Presidente diz que FCA "nunca" deixará Brasil e ainda garante SUV e picapes
Resumo da notícia
- Antonio Filosa se mostra otimista para América Latina
- Chefão da FCA vê "grandes oportunidades" com alta de 9% no Brasil em 2019
- Picape RAM e picape Fiat estão a caminho
- Novos SUVs de Jeep e Fiat estão confirmados até 2022
Antonio Filosa, chefão da Fiat-Chrysler (FCA) para América Latina e Brasil, se mostrou bastante otimista ao falar de nosso mercado e confirmou que as marcas Fiat, Jeep e Ram terão novidades sequenciais até 2022, em conversa a jornalistas durante evento de balanço e perspectivas da empresa, em São Paulo (SP), nesta sexta-feira (8).
O presidente da aliança FCA para nossa região ainda alfinetou a rival General Motors, que articula os termos de ajuste de produção e relações de trabalho para manter atividades no Brasil. Filosa afirmou -- de forma veemente -- que a sua empresa não tem motivos para cogitar encerrar operações no país, graças ao bom desempenho em 2018 e à previsão de obter ótimos números nos próximos quatro anos.
"Nunca (vamos sair do Brasil)! Sou casado com uma mineira, tenho filho nascido em Minas Gerais", afirmou Filosa, em tom que quebrou o clima sério do questionamento. Voltando a falar formalmente, concluiu: "Nosso acionista é fã do Brasil, nosso CEO global parece feliz com esse desenho da nova equipe presidencial e econômica para o país e por isso estamos otimistas".
Segundo Filosa, medidas anunciadas pelo ministro Paulo Guedes, da Economia, parecem traçar boa resolução para baixa competitividade, infraestrutura deficiente e do excesso de amarras tributárias -- trio que o executivo classificou como "bolas de ferro" que prendem o desempenho da indústria brasileira. Com isso, a indústria pode se programar para tirar do papel os planos já traçados, "seja a FCA, sejam minhas rivais".
"Eu posso me comparar com as concorrentes no dia a dia pela questão de baixa competitividade do segmento, mas me separo delas na gestão de funcionários e de negócios. Não vou, nem posso entrar no mérito (da GM), porque é outra empresa, mas nossos valores são muito claros", disse Filosa, que defende relações "saudáveis" entre funcionários, fornecedores e também o corpo gerencial.
"O que os outros chamam de fatores negativos, nós gerenciamos. Se vamos ser primeiro, segundo ou terceiro player do mercado não é importante, importante é que temos de gerenciar esses valores. É como nós lidamos, como os outros lidam, eu não sei", concluiu.
Falando de 2019, Filosa tem otimismo "mediano": acredita que o ano possa fechar com alta de 9% para 2018, chegando a 2,6 milhões de emplacamentos e elevação de até 15% no total de financiamentos.
Picapes e SUVs confirmados; só 500X está no limbo
Com essa visão positiva, Filosa confirmou a série de lançamentos anunciados ao final de 2018 pelas marcas da FCA, que são válidos para o período de quatro anos até 2022, com intervalos de seis meses. Há uma única incerteza, quase baixa.
O câmbio do euro para real ainda complicado (acima de R$ 4,60, quando deveria estar a R$ 3,50) tornam "difícil" a chegada do 500X. Mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo, o SUV italiano foi apalavrado para chegar este ano e aplacar a falta desse tipo de modelo na linha Fiat.
Mas a marca terá uma resposta para o segmento: em 2021, a marca lançará seu SUV compacto, em projeto global, mas "com a cara do Brasil", para atender o "retorno da confiança da família brasileira e da melhora de crédito".
"Será maravilhoso e vai surpreender o mercado. Será criado aqui, para nosso mercado da América Latina, com possibilidade de exportar para México. E Europa terá sua própria solução".
Antes, no começo de 2020, a FCA deve apresentar sua solução de SUV sete lugares.
Ainda em 2019, a picape média-grande Ram 1500 deverá aportar, prometida por Filosa para o terceiro ou quarto trimestres. Vai "atender um segmento de nicho", com baixo volume, já que será importada do mercado norte-americano. A FCA ainda estuda a fabricação local de uma picape Ram de porte médio, "um projeto desejado, mas o mais difícil de todos", segundo o executivo.
Filosa também ressaltou que a liderança da Fiat no segmento de picapes com Strada e Toro será mantida e melhorada, aproveitando o forte momento do setor de agronegócio, não apenas de lavouras, mas de toda a economia paralela movimentada. Com isso, a marca vai apostar numa nova picape compacta, que já está em testes e que pode conviver com alguma versão da atual Strada.
De resto, o executivo confirmou ajuste que amplia produtividade na fábrica de Goiana (PE), bem como anunciou que vai racionalizar a linha de Betim (MG). Modernizada recentemente, a sede mineira da Fiat terá apenas duas plataformas modulares no futuro (eram dez plataformas, atualmente são quatro) para fazer "carros de passeio e picapes" até 2023.
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