Volvo contrata 300 e eleva investimento em R$ 250 milhões no PR
Resumo da notícia
- Suecos decidem ampliar investimento no Brasil
- Aporte anunciado antes era de R$ 1 bilhão entre 2017 e 2019
- Ideia é ter ampliar produtividade para não perder negócios
- Empresa cresceu 80% em 2018 e acredita que poderia ter ido além
Depois de ampliar suas vendas em quase 80% no ano passado, e de não ter crescido mais em razão da falta de capacidade produtiva, a Volvo Caminhões e Ônibus anunciou na quarta-feira (13) investimentos de R$ 250 milhões e contratação de 300 funcionários para ampliar a produção na fábrica de Curitiba (PR) neste ano.
O grupo tinha em andamento um plano de aporte de R$ 1 bilhão para o período de 2017 a 2019, mas decidiu antecipar o novo investimento. A maior parte do valor adicional será gasta em 2020, principalmente em novos produtos, informa o presidente da Volvo América Latina, Wilson Lirmann.
"Esse é um momento de otimismo com a recuperação da economia, melhora do nível de empregos e da confiança", diz o executivo. "Muitos investimentos começam a ser destravados em vários tipos de negócios e precisamos acompanhar esse movimento".
Segundo Lirmann, a empresa também voltou a operar com rentabilidade no ano passado, depois de dois anos seguidos de prejuízos e um de equilíbrio. Ele não revela montantes, mas ressalta que a matriz na Suécia espera que, de agora em diante, a subsidiária local gere o suficiente para bancar suas operações e investimentos.
Focada na produção de caminhões de grande porte -- usados, por exemplo, nos setores de agronegócio e mineração --, a Volvo vendeu 10.642 unidades no ano passado nos segmentos classificados como pesados e semipesados, com capacidade de transportar mais de 16 toneladas de carga. O mercado total desses produtos cresceu 63%, somando 52,6 mil unidades.
Para este ano, a Volvo prevê nova alta de 30%, para cerca de 68 mil caminhões de todas as marcas, porcentual que a marca dever acompanhar.
Segundo Alcides Cavalcante, diretor comercial da montadora, no ano passado a fábrica estava "sem capacidade suficiente" para dar conta de toda a demanda, que ficou acima do esperado pelo setor. Somando as exportações para a América Latina, a fábrica paranaense produziu cerca de 15 mil caminhões.
Com as 300 contratações, que eleva para 3,7 mil o total de funcionários da fábrica, a Volvo vai ampliar o segundo turno de trabalho na linha de caminhões. No período da crise, o quadro total de trabalhadores foi reduzido a 2,8 mil pessoas.
"Agora estamos retornando ao patamares do pré-crise", diz Lirmann.
As vendas de ônibus urbanos e rodoviários da marca somaram 430 unidades, 26% a mais do que em 2017. O mercado total cresceu 28,3%, para 15 mil unidades, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Incluindo os segmentos de semileves, leves e médios, foram vendidos no ano passado 75.987 caminhões, um crescimento de 46,3% em relação ao ano anterior, também segundo a Anfavea.
Autônomos
O presidente da Volvo diz que espera ampliar neste ano o mercado do caminhão autônomo VM, que teve sete unidades vendidas no ano passado para o Grupo Usaçucar, de Maringá (PR), para uso na colheita da cana-de-açúcar.
"Temos mais interessados, mas ainda estamos negociando", informa Lirmann. O veículo foi desenvolvido no Brasil com ajuda de técnicos da matriz e tem "nível 3 de automação" -- se movimenta por conta própria, em um traçado, mas o condutor precisa estar ao volante para assumir o controle em situação de risco.
O grupo já dispõe de veículos totalmente autônomos (que se movem sem motoristas) operando em minas subterrâneas e de calcário na Suécia e na Noruega. Já os veículos 100% elétricos da marca estarão disponíveis na Europa a partir deste ano e, por enquanto, não há planos de introduzi-los no Brasil, afirma Lirmann.
A Volkswagen, do grupo Traton, já vende no país caminhões elétricos, mas de pequeno porte, que serão usados inicialmente no transporte de bebidas.
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