Fiat Argo Trekking é o novo Adventure e chega por R$ 58.990 com motor 1.3
Resumo da notícia
- Lançamento é manual, mas terá opção CVT ou automática convencional
- Versão Trekking não terá transmissão automatizada GSR
- Vão livre do solo aumentou 4 cm
- Pneus de uso misto vêm com rodas de aço; liga leve é opcional
- Ka Freestyle, Onix Activ, HB20X e Yaris X-Way são rivais
Sem lançar carro novo de fato desde o início de 2018, com o Cronos, a marca agora aposta em uma espécie de "Adventure Nutella". Trata-se do Argo Trekking, que chega a partir de R$ 58.990. Esse preço corresponde à cor sólida preta, única opção que não traz custo extra.
O lançamento custa R$ 5.300 a mais que a versão Drive com o mesmo conjunto mecânico: motor 1.3 8V de 109 cv e câmbio manual de cinco marchas. A receita é quase a mesma dos antigos Adventure.
A Fiat informa que futuramente o Trekking será oferecido também sem pedal de embreagem e a transmissão não será a automatizada GSR: estão em testes inédita opção CVT, com relações infinitas de marchas, e também o câmbio automático convencional de seis velocidades e conversor de torque já disponível nas configurações 1.8 do compacto.
Esse deve ser o grande lançamento da marca italiana no ano. A Fiat promete 15 lançamentos até 2023, mas, para 2019, só é esperada renovação de linha e alguma versão de Mobi ou Uno em alusão à Seleção Brasileira — a montadora assinou patrocínio com a CBF em março. A nova Strada e o facelift da Toro ficam para o ano que vem.
Rodas de liga leve são opcionais
Inexplicavelmente, as rodas de liga leve aro 15" são opcionais que custam R$ 1.590. Ou seja, são rodas de aço que calçam os pneus de uso misto Pirelli ATR 205/60R15. Vale destacar que, exceto o Renault Sandero Stepway, os demais "aventureiros" do mercado já vêm de fábrica com rodas de alumínio.
Mas o restante da receita de bolo para justificar as cifras a mais está também na suspensão 1,8 cm mais alta. Somado aos 2,2 cm dos pneus, o resultado é um Argo 4 cm mais elevado que as versões normais, com um vão livre de 21 cm, igual ao de um Jeep Renegade. O modelo vem acompanhado de novo acerto de suspensão.
Apesar da ausência dos aros de liga leve, o Argo Trekking precisa parecer Adventure. Teto, spoiler e capas dos retrovisores pintados de preto, adesivo escurecido no capô, barras superiores e adesivos nas laterais e na traseira com o nome da configuração são alguns dos aparatos estéticos.
Chamam a atenção a ponteira de escapamento esportivo herdada da versão HGT 1.8 e a logomarca escurecida na grade e na traseira. Os faróis têm luzes diurnas de LEDs e as molduras das caixas de roda também são pretas.
Equipamentos da versão Drive 1.3
Por dentro, padrão escurecido de acabamento e bancos com a inscrição Trekking com costuras aparentes na cor laranja. As saídas de ar são cromadas.
Os equipamentos são os mesmos da Drive 1.3. A Trekking recebe de série a central multimídia com tela de sete polegadas que espelha celular, trio elétrico, ar-condicionado, faróis de neblina entre outros. Mas a câmera de ré também é opcional, por R$ 700 extras.
Desta forma, a Fiat quer colocar o Argo para brigar com modelos pseudo-off-road que geralmente são menores: Chevrolet Onix Activ, Hyundai HB20X e Ford Ka Freestyle. Mais moderno é o Toyota Yaris X-Way. E em termos de espaço, o Renault Sandero Stepway seria um rival.
Primeiras impressões
O primeiro e principal aspecto a se destacar na avaliação do Argo Trekking é justamente o que o acerto na suspensão e a altura mais elevada impactam no desempenho do carro. A Fiat fez um pequeno percurso com quase 20 km em estrada no interior paulista, mas a parte que interessa mesmo é o circuito de terra.
Claro que nos deparamos com um trajeto sob risco calculado — não custa lembrar que o Argo Trekking só tem pretensões fora de estrada e não foi projetado para trilhas. Justamente o trecho que mescla terra, pedrinhas e um pouco de lama é o máximo que a versão aventureira se permite.
Pelo menos, permite-se muito bem. A nova calibragem dos amortecedores e a altura 4 cm superior fazem a diferença e conferem ao hatch uma performance em pistas sem asfalto que remete aos Adventure do passado.
O som das pedrinhas batendo na parte interna das caixas de rodas dá o tom e é possível acelerar o Argo Trekking sem medo na via de terra e com pequenas ondulações. A suspensão firme e reforçada filtra bem as imperfeições e a Fiat diz que trabalhou para filtrar as trepidações, mais perceptíveis nos Adventure.
Funcionou. A cabine sacoleja pouco e o volante tem nível de vibração normal — não parece um chocalho. Os pneus de uso misto ajudam a segurar o Argo e complementam a robustez necessária. Nos buracos "normais" dá para passar sem medo, encorajados pelo vão livre de mais de 21 cm.
A condução fica divertida nas curvas. O Argo Trekking dá suas sambadas nas curvas quando se pisa mais forte no acelerador e por um momento — muitíssimo breve — você pode se sentir em algo próximo de um carro de WRC — o campeonato mundial de rali.
Exageros à parte, o Argo Trekking mantém aquela boa dirigibilidade que o destacou desde o lançamento. Apesar do volante grande para um hatch compacto, a posição de dirigir agrada e os comandos ao alcance do motorista facilitam a vida a bordo.
O nível de acabamento se mantém superior a muitos modelos do segmento dos tais chamados compactos premium. Além do revestimento que aparenta bastante qualidade, o padrão interno mais escurecido do Trekking, com os bancos com costuras aparentes e os cromados nas saídas de ar passam um ambiente mais agradável.
Ficha técnica
Motor: 1.3, quatro cilindros, flex
Potência: 109 cv a 6.250 rpm
Torque: 14,2 kgfm a 3.500 rpm
Máxima: 184 km/h
0-100 km/h: 10,8 s
Consumo: 12,9 km/l (cidade) e 14,3 km/l (estrada). Com gasolina
Dimensões: 4,00 m de comp.; 2,52 m de entre-eixos
Porta-malas: 300 litros
Peso: 1.140 kg
Preço: R$ 58.990
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