Criador do Waze critica montadoras e diz que elétricos demoram para vingar
Uri Levine afirma que fabricantes precisam se adaptar ao interesse cada vez maior por conectividade e mobilidade
É difícil achar algum motorista que não conheça (ou não utilize) o Waze.
O aplicativo criado por uma start-up em Israel para driblar o trânsito foi vendido ao Google em 2013 por mais de US$ 1 bilhão.
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Um de seus fundadores foi Uri Levine, empreendedor da área digital que hoje está por trás de aplicativos como o Moovit (uma espécie de Waze para o transporte público) e o Engie, que identifica falhas no veículo e indica oficinas para realizar o reparo.
Montadoras atrasadas
De passagem pelo Brasil, Levine conversou com UOL Carros sobre os desafios da indústria automotiva para os próximos anos.
Sobre o aumento da conectividade nos automóveis, ele avalia que esse processo está acontecendo "muito tarde" e agrega "muito pouco", comparando com a evolução das empresas de tecnologias e aplicativos -- como as que ele comanda.
"A indústria automotiva simplesmente não acompanha o ritmo de atualizações das fabricantes de tablets e smartphones. Meu carro vem de fábrica com um tablet rodando Android, mas é um aparelho de cinco anos atrás instalado em um veículo novo. O planejamento dos produtos das montadoras segue ciclos longos. Algumas empresas do setor não conseguirão acompanhar as mudanças e vão morrer. Outras poderão até se fortalecer no processo de adaptação, mas, para mudar o DNA, seria preciso mudar quem está no comando".
O executivo também considera que o interesse pela mobilidade vai aumentar radicalmente com a chegada de carros elétricos e autônomos.
"É preciso mudar o modelo de negócio para sobreviver. Pessoas não vão mais comprar carros e sim um serviço. Na próxima década, haverá tantas mudanças nas tecnologias que metade das grandes companhias vai morrer. Todas as companhias, incluindo as montadoras, vão precisar se adaptar. A questão crucial é se elas estão dispostas a mudar".
Na visão de Levine, nenhuma montadora lidera essa corrida atualmente -- nem mesmo a Tesla, de Elon Musk, pioneira dos carros elétricos e de tecnologias de condução autônoma.
Usuário (ainda) não liga para carro elétrico
Levine também acredita que os veículos movidos a eletricidade ainda vão demorar para ganharem relevância, mesmo em mercados consolidados.
"Os carros elétricos ainda vão levar um tempo maior para se consolidarem, principalmente porque as pessoas não se importam. Elas valorizam mais a conveniência e hoje os (carros) elétricos não são fortes nisso porque precisam ser recarregados mais frequentemente, e a recarga ainda é demorada -- diferentemente de ir a um posto de combustível e ter o veículo reabastecido em cinco minutos", declarou.
Waze bombando no Brasil
Mesmo sem ser mais dono do Waze, o israelense acompanha de perto a evolução do aplicativo. Ele afirma que o Brasil é o segundo país com maior número de usuários no planeta, com mais de 3,5 milhões de pessoas somente na cidade de São Paulo.
O país fica atrás apenas dos Estados Unidos -- no mundo, são mais de 80 milhões de clientes.
"Cheguei aqui (em São Paulo) há alguns dias e o Waze me informou que a corrida do aeroporto até meu destino seria realizada em uma hora e 20 minutos. No fim das contas, levei uma hora e 21 minutos, indicando que a precisão é alta. À medida que a base de usuários cresce, o algoritmo vai sendo aprimorado com base no perfil individual de cada cliente. Por meio do GPS, ainda que o usuário não interaja contribuindo com informações do trânsito, o Waze sabe a localização e a velocidade de cada veículo e isso faz o aplicativo funcionar", concluiu.
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