Topo

Justiça dos EUA diz que ex-CEO da Volkswagen sabia do dieselgate desde 2014

Martin Winterkorn foi CEO da Volks até setembro de 2015, quando o dieselgate foi descoberto e ele deixou o cargo - Michael Sohn/Ap
Martin Winterkorn foi CEO da Volks até setembro de 2015, quando o dieselgate foi descoberto e ele deixou o cargo
Imagem: Michael Sohn/Ap

Do UOL, em São Paulo (SP)

08/05/2018 04h00

Martin Winterkorn não só teria acobertado caso, mas como também orientado executivos a fazer o mesmo

O ex-CEO do Grupo Volkswagen, Martin Winterkorn, aparentemente sabia da existência do software feito para burlar testes de emissões a diesel pelo menos 15 meses antes de o caso virar público. É o que afirma a investigação realizada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

De acordo com informações da agência "Automotive News", ele teria acobertado todo o uso do software nos veículos movidos a diesel. O executivo de 70 anos foi acusado por um júri de Detroit de conspiração contra os Estados Unidos e ainda responde por outras três ocorrências similares.

Mesmo alegando que não sabia de nada, Winterkorn deixou o cargo dias após o dieselgate vir à tona, em setembro de 2015.

Advogados pediram à Justiça americana a quebra do sigilo de seu processo. Nele, consta que o alemão soube da existência do plano em maio de 2014. Além disso, o ex-chefão da Volks ainda teria comandado um encontro em julho de 2015, no qual Oliver Schmidt -- responsável pelas operações do escritório norte-americano da VW -- foi orientado a mentir para os órgãos reguladores dos EUA.

As informações contradizem o discurso da montadora, que isentava Winterkorn de qualquer responsabilidade pelo caso por alegar que ele não sabia da existência do dieselgate.

Veja mais

Quer negociar hatches, sedãs e SUVs? Use a Tabela Fipe
Inscreva-se no canal de UOL Carros no Youtube
Instagram oficial de UOL Carros
Siga UOL Carros no Twitter

Mais envolvidos

O relatório também afirma que o então diretor de desenvolvimento de motores da marca, Richard Dorenkamp, foi quem supervisionou o projeto do software fraudulento, e que o diretor de desenvolvimento de motores, Jens Hadler, autorizou o uso do equipamento.

Embora as acusações tenham sido feitas nos Estados Unidos, Winterkorn não deve ser julgado no país, já que não pode ser extraditado da Alemanha, seu país natal. Caso seja flagrado fora de lá, o ex-executivo pode ser preso e enviado de volta para casa.