Fiat Palio em histórias: primeiro carro, primeiro beijo, 320 mil km rodados
Compacto se aposenta após 22 anos e 3 milhões de unidades; proprietários contam lembranças
Há quem torça o nariz para ele e até quem tenha celebrado o fim de produção, mas não dá para negar: o Fiat Palio é um dos carros mais icônicos da indústria automotiva brasileira. Nesta semana o valente compacto foi tirado de linha após 22 anos, duas gerações e 3 milhões de unidades em nosso mercado.
Valente, sim. O Palio não negava o DNA "pau para toda obra" que herdou do velho Fiat Uno, a quem deveria ter substituído (algo que nunca se concretizou). Nem a versatilidade que trouxe para tentar derrotar o Volkswagen Gol, então líder absoluto de vendas no país -- aliás, o modelo da Fiat conseguiu superar o rival em 2014
Um dos autores desta reportagem atesta isso: aprendeu a dirigir aos 18 anos em um Palio 1.0 ED, vermelho metálico de quatro portas, que pertencia à sua mãe.
Aquele carro, em específico, sofreu nas mãos do novato Leonardo Felix, ainda longe da redação de UOL Carros. Aguentou as estripulias de um motorista inexperiente sem nunca "reclamar" ou deixar a família na mão: "Dava trancos, deixava morrer, abusava da embreagem e cheguei a fazer um trajeto inteiro com o freio de mão puxado".
Com o fim de linha para o modelo, resolvemos publicar histórias e comentários de alguns leitores (feitos no texto sobre a aposentadoria, em nosso Twitter e mesmo no Instagram), que veem o Palio como xodó, "membro da família", "companheiro inquebrável" ou um carro que teve seu papel bem definido no mercado nacional de compactos. Mas essa história não se encerra aqui:
Conte sua história também
Tem ou teve um Palio e possui alguma história curiosa para nos contar sobre ele? Envie para UOL Carros com seu nome completo, cidade de residência e uma fotografia do carro. A critério da Redação, elas podem ser publicadas, sempre com o devido crédito ao autor. Não há remuneração.
O envio pode ser feito pelo WhatsApp, através do número +55 11 9-7670-4028, ou pelo e-mail uolcarros@uol.com.br.
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Palio de família
Vinicius Nascimento, empresário de São Caetano do Sul (SP), trata seu Palio 1998 como "membro da família", e fez questão de eternizar o amor em sua pele.
"Meu pai virou o terceiro dono quando comprou o carro em 2001, e no ano seguinte já fizemos uma viagem de São Paulo a Pernambuco sem problema algum. Desde então, repetimos este trajeto mais oito vezes", conta.
"Quando meu irmão fez 18 anos, em 2003, meu pai o presenteou com o carro. O Palio voltou para as mãos dele em 2011 e, três anos depois, passou para as minhas mãos quando tirei a CNH. Fiz uma reforma geral nele, incluindo repintura e até uma troca de motor", acrescenta, ao contar a história de como virou dono do hatch.
O exemplar da cor prata hoje roda com o motor trocado -- agora usa um 1.5 do mesmo ano de fabricação. "Esse carro é tão importante para mim que fiz uma tatuagem com a silhueta do Palio", afirma o empresário, que utiliza o carro diariamente para ir ao trabalho.
Um carro de amor
O assistente administrativo William Pires, de São Paulo (SP), fez várias amizades após comprar um Palio Fire Economy, em 2013. Tanto que diz "sentir uma dor no coração" só de pensar em vendê-lo.
"Já tinha fechado a compra de outro carro quando o vi na loja. Estou com ele há cinco anos e tenho ótimas memórias a bordo. Foi dentro do Palio que beijei minha namorada pela primeira vez e fiz várias viagens com a família. Nunca me deixou na mão e sempre atendeu minhas expectativas", relata.
Apesar do afeto, Pires admite que está bastante tentado a trocá-lo por um automóvel mais novo. "Hoje penso em me despedir dele, mas sempre guardarei as memórias que tive. Quem sabe não o compro de volta no futuro?”.
Rendeu comentários
Leitores e fãs de UOL Carros também opinaram sobre o fim do Palio comentários e respostas a posts nas redes sociais.
"Fim moribundo para um ícone da marca", @thiago79brasil, no Instagram.
"Monstro do motor Fire! Vai deixar saudade", @brunomairena, no Instagram.
"Pior mer## que a Fiat fez, trocar o Palio pelo Argo", @joao_gabrieel, também no Instagram.
"Sou um feliz proprietário de um Palio 1.6 16V Torque ano 1996, comprei ele zero na primeira semana do lançamento, hoje ele está com 196.000 km, roda como um foguete. Já tive outros carro neste ínterim, mas carros como este Palio nunca mais irão fabricar. Vou morrer com ele", LExCaMel, em comentário.
"Tenho um Palio Young 2002 com motor Fire. É meu segundo carro. Paulo para toda obra. Passo em estrada de terra todo dia, comprei usado com 50 mil km e hoje tem 150 mil km. Nunca me deixou na mão, exceto uma vez que por erro na manutenção teve a correia dentada quebrada. Custou R$ 120 o conserto pois esse modelo de Fire não atropela válvulas. Não preciso pagar seguro dele. Aliás, acho que nem preciso trancar a porta. IPVA sai pouco mais que R$ 300. Econômico. Me fala um chinês que aguenta o tranco desse meu Palinho com o mesmo custo de manutenção que eu compro amanhã", Pahntom, em comentário.
"Já vai tarde! Aqui deveria vender só as porcarias dos carros chineses! Brasileiro não liga mesmo para qualidade", Prometheus, em comentário.
"Comprei um Palio Sporting 2013 e o teto está com um ponto de ferrugem. Detalhe, a pintura é original. Fiat nunca mais", Deldesouza46, em comentário.
"A Fiat realmente matou o Pálio quando criou o design chinês de 2011. O carro ficou horrível e foi caindo nas vendas já no mesmo ano. Eu gostava da Fiat, mas não deu para engolir este design. Urgh", Losucram, em comentário.
"Mais um bom produto vítima da Fiat, que simplesmente mata ou muda seus carros rapidamente, quantos hatches a Fiat já lançou e matou nos últimos 15 anos, o Palio até que durou, e o pior não aproveita a força dos nomes, a exemplo de Stilo, Punto, Linea, Marea, Tipo e outros mais. Olha VW Golf, Polo, Ford com Focus, dentre outras que criam e renovam as gerações. Os carros da Fiat são sucessos de verão: vende bem no lançamento, depois esfria e ela mata o carro. Daqui a 3 anos esse Argo sai de cena", Vitor M. de Oliveira, em comentário.
Ele chega longe
O elo de Nivaldo Prado com o Palio remonta a 1997. Também morador da capital paulista, o consultor de comércio exterior viu seu pai comprar uma unidade verde duas portas da versão EDX, modelo 1998. Aquele veículo, mais tarde, viria a se tornar seu meio de transporte diário, mas também parceiro de aventuras.
"Lembro bem do dia em que meu pai chegou em casa com o Palio novinho em folha. Eu ainda era uma criança, mas fiquei fascinado por aquele carro. Eu e minha irmã aprendemos a dirigir nele e, assim que tirei a carteira de motorista, meu pai começou a emprestá-lo para mim", relembra.
"Fiz várias viagens para a praia e passei por lugares que um automóvel de passeio dificilmente conseguiria encarar. Peguei trechos de areia e até alagamentos", afirma Prado, atestando a versatilidade, mas também garantindo que o modelo é duro na queda.
"Viajamos para Minas Gerais e Porto Alegre e nunca tive um problema sequer com ele. Durante todo este tempo precisei apenas fazer apenas manutenção básica prevista no manual do proprietário", acrescenta.
O hodômetro marcava mais de 250 mil quilômetros quando o pai de Prado resolveu se desfazer do Palio. Fim da história...
... Só que não: o automóvel não saiu de perto da família: hoje está nas mãos de um vizinho. "Ele cuida dele com o mesmo zelo".
Detalhe: o Palio que já foi de Nivaldo Prado, do pai dele e agora está com o vizinho registra 321 mil km no hodômetro. "E não precisou fazer retífica no motor até hoje".
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