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BMW vai aposentar modelos e cortar custos por conta de gastos com elétricos

BMW Série 3 GT será um dos modelos descontinuados; Marca Mini pode deixar a Inglaterra - Divulgação
BMW Série 3 GT será um dos modelos descontinuados; Marca Mini pode deixar a Inglaterra
Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

21/03/2019 07h00

Resumo da notícia

  • Alerta amarelo soou na matriz do Grupo BMW
  • BMW vai reduzir gastos com carros de menor sucesso
  • Mini pode ser movida da Inglaterra para outro país
  • Por ora, não haverá demissão de funcionários

A BMW terá de cortar 12 bilhões de euros (R$ 51 bilhões) em custos, ainda este ano, para compensar gastos sem precedentes em veículos elétricos, bem como o impacto de conflitos comerciais por conta de lucros que deverão ser bem menores do que o esperado.

Segundo informações de agências internacionais, o BMW Group (que envolve, além da marca-mãe, Mini, Rolls-Royce e a divisão de elétricos i) recebeu alerta de que seus ganhos brutos em 2019 cairão mais de 10%, bem abaixo do nível do ano passado.

O corte de custos vai incluir um programa de priorização de modelos (quais serão desenvolvidos neste momento e quais serão deixados de lado), redução de tempo de lançamento de algumas linhas (com uso maior de testes e simulações digitais e menos testes de campo), mas sem mexer no tamanho da base de trabalhadores (sem demissões ou contratações) por ora.

A BMW disse na semana passada que não construirá um sucessor do Série 3 GT, "apesar de um bom nível de demanda". Outras versões derivativas também serão cortadas, disse a empresa, sem especificá-las. A empresa disse que vai eliminar cerca de metade de suas variantes de motores a partir de 2021. Há ainda a ideia de aproveitar a aceitação de possíveis projetos, que podem render mais do que os 12 bilhões de euros até o final de 2022.

"Entre outras economias, simulações digitais e validação virtual poderiam eliminar a necessidade de cerca de 2.500 protótipos, que são caros, até o ano de 2024", disse a BMW.

Desafios globais mexem até com a Mini

A BMW é afetada por questões comerciais, como as tarifas extras sobre veículos fabricados em Spartanburg (EUA) e embarcados para a China. Além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor taxas sobre carros fabricados na Europa exportados para os EUA.

Preocupações com o Brexit e vendas no Reino Unido também estão no radar e podem levar à mudança da Mini de Oxford (Inglaterra) para outros lugares da Europa..

Há ainda os desafios de maiores gastos com carros eletrificados, enquanto os esforços para cumprir com as regulamentações de emissões de carbono mais rigorosas também aumentarão os custos de fabricação.

"Nossa indústria está testemunhando uma rápida transformação", disse o diretor financeiro Nicolas Peter. "Um alto nível sustentado de lucratividade é crucial se quisermos continuar impulsionando a mudança".

Novos modelos

Veículos novos como o BMW X7 e o novo Série 3 impulsionarão os negócios no segundo semestre para ajudar a gerar crescimento em todas as principais regiões de vendas, disse a BMW. Mas as entregas da montadora caíram 2% até fevereiro, já que as vendas europeias caíram pelo sexto mês consecutivo.

BMW lançará ainda o novo Série 1 no final deste ano e o novo Série 2 Gran Coupé (rival do Mercedes-Benz CLA) estreia no Salão de Los Angeles e surge no início de 2020. Os carros usarão a arquitetura de tração dianteira da BMW, que é usada em veículos como BMW X1, X2 e Mini Countryman.

* Com informações de Bloomberg, Reuters e Automotive News

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