Ford anuncia acordo para demitir funcionários da fábrica de São Bernardo
Resumo da notícia
- Plano de demissão contempla compensação financeira por tempo trabalhado
- Acordo coletivo prevê apoio psicológico e requalificação profissional
- Encerramento das atividades fabris no ABC pode ser antecipado
- Unidade tem cerca de 2.800 trabalhadores diretos, diz sindicato
- Funcionários poderão ser contratados por eventual comprador da fábrica
A Ford anunciou nesta terça-feira (30) que fechou acordo coletivo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para o desligamento dos funcionários envolvidos com a produção de veículos na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. De acordo com a fabricante, a depender das negociações com um eventual comprador, o encerramento das atividades de manufatura na unidade poderá ser antecipado. Em 19 de fevereiro passado, a empresa informou a previsão de interromper a fabricação de caminhões e do compacto Fiesta até novembro deste ano.
A montadora afirma que, se a venda da fábrica for concretizada, o novo proprietário poderá contratar os funcionários ou parte deles. Segundo o sindicato, a unidade do ABC hoje emprega cerca de 2.800 trabalhadores diretos. O PDI (Plano de Demissão Incentivada) acertado, por sua vez, contempla compensação financeira definida "com base na combinação de condições empregatícias (mensalistas e horistas) e tempo de trabalho".
O acordo coletivo prevê, ainda, apoio psicológico e programa de requalificação profissional com cursos realizados em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Por decisão da direção mundial da Ford, a companhia decidiu deixar de atuar no segmento de caminhões na América do Sul -- além de produzir o Fiesta, a linha de produção em São Bernardo do Campo é responsável por fabricar os caminhões da linha Cargo, bem como os utilitários F-350 e F-4000, que serão descontinuados e sairão de linha assim que acabarem os estoques nas concessionárias.
"Considero esse processo negocial como exemplar e manteremos de forma contínua o diálogo aberto com todos os envolvidos", disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul.
"Foram mais de 40 dias de luta. Durante todo esse tempo, dialogamos intensamente com a empresa, a sociedade e a matriz da Ford nos Estados Unidos", complementou Wagner Santana, o Wagnão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de acordo com comunicado enviado pela companhia à imprensa.
Imediatamente após a empresa anunciar a decisão de parar a manufatura na fábrica paulista, os funcionários iniciaram greve, que se estendeu por cerca de 40 dias, de 19 de fevereiro a 2 de abril. Durante esse período, nenhum caminhão nem o Fiesta foram fabricados e representantes do sindicato chegaram a se reunir com a alta direção da fabricante nos Estados Unidos, na tentativa de reverter a decisão.
Dentre possíveis compradores está a brasileira Caoa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.