Quem quer um novo Corsa? Modelo europeu tem bom equilíbrio, mas falta força
Testamos a novidade da marca europeia comprada pela PSA. Será que ele volta ao Brasil?
O manobrista aponta o modelo cinza mais adiante na garagem: "É aquele Corsa". Quem dirigiu o hatch da Chevrolet lá nos anos 2000 logo se espanta. É claro que se trata da nova geração, mas ao se deparar com o modelo da Opel, mesmo ressalvado o intervalo de tempo, é difícil acreditar mesmo em um parentesco remoto.
UOL Carros dirigiu por dois dias a de entrada, Edition, com motor 1.2 a gasolina de 70 cv e câmbio manual de cinco marchas, que sai por 14.820 euros -- algo como R$ 62.500 diretos. A versão Dynamic acrescenta itens como rodas de 16 polegadas no lugar das de 15, LEDs diurnos e ar-condicionado por 15.110 euros -- R
UOL Carros dirigiu por dois dias a de entrada, Edition, com motor 1.2 a gasolina de 70 cv e câmbio manual de cinco marchas, que sai por 14.820 euros -- algo como R$ 62.500 diretos. A versão Dynamic acrescenta itens como rodas de 16 polegadas no lugar das de 15, LEDs diurnos e ar-condicionado por 15.110 euros -- R$ 63.600. Com motor 1.0 turbo gasolina de 90 cv, parte de 16.130 euros -- R$ 68 mil limpos. Um retorno do Corsa ao Brasil daria certo?
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A que horas ele volta?
Muito antes de morrer definitivamente, em 2012, o Corsa brasileiro já tinha parado no tempo. Ele e a Meriva eram de um tempo em que a General Motors aproveitava mais o seu braço europeu -- a Opel -- para o mercado brasileiro. Uma década antes, porém, o grupo passou a atuar mais com a divisão da Coreia do Sul, em produtos focados em mercados emergentes -- como o Cruze ou a base que deu origem a diferentes modelos compactos para diferentes mercados, de Spark a Onix -- para os Chevrolet destinados ao Brasil.
Aí, perdemos o bonde da evolução da Opel, que anos depois acabou vendida ao grupo francês PSA. A marca alemã teve suas derrapagens, mas se era rentável ou importante, é outra história. A questão que fica é: com a PSA tentando se reafirmar no mercado automotivo global, e tendo uma marca icônica nas mãos, não faria sentido apostar em linhas como Corsa e mesmo Astra?
Legalmente seria possível, mas a PSA já disse a UOL Carros que, embora estude, trazer modelos Opel está em "compasso de espera". Afinal, antes de pensar em novas linhas de produtos, o grupo precisa estabilizar as condições de vendas de suas atuais marcas no país, apostando em SUVs para isso.
Ao volante
Vamos ao Corsa atual, em sua quinta geração global: as linhas são arrojadas, com grade esportivada e faróis que tomam do capô às laterais. No interior, a melhoria no acabamento e a posição de guiar mais ergonômica são diferenças gritantes.
O Opel Corsa peca no som que, embora tenha porta USB, transporta o motorista de volta para os anos do Chevrolet Corsa brasileiro, com um visor diminuto de luzes quadriculadas laranja. Multimídia com CarPlay e Android Auto é opcional até na versão mais cara.
Ao volante, é sensível uma maior precisão da direção de assistência elétrica progressiva e do acerto de suspensão equilibrado entre conforto e rigidez, bem "pró estabilidade". No Brasil, quase nenhum modelo do segmento seguiria esse acerto -- seja por conta de engenheiros, seja por preferência de clientes.
Mas -- e esse é o principal complicador -- falta cavalaria. A Volkswagen, por exemplo, entrega potências acima de 80 cv com motores 1.0, sem nem precisar usar a linha TSI (com turbo e injeção direta de combustível). Bem em velocidades constantes, o novo Corsa demora a embalar e tem retomadas muito lentas. Constantemente comprometeu ultrapassagens corriqueiras em pistas simples no trecho Lisboa-Coimbra, mesmo ante caminhões pesados.
O câmbio, com engates corretos e as relações não muito longas, até ajudou a balancear as coisas.
Preferências de motorização à parte, no final dos dois dias de teste, restou a certeza de que visual, acabamento e dirigibilidade evoluíram.
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