Volkswagen T-Cross brasileiro será melhor que o europeu? Veja diferenças
UOL Carros conta o que muda do SUV "gringo" para o nacional. Prepare-se, a lista é extensa
Você já sabe que o Volkswagen T-Cross é um projeto global: será feito e vendido na América Latina (o Brasil será o principal fabricante, sendo que ainda se decide se o modelo será feito também no México, ou não), na Europa (feito em Navarra, Espanha) e também na China (fabricado em duas fábricas diferentes).
Entretanto, haverá diferenças importantes entre o SUV que o brasileiro verá nas ruas a partir do fim do primeiro trimestre de 2019 e aquele que os europeus irão dirigir, apesar de ambos serem construídos sobre a plataforma modular MQB A0.
UOL Carros já apontou algumas delas, baseado no T-Cross que dirigimos em Munique (Alemanha). Porém, alguns leitores ainda demonstraram dúvidas sobre quais são exatamente as diferenças. Vamos explicar tudo agora.
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1. Quando chega?
Assim como aconteceu com o Polo, o T-Cross terá cronograma de lançamento bastante similar nos diferentes mercados onde será comercializado.
Só que o utilitário do Velho Continente deve ganhar as ruas um pouco antes do nosso. A Volkswagen já confirmou que o modelo começará a ser produzido em Navarra "no fim deste ano", pouco depois de ser mostrado no Salão de Paris.
Já o nosso tem o chamado SOP ("Start of Production") programado para janeiro de 2019 -- chegada às lojas tende a ocorrer um mês depois, ficando para o fim do primeiro trimestre, já considerando o Carnaval. Antes, em novembro, será mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo.
2. Usa qual motor?
Em cada continente o T-Cross receberá soluções específicas de trem-de-força. No caso do Brasil, as opções serão 1.0, 3-cilindros, turbo e injeção direta (TSI), bem como 1.4, 4-cilindros, TSI. Ambos serão flex, dotadas de quatro válvulas por cilindro. Renderão, respectivamente, 115/128 cv (gasolina/etanol) e 150 cv (qualquer combustível) de potência, sendo 20,4 e 25,5 kgfm de torque (também independentemente do combustível).
Enquanto a configuração tricilíndrica poderá ser acoplada a câmbio manual de cinco marchas ou automática de seis velocidades (as mesmas caixas usadas por Polo e Virtus), a de maior capacidade cúbica será sempre automática.
A fábrica de São José dos Pinhais (PR) também montará unidades 1.6 naturalmente aspiradas, só a gasolina, com 110 cv. Mas essas serão só para exportação.
E na Europa? Por lá, o T-Cross utilizará o mesmo motor 1.0 TSI, mas só a gasolina e com duas calibrações distintas: 95 ou 115 cv. O 1.4 dá lugar a uma unidade 1.5 TSI, também com 150 cv, que tende a ser mais econômica (e com mais torque). Por fim, haverá versões 1.6 turbodiesel de 95 cv. Câmbios serão manual ou automatizado de dupla embreagem. Em comum com o brasileiro, apenas a presença padronizada de tração dianteira em todas as versões.
3. Será pequeno ou grande?
Boa notícia para os consumidores "tupiniquins": nosso T-Cross será mais comprido e mais alto do que o europeu. Eis o porquê: enquanto o SUV feito na Espanha será um modelo "de entrada", derivado diretamente do Polo (2,56 metros de entre-eixos), o nosso utilizará a base do sedã Virtus (2,65 m nessa medida) procurando uma posição intermediária no mercado.
Esse espaço aberto será usado por um crossover menor, com entre-eixos do Polo, exclusivo para o mercado latino-americano. Chegará ao mercado em 2020, conforme antecipado em primeira mão por UOL Carros.
Como consequência, o comprimento do T-Cross brasileiro crescerá exatos 8,5 centímetros, de 4,11 para 4,19 m, e o peso aumentará em aproximadamente 50 kg (dados oficiais por versão ainda não foram revelados).
Altura foi incrementada em 1 cm na derivação brasileira, saltando de 1,56 para 1,57 m, por conta da calibração diferente das suspensões -- em qualquer mercado o T-Cross usará jogo dianteiro McPherson e traseiro por eixo de torção.
Afinal, no Brasil o utilitário terá de ser mais macio e "valente" para lidar com valetas, buracos e ondulações.
Se o nosso T-Cross é maior, logo o porta-malas será mais espaçoso, certo? Errado. Devido ao uso de estepe temporário, e também por conta de diferenças no projeto do banco traseiro, o SUV brasileiro chegará devendo a rivais como Honda HR-V, Hyundai Creta e Nissan Kicks nesse quesito. Serão meros 345 litros, chegando a 390 quando feito um ajuste na angulação do encosto lombar traseiro.
Consumidores do Velho Continente, por sua vez, terão 385 ou 455 litros à disposição. Isso porque, além de não precisarem carregar uma roda sobressalente, contarão com um assento traseiro corrediço -- enquanto o nosso será convencionalmente fixo.
4. Será bonito?
T-Cross brasileiro e europeu serão parecidos visualmente, mas não iguais. A divisão brasileira da Volkswagen trabalhou diretamente no projeto, tendo liberdade para interferir nos dois balanços, o que altera o visual -- em grau maior, por exemplo, do que ocorreu com o Polo. Objetivo é deixar o SUV produzido no Paraná um pouco mais "invocadinho" e esportivo.
Na parte dianteira haverá diferenças no desenho das divisórias da grade e no para-choque. Esta última contará com o nome do modelo grafado em baixo relevo ao centro (a exemplo da picape-conceito Tanoak), além de apliques remodelados na base.
Lanternas traseiras terão o mesmo formato do homônimo europeu e também contarão com luzes de posição e frenagem em LED, porém com assinaturas internas rearranjadas. Nosso para-choque traseiro evidenciará a pegada mais "esportiva" ao ostentar duas falsas ponteiras cromadas de escape, solução esnobada no europeu.
Por outro lado, faróis serão idênticos em ambos os continentes, contando com extremidades externas mais curvilíneas que as de Polo e Virtus. Nas versões básicas o conjunto óptico será halógeno biparábola, com luz diurna em LED integrada aos faróis de neblina. Já nas de topo ele será Full-LED.
Outro ponto em comum: o filete horizontal refletor que atravessa a tampa do porta-malas e integra as duas lanternas, contornada por duas chamativas faixas em preto brilhante.
5. Vai ser bem equipado?
Claro que a Volkswagen ainda não descreveu exatamente o que o T-Cross trará como itens de série em cada versão, mas já adiantou boa parte dos equipamentos que estarão disponíveis no modelo.
UOL Carros já sabe que a derivação brasileira seguirá o padrão europeu ao vir de fábrica com controles de estabilidade e tração e freios a disco nas quatro rodas em todas as configurações de motor -- vantagem em relação a Polo e Virtus. Também teremos acesso a duas opções de central multimídia com projeção de celulares (6,5 ou 8 polegadas) e ao quadro de instrumentos 100% virtual de 12,3 polegadas.
Só que o nosso utilitário esportivo sairá perdendo em alguns aspectos: não teremos carregador de celular sem fio (por indução), nem banco traseiro corrediço ou iluminação interna com mais de uma cor (solução típica de marcas de luxo alemãs, como Mercedes-Benz e BMW).
O mesmo vale para tecnologias ativas de segurança, como controle de cruzeiro adaptativo, assistente de manutenção em faixa, sensores de ponto cego, alerta de tráfego cruzado à traseira, frenagem automática emergencial e até gancho Top Tether para cadeirinha infantil no banco dianteiro do passageiro. Todos serão elementos exclusivos do T-Cross europeu.
Isso não significa que o SUV brasileiro não será bem equipado para nossa realidade: terá carroceria reforçada por aços de alta e ultra alta resistência, seis airbags, detector de fadiga, monitoramento de pressão dos pneus, frenagem automática pós-colisão, além de assistente de estacionamento que ajuda a entrar em vagas paralelas ou perpendiculares, e a sair de vagas paralelas. Também trará cintos com pré-tensionadores e ganchos para fixação de cadeirinhas infantis na fileira traseira.
Sistema de som da grife Beats (300 Watts de potência e oito canais) é outra particularidade do T-Cross feito para a Europa. Se estiver no brasileiro, será no máximo na versão de topo ou em alguma série especial -- já programada para Polo e Virtus, por exemplo. Por lá as rodas serão de liga leve aro 16 a 18, enquanto o nosso irá de peças entre 16 e 17 polegadas.
Em contrapartida, só o T-Cross brasileiro terá dupla saída de ar e duas entradas USB voltadas aos passageiros da fileira de trás. Teto solar panorâmico será opcional exclusivo de nossa versão mais cara, ficando fora da lista de equipamentos do europeu. O que ainda não está confirmado é se haverá alterações em elementos como bancos e volante. UOL Carros aposta que sim.
Na Europa o modelo terá cinco versões de acabamento: Trendline, Comfortline, Highline, Designline e R-Line. Por aqui a oferta deve ser menor: executivos brasileiros já confirmaram, por exemplo, que por enquanto o nosso SUV não oferecerá a versão R-Line (com visual esportivo ressaltado).
Padrão de acabamento será parecido, como já acontece com o Polo, só que com provável vantagem (pequena, é verdade) para o europeu. Quase não haverá revestimentos suaves ao toque nos dois casos, mas a qualidade dos materiais usados na Europa tende a ser superior:no Velho Continente, deve "brincar" mais com texturas e cores na cabine, enquanto o nosso seguirá um clima mais sóbrio.
Além disso, bancos serão diferentes e não se sabe se o T-Cross brasileiro manterá o padrão de conforto percebido por UOL Carros ao ter contato com o europeu. De qualquer forma, desenho de painel central e guarnições das quatro portas deve ser seguido à risca.
Para os clientes europeus serão oferecidas 12 opções de cores e duas de teto bitom (preto ou branco), enquanto nosso mercado trabalhará com oito tonalidades e um tipo de teto contrastante (preto).
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