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Tesla é processada por família de cliente morto em acidente na Califórnia

Model X de Walter Huang bateu em uma divisória de estrada americana - Reprodução/Twitter
Model X de Walter Huang bateu em uma divisória de estrada americana
Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo (SP)

02/05/2019 11h18

Resumo da notícia

  • Walter Huang morreu após Model X bater em barreira de concreto a 120 km/h
  • Família diz que falha no funcionamento do modo semi-autônomo causou batida
  • Fabricante afirma que motorista teve tempo para se defender, mas não o fez

A Tesla Motors está sendo processada pela família da vítima de um acidente fatal com um Model X. A batida teria acontecido por uma falha no funcionamento do sistema de condução semi-autônoma Autopilot.

Segundo informações da agência de notícias "Automotive News", o processo foi aberto apenas dois dias depois de outro cliente da Califórnia entrar com uma ação contra a Tesla por "quase" ter perdido a vida quando o seu Model S bateu em uma bifurcação enquanto estava no modo semi-autônomo.

A família de Walter Huang afirma que a fatalidade aconteceu porque "a Tesla estaria testando a versão beta do Autopilot em motoristas reais". O executivo de 38 anos trabalhava na Apple e havia acabado de deixar seus filhos na escola quando entrou em uma rodovia para chegar até o escritório.

Mark Fong, um dos advogados da família, afirma que o veículo saiu da faixa de rolagem em direção a uma barreira de concreto e acelerou de encontro ao obstáculo. "Foi uma falha no funcionamento do Autopilot que tirou sua vida", disse.

O Departamento de Transportes da Califórnia também foi citado como réu por não ter consertado uma barreira de impacto danificada uma semana antes do acidente fatal de Huang.

A Tesla não quis se pronunciar sobre o caso. Porém, um post publicado no blog da empresa dias após o acidente jogou a responsabilidade sobre Huang, afirmando que o motorista teve cinco segundos e 150 metros de distância para reagir, mas não fez nada para evitar a colisão. A fabricante cita informações coletadas na central eletrônica do veículo para se defender.

Uma investigação conduzida pela National Transportation Safety Board (ou NTSB, organização independente que investiga acidentes em rodovias nos Estados Unidos) em junho de 2018 indicou que o Model X de Huang viajava a 105 km/h, logo atrás de outro veículo. Um segundo depois, o veículo começou a ir para a esquerda, embora ainda estivesse seguido o carro à frente. Quatro segundos antes da batida, porém, o caminho estava livre. Então, a três segundos do impacto, o carro acelerou até 114 km/h -- o controle de cruzeiro adaptativo do modo Autopilot (que regula a velocidade se outro veículo à frente estiver mais lento) estava programado para ir até 120 km/h.

A investigação não apontou uma razão para o acidente, mas revelou que não houve nenhuma tentativa de frenagem ou desvio de trajetória. As baterias do Tesla foram danificadas por conta do impacto e o veículo se incendiou rapidamente.

Fong afirmou que sua equipe teve acesso ao veículo após o acidente, mas os dados da central eletrônica estão em propriedade da Tesla, que não quis compartilhá-los com os advogados.

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