Google acelera testes com carro elétrico autônomo da Jaguar e até caminhão
Empresa aproveita inteligência artificial para "ensinar" carros a identificar pedestres e rodar em condições adversas
O Google aproveitará a "pausa forçada" causada pelo acidente fatal envolvendo o Volvo XC90 do Uber para acelerar seus testes de veículos sem motorista. Atualmente, a Waymo (divisão do Google para mobilidade) realiza testes com uma frota da minivan Chrysler Pacifica sem condutor pelas ruas de Phoenix, no Arizona, mas isso será reforçado nos próximos meses com crossovers elétricos da Jaguar e até com caminhões de entrega.
Já está acontecendo em regime de testes o transporte de passageiros em Phoenix, mas a empresa espera lançar o serviço comercialmente até o final deste ano, quando usuários poderão solicitar carros sem condutor pelo aplicativo.
"Phoenix será a primeira parada para a Waymo e logo qualquer pessoa poderá chamar um carro autônomo sem ninguém no banco do motorista. Nós não queremos apenas construir um carro melhor, e sim um motorista melhor. E ele poderá dirigir todo tipo de veículo. É por isso que firmamos parcerias com diferentes companhias para transformar o futuro do carro autônomo em realidade para todos", afirmou o CEO da Waymo, John Krafcik.
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I-Pace, caminhão e cutucada
A Waymo pretende ampliar o número de Pacifica e reforçar sua frota com o Jaguar I-Pace -- primeiro modelo 100% elétrico da marca inglesa que sequer foi apresentado à imprensa especializada. O acordo firmado entre Google e Jaguar prevê a inclusão de até 20 mil veículos nos próximos anos. Para comparar, o Uber tem 22 mil unidades do XC90.
A empresa também já faz um programa piloto com caminhões Peterbilt 579, que circulam pelas ruas de Atlanta com um motorista humano para assumir o volante em caso de necessidade. Os caminhões vão transportar carga para depósitos do Google.
Ao explicar sobre a tecnologia de deep learning, na qual o veículo "aprende" a dirigir com base em informações armazenadas em algoritmos, Krafcik cutucou a concorrente Uber, afirmando que o trabalho conjunto dos engenheiros da Waymo com os profissionais de inteligência artificial reduzirá em 100 vezes a probabilidade de um carro não identificar um pedestre.
Dmitri Dolgov, diretor técnico da Waymo, revelou como a empresa pretende fazer com que seus carros identifiquem situações de risco até mesmo antes delas acontecerem.
"Nossos veículos precisam entender a interação entre objetos e fazer com que o veículo atue da maneira mais segura possível. A tecnologia de inteligência artificial é fundamental em dois aspectos: percepção e previsão. Nosso sistema identifica pedestres nas esquinas, mesmo se eles estiverem vestindo uma fantasia de dinossauro. Além disso, nós trabalhamos para fazer com que os carros prevejam o comportamento de outros veículos ou pessoas. No caso de um veículo passando pelo semáforo vermelho, nosso sistema detecta um comportamento incomum -- ou seja, a aproximação muito rápida de um carro perto do cruzamento. Assim, o sistema aciona os freios para permitir a passagem deste carro em alta velocidade sem causar acidente", declarou.
Tem até simulação
Dolgov também revelou que, além dos testes físicos, a empresa realiza simulações diárias para acelerar o processo de validação dos veículos autônomos -- a frota de carros autônomos do Google já rodou mais de 9,6 milhões de quilômetros em testes reais, mas a empresa também aposta nos testes virtuais.
"Por dia dirigimos mais do que um cidadão americano costuma guiar por ano. Além disso, aproveitamos nossa poderosa infraestrutura para acelerar a validação de nossos veículos por meio de simulações diárias no computador. Dentro de um universo com estradas sem fim, reproduzimos testes que simulam a rodagem de aproximadamente 25 mil carros todos os dias. No total, já rodamos mais de 8 bilhões de quilômetros em simulações. Hoje podemos ensinar nossos carros dirigirem em condições climáticas adversas, como no meio da neve. Inicialmente os sensores do veículo identificavam cada floco de neve como um obstáculo, e hoje já conseguimos eliminar este problema”, assegurou.
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