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Nissan e Unicamp se unem para acelerar carro elétrico abastecido com etanol

Em pré-venda, elétrico Nissan Leaf empresta conjunto tecnológico como base para desenvolvimento de célula de combustível a etanol - Murilo Góes/UOL
Em pré-venda, elétrico Nissan Leaf empresta conjunto tecnológico como base para desenvolvimento de célula de combustível a etanol
Imagem: Murilo Góes/UOL

Do UOL

Em São Paulo (SP)

26/04/2019 12h00

A Nissan e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) assinaram nesta sexta-feira (26) contrato para pesquisar o uso do bioetanol como uma opção para a mobilidade elétrica. O documento foi firmado pelo presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, e o reitor da universidade, Marcelo Knobel.

O estudo será conduzido pelo Laboratório de Genômica e BioEnergia da Unicamp, reconhecido pela sua experiência em pesquisas com biocombustíveis. Serão feitas análises, pesquisas e o desenvolvimento de produtos e processos relacionados a tecnologias veiculares e biocombustíveis.

Por trás disso está o esforço de viabilizar diferentes formas de alimentação para veículos elétricos. Desde 2016, a Nissan pesquisa soluções alternativas de eletrificação. Na época, a empresa apresentou mundialmente no Brasil o primeiro protótipo equipado com SOFC (Célula de Combustível de Óxido Sólido), utiliza reação eletroquímica do etanol para gerar eletricidade para a propulsão do veículo.

Na ocasião, a fabricante apresentou no país o protótipo e-Bio Fuel-Cell SOFC, baseado na van e-NV200, 100% elétrica, produzida na Espanha e vendida em alguns mercados da Europa. UOL Carros andou no veículo, que promete autonomia de cerca de 600 km gerando eletricidade de um combustível renovável, que compensa as emissões de carbono com o próprio ciclo de produção, baseado na cana-de-açúcar. E tem grande disponibilidade aqui.

Etanol gera hidrogênio, que gera eletricidade

Que fique claro: não se trata de um conjunto híbrido, já que não há combustão. O álcool entra no sistema apenas para produzir, por meio de uma reação química, o hidrogênio, que abastece a célula de combustível em, por sua vez, gera a eletricidade. A combinação dessa com outras duas tecnologias, o motor e as baterias elétricas agora têm como base o conjunto tecnológico do Nissan Leaf -- hatch puramente elétrico que já é oferecido em regime de pré-venda ao consumidor final brasileiro. A autonomia está mantida em 600 km.

"As pesquisas com a Unicamp sobre a evolução e o futuro do etanol contribuem para que a Nissan possa avaliar a viabilidade e o desenvolvimento de novos projetos ligados ao projeto 'Nissan Intelligent Mobility' e, também, acelerar a criação de soluções de mobilidade elétrica no país", afirma Marco Silva, presidente da Nissan do Brasil.

"Essa parceria é particularmente importante por focar em novos usos para o bioetanol, área em que o Brasil é protagonista e que pode assegurar vantagens competitivas para o país na busca pelo desenvolvimento sustentável", diz o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel.

Não é só etanol

No ano passado, a Nissan e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) assinaram memorando de entendimento com o objetivo de estudar soluções para o futuro das baterias usadas de veículos elétricos. Durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro do ano passado, ambas demonstraram na prática uma das possibilidades de uso das baterias de segunda vida do Leaf. Os conjuntos foram utilizados no fornecimento de energia para a iluminação de uma área do estande da marca japonesa.

No começo deste ano, outra parceria, essa com o PTI (Parque Tecnológico de Itaipu) e o Itai (Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação), passou a focar o desenvolvimento nacional de carregadores bidirecionais para veículos elétricos, permitindo que o próprio veículo elétrico compartilhe energia com a casa do consumidor, edifícios comerciais e a rede.

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