Carros chineses invadem de novo o Brasil, mas agora disfarçados; entenda
Ford Territory e novo Chevrolet Onix são exemplos de modelos asiáticos a serem vendidos aqui por marcas ocidentais
A grande surpresa anunciada pela Ford em sua prévia do Salão de São Paulo 2018 foi o SUV compacto-médio Territory, a ser mostrado ainda em forma de conceito -- porém quase pronto para se tornar veículo de produção -- como possível (e provável) futuro rival do Jeep Compass.
UOL Carros aposta fortemente que o modelo será produzido na América do Sul entre o fim de 2019 e início de 2020, ocupando talvez o lugar do Focus na linha de General Pacheco (Argentina). Antes, já no princípio do próximo ano, será lançado na China.
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Jiangling Yusheng S330. É da costela desse modelo de nome estranho que surgiu o Territory a ser lançado no Brasil -- e que nada tem a ver com o modelo vendido entre 2004 e 2016 pela Ford na Austrália --, a partir de uma joint venture entre a Ford e a JMC, fabricante local responsável por desenvolver a plataforma de baixo custo e voltada a mercados emergentes.
Redução de custos e de tempo
Na primeira reportagem do especial "Como nasce um carro", publicada por UOL Carros há quase um ano e reconhecida no "Prêmio SAE de Jornalismo", já alertávamos para este fenômeno: fabricantes ocidentais estavam apelando à pujança da indústria automotiva chinesa para reduzir em alguns milhões de dólares os custos de desenvolvimento de novos e em até um ano o tempo de desenvolvimento de novos produtos.
Tal estratégia cai como uma luva para o Brasil, mercado sempre ávido por veículos de custo mais baixo, já que está sempre pressionado por fatores como carga tributária, flutuação cambial e população com poder de compra limitado. E não será regalia da Ford.
Veja, por exemplo, os novos Chevrolet Onix e Prisma. Ambos pertencem a uma nova família de produtos globais da General Motors nascidos a partir da plataforma modular GEM, construída em parceria com a SAIC, uma fabricante... Chinesa. Tanto que foi o país asiático, e não o Brasil, o primeiro a relevar imagens sem camuflagem do sedã compacto. Praticamente toda a futura fama de compactos da GM no país sairá dessa plataforma, incluindo SUV compacto, SUV compacto-médio e picape.
A PSA (Peugeot-Citroën) fará uso do mesmo subterfúgio com a matriz CMP, criada em conjunto com a Dongfeng e que num futuro breve dará origem às próximas gerações de Peugeot 208, Citroën C3 e derivados, além (talvez) de modelos da recém-adquirida Opel a serem comercializados na América Latina. Um outro modelo, aliás, já está confirmado: o SUV médio Citroën C5 Aircross já é vendido h´aum tempo na China, mas sua reestilização trará de carona a estreia na Europa e no Brasil.
Nem as fabricantes de luxo estão escapando. A Volvo, por exemplo, já compartilha toda sua expertise com a Geely, acionista majoritária da marca sueca. Sabe o descolado e tecnológico suvinho XC40? Pois ele utiliza uma base chamada CMA, a mesma de modelos da própria Geely e também da Lynk & Co (recém-criada marca premium chinesa).
Há, por fim, um caso bastante específico da indústria nacional: a Caoa Chery, empresa com capital brasileiro, mas que venderá carros criados diretamente pela chinesa Chery utilizando um nome de marca composto.
Chineses nacionalizados
Portanto, se os chineses provocaram um enorme alvoroço no mercado nacional no início dos anos 2010, com a proposta de trazerem modelos de entrada baratos e "completinhos", agora passarão a invadir o país em segmentos superiores, e com muitos de seus produtos "disfarçados" sob a insígnia de montadoras de outras nacionalidades e já consolidadas por aqui.
Ou seja: é bem possível que num futuro não muito distante você compre um carro chinês e não se dê conta disso. E com a recente evolução demonstrada pelos asiáticos no assunto, é ainda mais provável que você fique bastante satisfeito com o produto que adquiriu.
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