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Novo Range Rover Evoque chega por R$ 270 mil, com motor que polui mais

Ricardo Ribeiro

Colaboração para o UOL, de Kranidi (Grécia)

25/03/2019 07h00Atualizada em 06/04/2020 23h29

Resumo da notícia

  • Preços ficarão entre R$ 270 mil e R$ 320 mil
  • Motores são os mesmos do Jaguar E-Pace
  • Configuração P300 (300 cv, gasolina) chega antes
  • Configuração P250 (250 cv, flex) vem depois
  • Evoque 2020 estreia importado; fabricação em Itatiaia (RJ) fica para depois

UOL Carros testou a segunda geração do Range Rover Evoque, que chega ao Brasil em julho, inicialmente importado da Inglaterra, com preços entre R$ 270 mil e R$ 320 mil. No entanto, as principais novidades do modelo — versão com motor a combustão com sistema híbrido leve (bateria de 48 volts que dá força extra ao motor a 2.0 a combustão, 4-cilindros, e reduz consumo e emissão de poluentes); e versão híbrida plug-in (3-cilindros, 1.5 a gasolina somado a gerador e bateria maior, potência de 200 cv e 80 km no modo elétrico) — serão apenas para inglês ver. Ingleses, europeus e norte-americanos.

No Brasil, o novo Evoque chega com motores antigos, já usados do Jaguar E-Pace: gasolina de 300 cavalos; flex, de 250 cv. Um pouco mais à frente chegam as versões diesel. Equipamentos das versões brasileiras ainda serão confirmadas, e também isso pode divergir do carro europeu.

É estranho, porque a nova geração estreia a "Arquitetura Transversal Premium. A plataforma foi desenvolvida já pensando no híbrido leve e em sistemas eletrificados mais complexos. Ela já considera as baterias no assoalho do SUV, é mais leve e resistente e permite conectividade extrema.

É entranho porque o Evoque 2 começa a chega apenas importado, o que não implicaria custos adicionais de fabricação neste momento. Pode ser que a configuração híbrida estivesse fadada a pagar mais IPI por conta da "pegadinha" que já fez a Mercedes-Benz derrapar. Mas a Jaguar Land Rover não abre o jogo, nem explica os motivos. Não diz, sequer, se e quando começará a fabricar a nova geração em Itatiaia (RJ). A produção do Evoque 1 está em vias de encerramento.

Em conversa com executivos ingleses e brasileiros, UOL Carros colheu as únicas justificativas da empresa:

"O híbrido leve tem um custo adicional e depende da estratégia de mercado. Não posso falar especificamente sobre as decisões para o Brasil, mas sei que serão produzidas configurações do Evoque sem o mild hybrid para atender mercados menos sensíveis a questões de consumo de combustível", afirma Peter Bingham, engenheiro-chefe da nova plataforma.

Durante o test-drive do novo Evoque, Paulo Manzano, gerente de marketing e produto da Land Rover no Brasil, descartou híbrido leve e híbrido plug-in: "Não vai, neste primeiro momento, mas a marca está estudando levar e não descarta fazer isso no futuro. E vale para os dois", completou.

Range Rover Evoque 2020 motor - Divulgação - Divulgação
Evoque 2 tem híbrido leve ("mild hybrid) para reduzir gasto e poluição e ampliar força. Mas só lá fora
Imagem: Divulgação

Como anda o Range Rover Evoque 2020

Guiamos o novo Evoque 2.0 gasolina de 249 cv e 37,2 kgfm de torque por 400 quilômetros em trechos urbanos, rodoviários e de montanha, na Grécia. Esta motorização tem praticamente a mesma potência e força do motor usado com o Jaguar E-Pace Flex, no Brasil. A diferença, além de não aceitar etanol, está na presença do híbrido leve.

A bateria de 48 volts não movimenta diretamente o veículo. Ela funciona como alternador reforçado: faz start/stop nas paradas, ajuda em saídas e acelera o enchimento do turbo a baixas velocidades. Segundo a Jaguar Land Rover, isso permite desligar o motor em velocidades abaixo de 17 km/h, reduzindo o consumo em 6% e as emissões em 8 g/km.

De quebra, gera até 14,27 kgfm de torque com eletricidade. A recarga vem da regeneração das freneagens e de um conversor no sistema — algo semelhante ao EQ Boost do novo Mercedes-Benz Classe C.

O desempenho é digno de elogios: o híbrido leve que será negado ao Brasil deixa o motor mais eficiente e suave, além de elevar a força do SUV. Arquitetura e suspensão inéditas dão salto de evolução em estabilidade e condução dinâmica, bem como elevação em conforto (alvo de críticas para o Evoque 1).

Cruzando corredeiras e sequencias intrincadas de buracos a altitudes oscilantes, o Evoque demonstrou não só fibra e torque, mas também ótima estabilidade. A plataforma é 13% mais rígida, com mistura de alumínio e aço, tem entre-eixos 21 mm maior. A nova suspensão tem buchas hidráulicas diferentes nos braços de apoio da suspensão dianteira, reduzindo os trancos em pisos irregulares, característicos de veículos focados em robustez, para menor passagem de vibrações em alta velocidade para o volante. Na traseira, sistema traseiro integral link melhora controle e agilidade.

O novo Evoque também pode ter suspensão adaptativa, opcional no carro a gasolina. O sistema combina os sensores para monitorar continuamente o terreno e se adaptar automaticamente. Também não há confirmação se isso estará no pacote brasileiro.

Nas rodovias, a rolagem de carroceria é baixa para um modelo de seu porte, mesmo em trechos de sucessivas curvas sinuosas. Ainda assim, o novo formato do Evoque o deixa suscetível às fortes rajadas de vento, como as enfrentadas na costa do mar Egeu.

A direção é direta, mas um pouco mais de firmeza a velocidades elevadas cairia bem. Nas manobras, pouco giro no volante já entrega um bom movimento, aumentando o conforto do motorista. O câmbio automático de nove marchas segue com trocas ágeis.

Por fim, há o Terrain Response mais robusto, com a eletrônica ajustando o carro para melhor enfrentar diferentes tipos de terreno. Saída é mais suave e sem gap, em ladeiras, com o modo de automatização da aceleração. Também há controle de velocidade de cruzeiro para off-road.

A tração integral, além de distribuir continuamente o torque entre dianteira e traseira, agora também diferencia entre cada uma das rodas de trás — ou desconecta totalmente a força na traseira para reduzir consumo e poder retomar em fração de segundo para não perder o grip. Chamado de Active Driveline, este sistema também é opcional das versões mais potentes.

Range Rover Evoque 2020 - Divulgação - Divulgação
Novo Evoque é um mini-Velar, mas suspensão melhorou uso e conforto
Imagem: Divulgação

Evoque perdeu personalidade?

Quando chegou em 2010, a primeira geração do Evoque veio para "quebrar" o visual da Land Rover e rejuvenescer a marca. Era diferente de tudo que estava em e fugia das fórmulas similares do período para SUVs.

Agora, com a marca enquadrando o modelo na nova family face, muito do caráter se perdeu. A similaridades com o Velar, em itens como farol, grade, lanternas traseiras e a maçaneta retrátil, são evidentes. Gerry McGovern, chefe design, discorda. O criador defende que o novo Evoque continua a jornada do anterior e combina refinamento com diversão.

Na qualidade de cabine, porém, ser igual ao Velar é um ponto para o novo Evoque. O acabamento, incluindo montagem e formação, está mais refinado. Na primeira geração, o vidro minúsculo comprometia a visibilidade e passageiros batiam a cabeça no teto. Agora, as linhas de Velar (Sorry, Gerry!) deram mais folga e visão, que também melhorou na dianteira.

Há duas telas sensíveis ao toque, de novo imitando o Velar, o que facilita interagir com as funções do carro e as câmeras (laterais, traseiras e para o solo, úteis em trilhas complexas). A tela de cima pode mostrar navegação, telefone e multimídia, enquanto a de baixo alterna funções de controle do veículo, com botões de acesso rápido e que alternam funções automaticamente, conforme o menu escolhido.

Ficha técnica

Range Rover Evoque SI4 AWD 2020
Motor: 2.0 Ingenium, gasolina, turbo, MHEV (híbrido leve)
Potência: 249 cv, 5.500 rpm
Torque: 37,2 kgfm, 1.300 - 4.500 rpm
Câmbio: automático, nove marchas
0-100 km/h: 7,5 s
Velocidade máxima: 230 km/h
Dimensões: 4,37 m de comprimento, 2,68 m de entre-eixos
Porta-malas: 591 litros
Preços: R$ 270 mil a R$ 320 mil (a confirmar)

Jaguar E-Pace usa mesmo motor do Evoque

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