Novos Chevrolet Onix e Prisma começam a ser feitos em julho, diz sindicato
Revelação foi feita à agência de notícias em meio à impasse entre empresa e sindicatos das fábricas da GM
O futuro da General Motors no Brasil está longe de ser resolvido. Enquanto a empresas faz várias propostas de cortes de custos trabalhistas em suas principais fábricas no Brasil, os sindicatos recusam as exigências da montadora, que até enviou a seus funcionários um comunicado sobre o plano de reestruturação da empresa no Mercosul assinada pelo próprio presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga.
Em meio a esse impasse, porém, surgiu uma revelação: os novos Onix e Prisma começam a ser fabricados no Brasil em julho.
Segundo informações da agência de notícias "Automotive Business", um acordo firmado entre as partes pelo período de 2017 a 2020 (e que seria quebrado caso a GM insista com os cortes) previa investimentos de R$ 1,4 bilhão na fábrica de Gravataí (mais recente alvo das propostas de redução da GM) e o início da produção dos modelos compactos no começo do segundo semestre deste ano.
Antes da confirmação, porém, a própria Chevrolet já dava indícios de que a estreia estaria próxima. No começo de janeiro, UOL Carros flagrou o novo Prisma circulando com uma leve camuflagem na região do ABC Paulista, justamente perto de uma das fábricas da GM, em São Caetano do Sul.
Explica-se: um protótipo de veículo que ainda não foi lançado é submetido a várias fases de testes de rodagem. Durante os estágios iniciais o carro circula com uma camuflagem bastante pesada, que praticamente impossibilita qualquer tentativa de desvendar suas linhas.
Nas fases consequentes, porém, o carro vai perdendo disfarces até chegar à fase em que é autorizado a deixar a fábrica apenas com um "visual xadrez" que dificultam, mas não inviabilizam o tradicional jogo de adivinhação dos caçadores de segredos. E é assim que o novo Prisma já roda por aí.
Esta foi a primeira vez em que Onix ou Prisma foram fotografados com uma quantidade tão pequena de disfarces -- outros flagrantes começaram a pipocar nas redes sociais dias depois do nosso encontro com o sedã.
Detalhe: o flagrante aconteceu exatamente na data em que a GM oficializou na China o lançamento da nova família de compactos.
Nova base
Os novos Onix e Prisma estreiam plataforma inédita (conhecida pelo codinome GEM) desenvolvida na China para veículos compactos -- como o novo Tracker, que também já foi revelado na Ásia e deve ser lançado por aqui em 2020.
A renovada linha de compactos estreará com a responsabilidade de manter os bons números de venda da dupla: enquanto o Onix é o carro mais vendido do Brasil há três anos, o Prisma se mantém entre os modelos mais emplacados do país. Ambos, aliás, fazem parte do plano de 30 lançamentos feitos pela GM até 2022 -- só em 2019 serão 11 novidades.
A estreia dos novos Onix e Prisma, porém, não vai matar os modelos atuais. Eles permanecerão em linha como versões de entrada a preços mais acessíveis. A estratégia é recorrente na indústria brasileira e praticada por várias fabricantes, inclusive a própria Chevrolet, que hoje oferece Onix/Prisma Joy juntamente com as versões dos mesmos modelos devidamente reestilizadas e mais equipadas.
Motor turbo, enfim
A produção dos motores está confirmada para a fábrica de Joinville (SC). Toda a lista de compactos construída a partir da matriz GEM usará duas ou três dessas quatro unidades: 1.0 aspirada, próxima a 90 cv e substituta da atual 1.0 4-cilindros SPE/4; 1.0 turbo, com aproximadamente 120 cv e ocupando posição inédita na gama; 1.2/1.3 aspirada, perto de 105 cv e entrando no lugar do motor 1.4 4-cilindros SPE/4; 1.2/1.3 turbo, aproximando-se de 150 cv como opção ao 1.4 4-cilindros turboflex da família Ecotec.
Enquanto as três primeiras opções estrearão no fim de 2019, junto com a nova dupla de compactos, o propulsor 1.2/1.3 turbo será deixado para a segunda metade de 2020 e deve estrear junto com um SUV -- possivelmente o Tracker.
Todos eles serão flex. A unidade de 1 litro, seja aspirada ou turbo, é derivada de um motor 3-cilindros de origem Opel com simplificações. Já o 1.2/1.3 é um projeto inédito e, em seu caso, ainda não está claro se sua capacidade cúbica será oficialmente determinada como 1,2 ou 1,3 litro.
Caixas de câmbio devem ser mantidas: manual ou automática de seis marchas.
Gravataí entra na roda
Enquanto não chega a data de estreia dos novos Onix e Prisma, segue o impasse nas fábricas da GM. No último sábado (26), a empresa apresentou ao Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) uma lista de 21 cláusulas, que incluía reduções de piso e reajustes salariais, suspensão da participação em lucros e resultados (PLR) e eliminação de alguns benefícios.
As propostas seguem o modelo das propostas feitas aos sindicatos das fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul, ambas no estado de São Paulo. Também a exemplo do que aconteceu nas duas fábricas, o sindicato gaúcho rechaçou qualquer possibilidade de aceitar as propostas e considerou as exigências "inaceitáveis".
Edson Dorneles, diretor de assuntos jurídicos da entidade, afirmou que as propostas seriam apresentadas em assembleias com os trabalhadores da unidade nesta terça-feira, 29, com a sugestão de "completa rejeição".
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