Renault Zoe custa R$ 150 mil e pode ser reservado; nós testamos o elétrico
Hatch compacto francês chega aos compradores no começo de fevereiro e é atração do Salão do Automóvel
A 30ª edição do Salão do Automóvel vai entrar para a história como aquela em que modelos elétricos finalmente foram lançados comercialmente "em massa" no Brasil. O evento começou com a apresentação da General Motors, que deu preço inicial de R$ 175 mil ao Chevrolet Bolt, monovolume elétrico que já havia sido atração da empresa no Salão de 2016. E não parou aí.
Na sequência, Nissan Leaf, Renault Zoe, Audi E-Tron, Hyundai Saga EV Concept (este apenas um conceito, já que o carro real -- o novo HB20 -- dificilmente terá uma versão eletrificada no curto prazo) e Mini Cooper Countryman (este em versão híbrida) foram apresentados.
Vamos tratar, por enquanto, do Zoe, modelo francês que já estava em testes no Brasil desde 2014 e só agora será de fato vendido. E por "agora", queremos dizer exatamente isso: neste momento, com pré-vendas começando nesta quarta-feira.
Até então entregue a algumas empresas e órgãos governamentais, o hatch compacto elétrico já pode ser encomendado pelo público em geral com valor mais acessível que o do modelo da GM, que ainda não tem data concreta para ser comercializado. Por outro lado, será possível dizer também que o Zoe é o modelo mais caro da Renault em sua história no Brasil. Há uma única versão, a Intense, que será entregue a partir de fevereiro de 2019. O preço sugerido é de R$ 149.990 -- só para contextualizar, o hatch médio Nissan Leaf 2 será vendido R$ 178.400, mas falaremos dele mais tarde.
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Como faz para comprar?
O processo de pré-venda pode ser feito no próprio estande da Renault no Salão, para quem visitar o SP Expo, ou pelo hotsite www.eletricos.renault.com.br, já a partir desta quarta-feira (7), de acordo com a fabricante. As reservas também estão abertas nas duas concessionárias já habilitadas a vender o elétrico: a Sinal, na cidade de São Paulo, e a Globo Veículos, em Curitiba (PR).
Independentemente do local, a reserva exige o pagamento de um sinal de R$ 2.999, informa Federico Goyret, diretor de marketing da Renault do Brasil.
A modalidade de pré-venda pela internet repete o modelo adotado pela Renault no lançamento do Kwid, em meados do ano passado, mas por ora não existe a possibilidade de aquisição 100% online, hoje disponível para o Kwid por meio da interface "K-Commerce", no computador ou no telefone celular.
Juntamente com o Zoe, cuja versão atual tem autonomia para rodar cerca de 300 km com as baterias cheias, a montadora também vai comercializar um carregador semirrápido para instalar na garagem, ao custo de R$ 6,8 mil. Carro e equipamentos são importados da França -- o Zoe é fabricado em Flins (França).
Só para comparar, o preço inicial do Zoe na Europa é de 17.700 euros.
Outras novidades
O estande da Renault ainda não exibe a picape média Alaskan, que compartilha a plataforma e componentes mecânicos com a Nissan Frontier e com a Mercedes-Benz Classe X, mas o público poderá apreciá-la a partir da noite de quarta-feira (quando o Salão recebe convidados VIP das fabricantes).
Além disso, a Renault anunciou para o primeiro semestre de 2019 o lançamento da série limitada Bose do Captur, baseada na versão topo de linha Intense 2.0 automática, que hoje tem preço inicial de R$ 98.990. Traz como diferenciais o sistema de som premium que dá nome à série, rodas de liga leve com acabamento preto e pintura do teto em cor diferente daquela do restante da carroceria -- a unidade exposta, na cor marrom, exibe teto na tonalidade prata.
Também no primeiro semestre do ano que vem, a montadora começa a vender o Kwid Outsider, versão com visual aventureiro baseada na configuração Intense, que hoje custa R$ desde R$ 41.990. Mecânica e câmbio são os mesmos das demais configurações, bem como a altura das suspensões, que já é elevada. Para se diferenciar, traz barras transversais de teto, rodas de liga leve pretas de 14 polegadas e detalhes laranja nas saídas de ar, na moldura da central multimídia, no pomo do câmbio, no revestimento interno das portas e nos bancos de tecido, que contam com textura em forma de colmeia e logotipo da versão nos encostos dianteiros. Para-choques também são exclusivos e trazem apliques plásticos simulando uma proteção metálica na base, tanto na dianteira quanto na traseira.
Há ainda o conceito Symbioz, de monovolume grande elétrico e totalmente autônomo. E um carro da equipe Renault de Fórmula 1 para os fãs das pistas.
Quem vai faltar ao Salão de SP é o SUV médio Arkana, com perfil de cupê e desenvolvido para mercados emergentes como o Brasil. Ele não deu as caras na exposição paulistana, o que fica ruim apenas para a Renault, já que a Fiat aproveitou a deixa para mostrar seu rival -- o Fiat Fastback ainda é conceitual, mas já indica muito das soluções para o modelo de produção.
Como é o Zoe? Como esse elétrico anda?
Na configuração escolhida para nosso mercado, o hatch elétrico vem bastante completo, contando até com sistema de som premium da Bose com subwoofer e central multimídia com GPS integrado e Android Auto. Mais acessível e menor que o Leaf, da Nissan, que integra o mesmo conglomerado automotivo Renault-Nissan-Mitsubishi, o Zoe tem proposta urbana, mas também pode ser utilizado em viagens de média distância.
"É um elétrico para o dia a dia. Graças à autonomia de 300 quilômetros, sua utilização não se restringe às cidades, já que poucas pessoas rodam mais 60 km diariamente em situações cotidianas", afirma Goyret. O executivo informa, ainda, que o Zoe recolhe 8% de IPI segundo a nova tabela de alíquotas do imposto definida pelo "Rota 2030", que passou a valer a partir do dia 1º de novembro.
Ainda em 2014, UOL Carros experimentou pela primeira vez o Renault Zoe. Antes de começarmos a jornada em um dia quente e chuvoso de dezembro, recebemos um aviso intimidador: "Só há um ponto (de recarga) que realmente recomendamos na cidade, fique de olho", aconselhou o funcionário da marca que nos passou a chave (em formato de cartão) do compacto elétrico. Ao fim da semana de teste, concluímos: "Rodar com um elétrico é um desafio que requer mudança de hábitos por conta do motorista".
Passados quatro anos, repetimos a dose e pouca coisa mudou. É verdade que em 2018 vimos lançamentos "eletrificados", postos de recarga se multiplicarem -- teve até inauguração de eletrovias: Rio-São Paulo e Paranaguá-Curitiba. Mas nada que alinhe a convivência com um carro a eletricidade ao seguro convívio com um modelo a combustão. Rodar com um elétrico ainda é um desafio.
O que muda agora é o acesso a um carro elétrico. O modelo que desembarca no país teve incremento da bateria em relação ao carro que testamos antes: o conjunto Z.E. 40 promete autonomia de 300 km (ciclo WLTP), contra os 150 km da versão anterior. Plugada em uma corrente trifásica de 22 kW, pede só 1h40 para chegar a 80% da carga total.
Já na hora de se acomodar, o Zoe leva vantagem frente a modelos convencionais da Renault no Brasil, já que tem ajuste de profundidade do volante, inexistente no restante da gama. A posição do banco é alta demais para um hatch, mas se você não passa do 1,80 metro se acostuma rápido.
O painel tem leitura futurista e simples: em formato retangular, apresenta a velocidade no centro, a reserva de bateria à esquerda e um computador de bordo à direita. Quando um fluxo verde sai do indicador da bateria e segue em direção ao velocímetro, a energia está sendo consumida. Se o caminho é contrário e azul, ela está sendo recarregada. Simples como deveria ser.
A marcha é selecionada por uma alavanca convencional, e um leve toque no acelerador já faz o Zoe deslizar macio. O trânsito urbano é vencido com desenvoltura, mesmo em rodovias é rápido e fácil chegar ao limite das vias.
Se precisar estender o alcance, use o modo "Eco": ele deixa o acelerador "anestesiado", com retomadas morosas, a velocidade não vai passar dos 100 km/h. Mas o "fôlego" para percorrer distâncias pode se ampliar.
Ao fim de uma viagem, conseguimos rodar 220 quilômetros (suficiente para fazer o trajeto diário entre a cidade de São Paulo e diversas cidades que servem de dormitório para muitos dos trabalhadores da capital paulista) e ainda deixar 100 de autonomia para "emergências". Nada mau para um "elétrico", não é mesmo?
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