Ford aposta em SUVs e picapes elétricos para encarar Toyota e Tesla nos EUA
75% da gama será modificada em dois anos, afirma empresa: "Motor híbrido e elétrico será tão importante quanto o turbo"
Doze de janeiro de 2018, CES, Las Vegas (EUA). O presidente mundial da Ford,Jim Hackett, discursou na principal feira de tecnologia do planeta e reclamou do foco da fabricante automotiva, afirmando que gostaria de ver mudanças -- e mudanças radicias: em vez de vender carros, entregar serviços de mobilidade às pessoas. Dezesseis de março: dois meses depois, a marca faz um anúncio dizendo que vai mudar 75% da sua linha de produtos num prazo de dois anos, numa tentativa de desbancar Toyota (líder geral nos EUA, ainda que a Ford tenha o modelo mais vendido, a F-150) e Tesla (referência em inovação).
Segundo agências como "Automotive News", a Ford estava pressionada pelo mercado e por investidores a mostrar planos concretos e produtos convincentes, em vez de teorizar sobre o futuro da mobilidade. Em comunicado, a Ford não fala sobre tais críticas, apenas afirma que lançará quatro novos modelos, reforçará sua linha de SUVs e fará versões híbridas ou elétricas de todas essas novidades -- o investimento no segmento de carros "verdes" está na casa dos US$ 11 bilhões.
O lado ruim da história: salvo pela importação de um ou outro modelo mais caro, não há qualquer menção nos planos a carro que de fato estejam na mira do mercado brasileiro.
"Nossa paixão por grandes carros está maior do que nunca", afirma o mesmo Jim Hackett no comunicado feito nesta sexta-feira (16) e chamado de "Ford Uncovered" (Ford revelada). "Essa transformação vai empolgar os consumidores, trazer crescimento sustentável e ajudar na construção do nosso futuro, com veículos inteligentes para um mundo inteligente", completa.
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Foco em elétricos e híbridos
Segundo a Ford, toda a nova linha de produtos nos Estados Unidos será focada em picapes, SUVs e veículos comerciais, saindo dos atuais 70% para 86% de participação destes segmentos. Todos terão opção de motorização híbrida ou elétrica, sistemas conectados e, no futuro, possibilidade de mobilidade autônoma. Com isso, a idade média da gama da marca cairá de quase seis anos, atualmente, para três.
Para outro executivo da marca, o presidente de mercados globais da marca Jim Farley, modelos híbridos e elétricos serão tão onipresentes em breve, quanto os carros com motor turbo o são hoje.
Depois da reestreia da Ranger nos EUA, em 2019, será a vez da estreia de uma nova F-150 com motor híbrido de capacidade ampliada. Há ainda a expectativa pelo Mach 1, crossover elétrico que terá um quê de Mustang e será o primeiro de seis veículos elétricos (entre novos nomes e versões) que a empresa pretende lançar até 2022. Haverá até um Mustang híbrido, que promete oferecer a mesma performance do V8, mas com maior entrega de torque.
SUV reforçados
No segmento de SUVs, haverá o retorno do nome Bronco, bem como a estreia de um utilitário pequeno ainda sem nome. Remodelações do Escape e do Explorer, bem como a investida em modelos de performance (com a sigla ST), a começar pelo Edge ST. No total, a linha terá oito SUV, já aguardando uma ampliação de mercado de 20%, para mais de 1 milhão de vendas em 2021.
A Ford também confirmou para o segundo semestre o lançamento do sistema "Co-Pilot360", que vai reunir tecnologias de assistência ao motorista -- frenagem automática de emergência, detecção de pedestre e outros recursos de segurança -- e estará disponível em todos os novos modelos nos EUA.
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