Ford dispensa 160 trabalhadores de fábrica de motores de Fiesta e Focus
Resumo da notícia
- Demissões afetam a fábrica da Ford em Taubaté, no interior de São Paulo
- Decisão ainda é reflexo do fim do Ford Fiesta e do Ford Focus
- Ford já havia decidido no início do ano fechar fábrica no ABC paulista
O encerramento da produção do compacto Fiesta, no Brasil, e do médio Focus, na Argentina, bem como a política global de corte de custos, ainda provocam movimentação no quadro de empregos da Ford, que prossegue com programas de demissão voluntária de seus empregados.
Segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (SP) a UOL Carros, o número de dispensados pode chegar a 160 trabalhadores na unidade do Vale do Paraíba. A fábrica emprega 1,3 mil pessoas e é responsável pelos motores de Focus, Fiesta, Ka e Ecosport.
A Ford confirma a UOL Carros "que o Programa de Demissão Voluntária (PDV) tinha como objetivo 160 adesões voluntárias. O programa atingiu a expectativa da Ford em quase a sua totalidade e a empresa ainda conta com um pequeno excedente a ser ajustado, o qual está sendo tratado individualmente, conforme necessidade de adequação ao programa de produção".
O PDV ficou aberto entre os dias 12 de fevereiro e 30 de abril. Foi aprovado em fevereiro e faz parte de um acordo firmado na Justiça entre a empresa e o sindicato. Os que aderiram receberão benefícios como o pagamento de um acréscimo de 0,83% do salário por ano trabalhado, de acordo com a entidade sindical.
Em janeiro desse ano ocorreram 12 demissões na unidade de Taubaté e houve greve de três dias. Segundo o sindicato, as dispensas foram feitas fora das negociações com o comitê sindical da Ford. O impasse foi parar no Tribunal Regional do Trabalho em Campinas.
Um acordo judicial foi assinado em fevereiro para tentar evitar novas dispensas. Um dos pontos do acordo foi o congelamento de salários e a redução na jornada com desconto proporcional no pagamento.
PDV começou pela Bahia
Em abril, a Ford promoveu o primeiro corte não diretamente ligado ao fechamento da fábrica de caminhões e do compacto Fiesta, no ABC Paulista, que levou ao desligamento de 3 mil operários. Foi o PDV da fábrica de carros de Camaçari (BA), unidade que produz Ka e EcoSport -- a Ford não informou o total de vagas a serem fechadas na ação de demissão voluntária.
Historicamente a quarta grande fabricante do país, a Ford teve participação nos últimos anos girando em torno do 9% de mercado de carros de passeio e comerciais leves. Em 2019, porém, a participação caiu e a marca ocupa a sexta posição para carros de passeio, ou quinta quando se computa dados também de comerciais leves.
Jim Hackett, CEO global da Ford, planeja reestruturação focada na mudança da linha de atuação, mas também corte de até US$ 25,5 bilhões em custos até 2022. Além disso, ordem é ampliar margem de lucro a 8%. No Brasil, além do compacto Fiesta, o médio Focus já teve sua aposentadoria anunciada, sendo que o Fusion deve ter o mesmo destino em mais alguns anos.
A Ford sonda o mercado nacional para a adoção de linha de SUVs médio-compacto (o Escape 2020 é forte candidato) para ocupar o lugar do Focus. Há ainda planos de ter outro SUV médio para atender o mercado oriundo dia sedãs, além da nova geração do compacto EcoSport e mesmo de um novo modelo compacto para atrair os órfãos do Fiesta.
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