Vídeo mostra aplicativo que muda quilometragem de hodômetro; será verdade?
Dados da central eletrônica seriam acessados pela tomada OBD2
Comprar um automóvel com quilometragem adulterada é um dos maiores riscos de quem procura um carro usado. Até a Ferrari, veja só, admitiu ter ciência de que suas concessionárias modificavam o hodômetro dos veículos usados antes de vendê-los.
A nova arma dos estelionatários seria um aplicativo que modificaria o número marcado no painel do veículo em questão de segundos, como mostra um vídeo que circula pelas redes sociais.
Basta conectar um pequeno aparelho na tomada OBD2 do veículo que é pareado com um scanner automotivo (ou mesmo um aplicativo, como ocorre neste caso) para ter acesso a diversas informações na tela do smartphone.
Dá para fazer a alteração?
O dono de uma renomada oficina mecânica em São Paulo -- que prefere não se identificar -- diz que a mudança não só é possível como pode ser feita por qualquer pessoa familiarizada com o programa.
"Alguns aplicativos permitem consultar informações da central eletrônica e fazer uma leitura de códigos de falhas por meio da tomada de OBD2. É possível também programar vários comandos, como abertura e fechamento de portas, funcionamento dos vidros elétricos e acendimento dos faróis. É por isso que não é complicado alterar a quilometragem do carro", afirma.
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Opinião semelhante tem Edson Hashimoto, da Auto Company Serviços Automotivos. "Existem programas dedicados à reprogramação de painel, e em tese eles foram projetados para realizar o reparo caso ocorra um problema que demande a troca do painel de instrumentos. O problema é que esse software também permite que o hodômetro seja alterado em qualquer outra situação. Aí vai da ética de cada profissional”.
Como se prevenir?
Procurar uma empresa especializada em vistorias de carros usados é uma boa maneira de não cair em golpes como o da quilometragem adulterada.
"Conseguimos levantar todo o histórico do carro em uma base de dados com 50 milhões de registros de quilometragens de veículos usados. Podemos verificar se o carro possui alguma irregularidade, como sinistro recuperado, mudança de placa ou chassi e se as placas batem com o registro junto ao Detran. Além disso tudo, fazemos análise de pintura e do estado de conservação", afirma Henrique Cavalhieri, gerente de operações da Dekra Brasil.
Se você não quer (ou não pode pagar) recorrer a este serviço, a dica é prestar atenção aos detalhes.
Algumas peças apresentam desgaste natural por uso, como o volante e o revestimento dos bancos -- ambos podem ficar gastos ou apresentar variação da cor original. Fique atento à presença de ruídos e grilos dentro do carro: a tendência é que eles se intensifiquem com o passar dos anos.
Até a condição dos pneus entrega a idade, caso o antigo dono não os tenha substituído por novos, é claro: desconfie se achar um veículo pouco rodado com pneus gastos ou vice-versa. O estado de conservação de frisos e para-choques também podem indicar que o carro é mais velho do que o hodômetro sugere.
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