ativada em todo tipo de superfície; já em curvas, o software freia levemente as rodas internas, mantendo o comportamento do carro neutro e aumentando a estabilidade.
A suspensão da versão mais esportiva do Q5 é independente e tem cinco braços, tanto na dianteira quanto na traseira -- e essa geometria mais sofisticada aumenta a estabilidade em velocidades mais altas.
Assim como no A5, o sistema "Traffic-Jam" funcionou com eficiência -- em alguns trechos de trânsito na Marginal Tietê, em São Paulo, o carro chegou a se "auto-guiar" por alguns minutos, desde que a mão fosse colocada sobre o volante a cada 10 ou 15 segundos.
Em resumo, rodar com o SQ5 significa ter conforto (para quatro pessoas) e esportividade nas mãos, com muito luxo e tecnologia, e ainda ter a facilidade do sistema semi-autônomo em determinadas situações. Mas também significa pagar caro por isso. Considerando seu rival direto em potência, torque e tamanho de motor (Porsche Macan GTS, que custa a partir de R$ 490.500 segundo a Tabela Fipe), talvez o SQ5 seja uma boa alternativa.
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