Diversão sem motor: conduzir carruagem é mais fácil do que dirigir carro
Repórter aprende a controlar "veículo de 2 cavalos" que fez parte da história do automóvel
A posição de dirigir é bem alta, do jeito que os donos de SUVs adoram. Do alto do meu 1,67 metro de altura preciso de uma certa dose de contorcionismo até chegar ao posto de comando. Revestido todo de couro, o banco é confortável e anatômico. Saio lentamente para impedir que alguma coisa dê errado na arrancada, toda cautela é pouca nessas horas. Felizmente é menos difícil do que parece: meus comandos são prontamente respondidos e as curvas são feitas com suavidade. Pena que acaba rápido e deixo o test-drive com a certeza de que poucas vezes dirigi algo tão suave e imponente na minha carreira de jornalista.
A descrição acima se encaixaria perfeitamente em um jipão de luxo como vemos aos montes por aí. Mas desta vez foi diferente: UOL Carros teve a chance de conduzir uma charrete puxada por dois belos cavalos. A experiência inusitada aconteceu às vésperas do "CSI-W Indoor", um dos maiores eventos de hipismo do Brasil que acontece neste fim de semana na Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo (SP).
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Além da oportunidade de conduzir uma carruagem, pudemos dirigir um Porsche Macan dentro da pista. O SUV participará de uma disputa entre carro e cavalo, realizada há alguns anos durante o evento. No domingo (30), pilotos famosos no automobilismo nacional (como Beto Gresse e Bia Figueiredo) assumem o volante de carros da Porsche enquanto tentam bater o tempo de cavaleiros e amazonas em um percurso cheio de obstáculos.
Mais fácil do que parece
A história do carro passa pelas carruagens. Afinal de contas, foi em 1769 que o engenheiro francês criou a carruagem movida a vapor, antecipando conceitos que seriam aplicados no automóvel apenas a partir de 1850.
Conduzir uma carruagem, porém, não é tão difícil quanto eu imaginava. Quem topou me acompanhar na dura missão de ensinar o bê-a-bá foi Carolina Borja, ex-amazona e presidente da Associação Brasileira de Atrelagem. Paciente, ela me orientou a segurar as rédeas com os punhos cerrados, mas sem fazer força. Nada de gestos bruscos: é preciso delicadeza para segurar as rédeas, fundamentais para determinar o que os cavalos devem fazer.
Carol comparou a condução a um guidão de bicicleta. Não tem mistério: basta puxar uma das rédeas para o lado desejado antes de fazer a curva que os cavalos entendem prontamente o recado. Se for preciso frear é só puxar as duas rédeas ao mesmo tempo com um pouco mais de força. E se os animais ignorarem o comando, a carruagem possui até freios a disco nas quatro rodas -- item ainda ausente em muitos carros à venda no país.
Falando em carruagem, o exemplar "avaliado" por UOL Carros foi fabricado pela empresa alemã Kühnle há aproximadamente 12 anos. Além dos freios, a réplica baseada em um veículo do século 19 incorpora conceitos mais modernos de construção, incluindo o uso de chapas de aço -- antigamente a madeira era a matéria-prima dos veículos. Embora seja difícil dizer o valor da carruagem, o preço é estimado em R$ 50 mil.
De 2 cavalos para 252
Logo depois troquei a carruagem por um Porsche Macan. Era a versão de entrada, com um motor 2.0 turbo de 252 cv. Dados divulgados pela Porsche indicam aceleração de 0 a 100 km/h em 6,7 segundos e velocidade máxima de 229 km/h. Mas mal conseguimos passar dos 30 km/h na pista de areia que receberá a competição no fim de semana.
Isso, porém, não foi problema algum, já que nos divertimos bastante. O Macan não teve dificuldades para andar na areia fofa, principalmente pela tração integral. Assim como fazem os pilotos no percurso, decidimos desligar as assistências eletrônicas para colocar o SUV de lado na pista fechada com segurança. E mesmo assim não tive problema algum para controlar o carro. Foi um contato breve, mas suficiente para ter a noção das dificuldades que os pilotos vão enfrentar para correr contra o relógio.
Ao fim do dia, saí da hípica feliz com um comentário feito por Carolina, que, por gentileza ou não, me disse que "levo jeito" para conduzir carruagem. Agradeci o elogio, mas acho que vou ficar com os carros mesmo. Até porque tenho um pouco mais de intimidade com eles do que com os animais.
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