Nissan testa motor híbrido para fazer Kicks andar 1.000 km com um tanque
Resumo da notícia
- Teste está sendo feito com Note E-Power (híbrido)
- Motor 1.2 a combustão abastece gerador de energia
- Gerador de energia abastece baterias
- Baterias movimentam rodas, não o motor a combustão
- SUV grande híbrido também está previsto
Em Interlagos, templo do automobilismo brasileiro, a principal meta era, digamos, mecânica. Elétrico mais vendido do mundo, Nissan Leaf estava por lá para matar a saudade, o dirigimos no Japão em 2017.
A estratégia da Nissan é começar a vendê-lo em sete concessionárias -- posicionadas inicialmente no Sul/Sudeste, ficando o Nordeste para segunda etapa.
Depois do elétrico, o SUV X-Trail híbrido, dono do estande da marca no Salão do Automóvel, e agora, na pista, em teste. A garantia de que será vendido no Brasil é certa, mas apenas para 2020.
Já o Nissan Note, carro mais vendido no Japão no ano passado, marcou presença no evento que eles batizaram de "Café Elétrico". Com direção à inglesa (volante do lado direito) e boa dose de ousadia da Nissan, provocou a indagação: o que um monovolume compacto está fazendo por aqui?
Já escrevo. Pense bem, você tem uma chance de dizer que é teste de mercado. Mas não é. O Note guarda embaixo do capô o novo conjunto mecânico elétrico chamado de "E-Power". Essa mecânica servirá ao Kicks 2020/2021 no Brasil. Internamente, elementos do Kicks e do Leaf são comuns, com boa dose de compartilhamento de peças -- UOL Carros já mostrou como o Note serviu de base no desenvolvimento do Kicks.
Proposta se torna parte importante na meta de venda de 1 milhão de veículos eletrificados por ano a partir de 2022 em todo mundo.
Como funciona o E-Power
O sistema E-Power pode ser confundido com um conjunto híbrido convencional. Mas vamos explicar como eles, da Nissan, dão o exemplo: há um motor a combustão e outro elétrico. No entanto, o primeiro serve apenas para gerar eletricidade para o segundo.
Ele alimenta um gerador que está ali apenas para carregar a bateria. Esta, sim, entregará a energia para mover as rodas do veículo. O E-Power foi desenvolvido com base na tecnologia do Leaf.
O motor a combustão 1.2 de três cilindros somado ao elétrico tem 109 cv e 25,9 kgfm. A dupla de energia agradou principalmente pela tecnologia onde as rodas são impulsionadas pela parte elétrica que regenera tanto na frenagem, quanto na retirada do pé do pedal do acelerador.
A autonomia, de acordo com a engenharia, chega aos 1000 km com o uso do tanque de 47 litros. Isso porque o etanol ou a gasolina servem de abastecimento ao propulsor que gera força para o elétrico. Destaco a alavanca do câmbio com posições Drive e Ré. A parada da transmissão (P de "Parking") é feita pelo botão da alavanca. O freio de mão é manual e também não vejo problema nisso.
* Jorge Moraes é jornalista, influenciador digital, jurado do Prêmio UOL Carros e fala sobre tecnologia em automóveis.
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