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Carros elétricos e híbridos exigem mão de obra especializada na manutenção

Carros eletrificados exigem mão de obra especializada; na foto, o híbrido VW Golf GTE - Fabricio Bomjardim/Brazil Photo Press/Folhapress
Carros eletrificados exigem mão de obra especializada; na foto, o híbrido VW Golf GTE
Imagem: Fabricio Bomjardim/Brazil Photo Press/Folhapress

Thais Villaça

Especial para o UOL, em São Paulo (SP)

21/03/2019 12h42

Resumo da notícia

  • Reparo em veículo eletrificado exige treinamento específico
  • Oficina também tem de ser adaptada
  • Bateria de alta voltagem traz risco ao mecânico
  • Frota de elétricos e híbridos ainda é pequena no Brasil

Ainda é pequena a frota de carros híbridos e elétricos rodando no Brasil, cujos proprietários precisam de atendimento especializado quando se trata de manutenção e reparo desse tipo de veículo. Concessionárias e oficinas independentes devem começar a se preparar e investir em treinamentos e equipamentos para dar conta dessa demanda, já que a tendência é que carros eletrificados se tornem cada vez mais populares no futuro.

Mesmo países mais relevantes no mercado de híbridos e elétricos sofrem com a falta de mão de obra especializada. Recente estudo do IMI (Institute of the Motor Industry), na Inglaterra, revelou que 97% dos mecânicos do país não estão qualificados para trabalhar em carros elétricos, especialmente no que se refere a lidar com sistemas de alta tensão -- e as exigências específicas relacionadas à segurança. Ainda de acordo com o levantamento britânico, a grande maioria dos 3% restantes são empregados das próprias fabricantes, o que limita muito as opções de serviços para atuais proprietários e eventuais futuros compradores.

"Os modelos híbridos e elétricos possuem características construtivas mais modernas, e cada modelo tem particularidades que impõem desafios de reparação. Por isso, é fundamental que mecânicas invistam em treinamentos técnicos especializados para aprimorarem o seu conhecimento e manuseio destes novos veículos", afirma Emerson Feliciano, superintendente técnico do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária).

Alta tensão requer treinamento

Além do treinamento dos técnicos, é preciso também adaptar as oficinas para que não aconteçam acidentes causados pelas baterias de alta tensão, que pode chegar a 600 volts ou até acima disso. Os choques elétricos podem ser fatais caso não sejam seguidos os procedimentos para desativação da bateria e dos demais componentes energizados. "É primordial que a oficina se preocupe com o local em que o veículo será desmontado, que precisa estar isolado de água e demais condutores de energia elétrica", completa Feliciano.

De acordo com o Cesvi, uma série de itens deve ser considerada na hora de escolher uma oficina, cuidado que deve ser ainda maior se o carro for elétrico ou híbrido. Além de qualificação técnica e maquinário próprio para o reparo especializado, é fundamental verificar se o local tem toda a documentação em ordem, como alvará de funcionamento, licença ambiental e vistoria do Corpo de Bombeiros. É preciso também pedir um orçamento antecipado, com explicações detalhadas sobre os serviços que serão feitos no veículo e as peças substituídas, e conferir se a oficina oferece garantias.

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