Hyundai esnoba Google, Apple e Amazon: vai fazer carro inteligente sozinha
Resumo da notícia
- Fabricante está montando divisão digital no Vale do Silício
- Ideia é desenvolver Inteligência Artificial e serviços de mobilidade
- Coreana não quer abrir mão do controle dos dados de seus motoristas
Hyundai não tem planos de usar plataformas associadas a Google, Amazon ou Apple para compartilhar dados sobre o carro e sobre seu trajeto. Em Seul (Coreia do Sul), durante a pré-apresentação da nova família HB20, o vice-presidente do Laboratório de Pesquisa de Inteligência Artificial da Hyundai, Jeong Hee Kim, foi claro em afirmar que a montadora terá o seu próprio caminho e vai gerir por conta os dados dos motoristas de seus carros.
"O futuro é privado", declarou no começo do mês o executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg. Será em meio a essa nova corrente de gestão de dados por conta, que a Hyundai deverá caminhar também. A fabricante que produz 1,41 milhão de unidades por ano somente no complexo industrial de Ulsan, vai usar ferramentas de IA (Inteligência Artificial) para produzir e multiplicar a nova geração de produtos com áreas de tecnologia, mobilidade e engenharia.
A ferramenta é um importante avanço para a indústria, considera Jeong Hee Kim. IA será o cérebro na criação dos futuros carros e serviços, que desenvolverão estrutura de linguagem própria conectando o cliente e sua maneira de falar e agir.
A Hyundai desenvolve um programa em tempo real de multilinguagem sem depender de Alexa, Assistente Google ou Siri. A promessa é entender diferentes vozes, de diferentes idiomas, para facilitar o serviço. Para isso, a montadora já está se associando ou comprando diversas start-ups no Vale do Silício (EUA), onde também vai abrir escritório próprio. Por exemplo, a Sound Hound, criada para atuar no reconhecimento de voz. A Stradvision identifica a visão, importante aliada para a condução autônoma.
"Vamos focar nas necessidades dos clientes, faremos da prestação do serviço, a nossa plataforma. Essa é a visão da marca para o futuro produzindo carros, mais mobilidade, mais solução de serviços".
Rivais de EUA e China já se conectaram
Tarefa semelhante ao que a Hyundai está desenvolvendo só agora já foi feita pela Amazon. O Echo Auto, lançado em janeiro na CES (feira de tecnologia em Las Vegas), está integrado a carros da BMW, Ford, Audi e Toyota e permite conexão com o veículo e aplicativos de dentro e fora da plataforma do Amazon.
O dispositivo de IA promove não só conexões entre motorista e automóvel, mas entre esses dois e a casa. Sim, garagem inteligente!
Bom destacar que ele não atua de forma direta no infotainment do carro, que ainda podem se conectar a opções como CarPlay ou Android Auto.
Por viver sem Google e Facebook ou qualquer um dos gigantes ocidentais de tecnologia, chineses e sua indústria automotiva também estão criando também ferramentas de IA que representarão um obstáculo e tanto a titãs como Apple, Amazon e as empresas já citadas.
Em Xangai, no salão chinês, a Chery apresentou a inteligência artificial na prática com o Lion, sistema que será lançado no Brasil, no fim do ano, com o Tiggo 8. O Lion atua até no reconhecimento facial do motorista, assim como faz o BMW Série 3.
E quanto ao 5G?
Pudemos experimentar o novo padrão de dados em celulares e tabletes em lojas especializadas de Seul. A velocidade é de um carro 3.0 turbo contra um 1.0 aspirado, comparada à atual 4G aplicada no Brasil. Imagine um arquivo de vídeo que leva 4h ou mais para ser enviado. Com 5G, você tem a chance de fazer isso em menos de 20 segundos.
Por isso, o 5G é de grande importância para a condução autônoma. Com tanta velocidade, praticamente instantânea, a nuvem de dados será a base real de dados das informações não só dos sistemas de navegação, como de entretenimento. O sistema dos carros estará conectado o tempo todo e o usuário/motorista vai comandar tudo pela voz.
Nesse ponto, a Hyundai poderá usar o que está no mercado, disse, Jeong Hee Kim, ou desenvolver o próprio hardware de ligação homem/máquina mais tarde. Quando tudo isso vai começar? Ele acredita que nada será visto antes de forma concreta antes do intervalo entre 2025 e 2030.
* Jorge Moraes é jornalista, influenciador digital, jurado do Prêmio UOL Carros e fala sobre tecnologia em automóveis
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