Veja cinco mitos e cinco verdades sobre carros elétricos
Bateria "vicia"? É possível levar choque em enchente? Respondemos as principais dúvidas sobre veículos movidos a eletricidade
Carros elétricos ainda são difíceis de ver no Brasil. Enquanto a frota mundial é de 3 milhões de carros, dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) indicam que há pouco mais de 8 mil veículos movidos a eletricidade no país, incluindo automóveis, ônibus e caminhões. Isso corresponde a míseros 0,02% da frota circulante total do planeta. No último ano, cerca de 3.200 carros eletrificados foram vendidos no país.
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Vários fatores contribuem para o carro elétrico ainda não ter "vingado" no país. Além das poucas opções disponíveis no mercado (atualmente o BMW i3 é o único modelo à venda no Brasil, embora Chevrolet Bolt e Nissan Leaf estejam confirmados para os próximos anos), os preços exorbitantes e falta de infraestrutura também desencorajam quem pretende entrar na onda da "eletrificação".
Muita gente também tem dúvidas sobre carros elétricos. Por isso, UOL Carros separou cinco mitos e cinco verdades sobre os veículos movidos a eletricidade. Confira a seguir.
Mitos sobre carros elétricos:
1. Gasta muita energia de quem carrega em casa.
É difícil estabelecer um cálculo padrão em um país sem infraestrutura adequada. Entretanto, associações de carros elétricos estimam que o veículo consuma a mesma quantidade de energia de um aparelho de ar-condicionado de tamanho médio. Estima-se que um carro elétrico gaste, em média, cerca de 184 kWh por mês, o equivalente a R$ 0,05 por quilômetro rodado.
2. Carro elétrico pode “dar choque” em enchentes.
Mito. As baterias foram projetadas para suportar situações de risco, incluindo contato com água. Justamente por isso é que os componentes internos, incluindo conectores e baterias, estão devidamente isolados contra fatores externos, impedindo que a água atinja alguma dessas partes. De qualquer maneira, existe um sistema de emergência que funciona como um disjuntor, desconectando a ligação entre carro e baterias assim que identifica qualquer anomalia no funcionamento.
3. A bateria pode "viciar"
Mito. Ao contrário das antigas baterias de telefones celulares e notebooks, as baterias mais comuns de veículos híbridos e elétricos são feitas de íons de lítio. E uma das virtudes está na ausência do tal “efeito memória”, impedindo que a capacidade de armazenamento de carga seja prejudicada caso haja alguma carga residual no momento da recarga.
4. Há risco de a bateria explodir durante a recarga
Mito. As baterias atuais saem de fábrica com um chip responsável por controlar entrada e saída de carga. Assim, não há risco de explosão repentina, como podia acontecer no passado com notebooks e celulares de primeira geração.
5. Carros elétricos são “chatos” de dirigir
Mito. Os críticos adoram dizer que não há emoção em dirigir um automóvel sem ouvir o ronco do motor. Mas não é bem assim: o barulho de um V8 pode até fazer falta, mas a presença de torque instantâneo compensa qualquer silêncio. É só acelerar que o carro elétrico arranca imediatamente, muito mais rápido do que um veículo similar movido a combustão. Alguns deles são mais ágeis até do que superesportivos: uma rápida busca no YouTube lista vários vídeos de arrancadas entre carros da Tesla e bólidos de Ferrari e Lamborghini. A vitória, claro, fica nas mãos dos elétricos.
Verdades sobre carros elétricos:
1. Manutenção é mais simples do que a de um carro a combustão
Verdade. Um motor elétrico tem poucas peças móveis e não precisa de óleo nem de filtros para funcionar. Mesmo assim, o dono deve seguir o cronograma de manutenção preventiva estabelecido pela montadora para analisar não apenas o estado do motor como o de outros componentes presentes em qualquer carro, como o sistema de freios.
2. É difícil achar pontos de recarga no Brasil
Verdade. Não há como pensar nisso antes de trocar seu carro por um modelo elétrico. Até agora há apenas alguns pontos montados pela BMW em locais como supermercados, shoppings centers e (ironicamente) postos de combustível. A marca alemã também acaba de inaugurar uma “eletrovia” ligando as capitais São Paulo e Rio de Janeiro, com seis pontos de recarga espalhados por 430 km da Via Dutra.
Alguns poucos condomínios (residenciais e comerciais) também oferecem serviço de recarga para condôminos e eventualmente visitantes. A CPFL, distribuidora de energia na região de Campinas, mantém 25 eletropostos, sendo 10 deles públicos e os demais construídos em parceria com empresas.
Aos poucos, algumas cidades vão aderindo à eletrificação. Fora do eixo Rio-SP, existe uma eletrovia no Paraná e estações de recarga em Fortaleza.
3. Autonomia pode ser insuficiente
Verdade. Ficar a pé é o maior medo de quem pensa em comprar um carro elétrico. Embora a autonomia de 150 km a 200 km da maioria dos veículos atuais seja mais do que suficiente para cumprir o trajeto diário de moradores de grandes cidades, existe uma parcela de motoristas que precisam rodar mais do que isso diariamente -- especialmente quem mora em uma cidade no interior e precisa pegar estrada todos os dias para chegar ao trabalho. Isso acontece muito em países com uma maior área territorial, como o Brasil. Afinal de contas, como achar pontos de recarga em uma nação sem infraestrutura adequada?
4. Falta incentivo do governo
Verdade. Ao contrário do que acontece em alguns países, quem compra carro elétrico não é beneficiado com descontos generosos. Isso já acontece nos Estados Unidos, especialmente no estado da Califórnia, onde uma parte dos veículos vendidos lá precisa ser movido a eletricidade. Por lá, alguns proprietários recebem uma parte do valor investido em infraestrutura para carregamento em sua casa (como na instalação de painéis solares) na forma de abatimento no imposto de renda. Já o governo chinês fornece subsídios para impulsionar a venda dos carros. Resultado: quase meio milhão de carros elétricos foram vendidos em 2017.
Por aqui, o único benefício concedido a donos de veículos movidos a eletricidade acontece apenas em algumas cidades, como São Paulo (onde há isenção do rodízio e desconto de metade do IPVA) e Rio de Janeiro (onde há apenas o abatimento no imposto).
Pelo menos há uma luz no fim do túnel: o IPI para carros elétricos deve ser reduzido a partir de novembro deste ano, após a oficialização do Rota 2030. A porcentagem do imposto será determinada pelo peso e eficiência energética, variando de 7% a 18%.
5. Descarte das baterias ainda não tem solução
Verdade. Este é um problema mundial ainda sem solução. Baterias não podem ser descartadas normalmente, como acontece com lixo convencional. Isso porque elas são feitas de metal pesado, que pode causar problemas à saúde e ao meio-ambiente. Por enquanto, a maioria das fabricantes pega as baterias de volta e exportam para outros países que possuem tecnologia para desmontar as baterias e reciclar alguns metais de sua composição.
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