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Volkswagen Tarok terá base do Golf e Tiguan, não do T-Cross; veja a picape

Leonardo Felix

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/11/2018 13h00Atualizada em 18/03/2019 18h30

Picape chega em meados de 2020 sobre a plataforma MQB A, acima da base de Polo e T-Cross; assista e conheça

Não são muitas as informações divulgadas pela Volkswagen a respeito da Tarok, picape conceito que é a grande estrela da fabricante no Salão de São Paulo 2018.

O que já está ratificado, por enquanto: o projeto se encontra em fase adiantada de desenvolvimento e deve dar vida a um modelo de produção em algum momento de 2020; haverá tração integral, motor turbo e câmbio automático; a carroceria (pelo menos na fase de estudos) conta com um inovador sistema de extensão da caçamba.

Mas há algo ainda não foi confirmado, mas que UOL Carros pode afirmar após conversa com fontes durante o salão. E diz respeito à origem do modelo.

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Outra "filiação"

É que a Tarok utilizará a plataforma MQB A do Golf (e do Jetta, do Tiguan Allspace, do Atlas, do Audi A3...). Ou seja, a picape não usa MQB A0, mais estreita e um pouco menos tecnológica, de Polo, Virtus e T-Cross, conforme inicialmente especulado.

"A matriz A0 não permitiria chegar a essas dimensões de largura e comprimento", contou uma das fontes, que trabalha no projeto, na ponte entre a fábrica de São José dos Pinhais (PR) e a matriz, na Alemanha. No caso, a picape possui 1,83 metro de largura, sendo sensivelmente maior do que o 1,75 m do Polo, por exemplo.

O Golf tem 1,80 m de largura, enquanto o Volkswagen Tiguan Allspace, agora um SUV médio, vai a 1,84 m, especificação que mais se aproxima da Tarok. São todos exemplos do que a base MQB padrão pode oferecer.

Entre-eixos do conceito é idêntico ao da Fiat Toro: 2,99 metros, bem como a capacidade de carga, estipulada em 1 tonelada. Ou seja: o modelo vem sendo preparado na medida para bater de frente com a líder e praticamente única atuante no segmento de picapes compactas-médias.

Golf volta a ser importado?

Conforme apontado por nossas fontes, a Tarok chegaria para assumir justamente o lugar do Golf na linha de montagem de São José dos Pinhais (PR). "Já temos expertise para trabalhar com a MQB", disse a fonte, lembrando que Golf a Audi A3 Sedan, outro usuário da base MQB A, são montados no complexo paranaense.

A preparação para sua chegada sinaliza, portanto, que há grandes chances de o hatch médio voltar a ser vendido como importado (muito provavelmente do México) até 2020. Isso porque os baixos volumes de venda do Golf não "pagam as contas" de uma operação nacional.

Já a picape traz potencial muito maior em termos de volume de vendas. Processo de desenvolvimento ainda deve demorar cerca de um ano e meio, o que significa que a Tarok não muito provavelmente chega ao mercado antes do segundo trimestre de 2020.

Outros detalhes da Tarok

Se a frente chama a atenção pelo conjunto óptico dianteiro totalmente integrado por faixas de LED que atravessam a grade, inspiração clara na prima maior Atlas Tanoak Concept, que não devem prosseguir no modelo real, a traseira com lanternas também unidas, só que por refletor e faixa em preto brilhante, lembra bastante a do T-Cross.

Por dentro, a maioria dos elementos do protótipo lembram mais os compactos da Volkswagen, como Polo e T-Cross, do que necessariamente o Golf ou o Tiguan. Sinais de que o modelo de produção terá acabamento mais espartano do que o padrão da linha de modelos médios da Volkswagen.

Ainda assim, é possível perceber a presença de quadro de instrumentos 100% digital, central multimídia com tela de 8 polegadas e volante com desenho do Golf GTI.

A presença de manopla de câmbio traz insígnia DSR (que designa sistema de controle de estabilidade próprio do grupo Volkswagen para modelos com capacidade off-road).

Só que o maior destaque da Tarok precisa ir para a possibilidade de abrir a chapa de metal que separa cabine dupla da caçamba, promovendo uma extensão do compartimento de carga. Para isso, foi preciso também adotar um banco traseiro modular e tripartido, solução que ficaria muitíssimo interessante no modelo definitivo.

Motorização não está confirmada, mas a presença da tração integral 4Motion, incluindo um seletor de tração similar ao da Amarok, dá bons indícios de que a Tarok poderá vir ao mercado com opção de motor 2.0 4-cilindros turbodiesel, ainda que não se saiba se na especificação da picape média, que começa rendendo 180 cv de potência e 42,8 kgfm de torque. Configuração flex deve ter tração apenas dianteira e ser empurrada pelo 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm.

Quer ver mais sobre a Tarok? Contamos todos os detalhes sobre ela no vídeo que abre esta reportagem. Contemple ainda mais dela em nosso álbum exclusivo.