Testamos: Híbrido, novo Porsche Cayenne Turbo S chega a 680 cv
Resumo da notícia
- Porsche Cayenne Turbo S E-Hybrid 2020 é o 2º SUV de série mais potente do mundo
- Venda no Brasil abre nesta semana, por R$ 946 mil
- Sistema combina V8 biturbo a gasolina e motor elétrico
- Apenas com eletricidade, modelo roda até 40 km e atinge 135 km/h
- Será o utilitário topo de linha da marca Porsche
Muita gente ainda torce o nariz para a eletrificação. Apaixonados por performance, em particular, têm dificuldade de ver compatibilidade entre sistemas de redução de poluentes e desempenho. O Porsche Cayenne Turbo S E-Hybrid 2020 prova o contrário. UOL Carros testou a novidade, que começa a ser vendida no Brasil a partir de hoje, por R$ 946 mil.
O utilitário esportivo é o modelo de maior sucesso da Porsche e chepga a sua nova geração apostando na melhora do sistema de propulsão híbrido plug-in. Híbridos plug-in combinam um com motor a combustão e um elétrico, abastecido por uma bateria que pode ser recarregada em estações especiais ou tomadas convencionais.
No início deste mês, a Porsche começou a oferecer no Brasil o Cayenne E-Hybrid, com um 3.0 V6 a gasolina de 340 cv e um elétrico de 100 kW (136 cv) para entregar 462 cv e 71 kgfm. Agora é a vez da opção mais potente, a Turbo S, ganhar a versão com propulsão híbrida.
No Cayenne Turbo S E-Hybrid, o mesmo motor elétrico atua com o 4.0 V8 biturbo a gasolina de 550 cv para oferecer uma potência combinada de 680 cv e torque de 91,7 kgfm. Tudo integrado à transmissão automática Tiptronic S de oito velocidades.
O híbrido perde apenas para o Jeep Grand Cherokee Trackhawk, e seu V8 6.2 supercharger a gasolina de 771 cv, e empata com a versão mais forte do elétrico Tesla Model X. Cayenne Turbo S E-Hybrid ainda supera "colegas" do grupo Volkswagen, como Lamborghini Urus (650 cv) e Bentley Bentayga Speed (635 cv).
Como anda o Cayenne Turbo híbrido
Dirigimos o Cayenne Turbo S E-Hybrid por cerca de 200 km, de Dusseldorf, no oeste da Alemanha, até a pequena Bilzen, na Bélgica. As respostas do sistema de propulsão e o comportamento da carroceria nos fazem esquecer que estamos a bordo de SUV de porte médio e híbrido.
Nas rodovias expressas com trechos sem limite de velocidade, obtivemos reações quase instantâneas às investidas no pedal do acelerador, acompanhadas de trocas ágeis da transmissão. Em velocidade de cruzeiro, um funcionamento suave em 150 km/h e apenas 2.000 rpm. Segundo a Porsche, o conjunto é programado para oferecer o máximo de torque logo acima da marcha neutra e durante a maior parte de seu funcionamento.
O motor elétrico está localizado entre o V8 e a transmissão, interligados por uma embreagem de separação. O funcionamento harmônico não colabora apenas para a redução das emissões e do consumo, mas efetivamente funciona a favor da esportividade.
O Cayenne híbrido tem quatro modos de condução: E-Power, Hybrid Auto, Sport e Sport Plus, acionados por um botão do painel. No E-Power, apenas o motor elétrico movimenta o veículo, com promessa de autonomia de 40 km e a elevada máxima de 135 km/h.
A reportagem atingiu essa velocidade apenas com eletricidade e manteve-se nesta faixa por alguns minutos. Contudo, o consumo da bateria aumentou sensivelmente e uma condução dinâmica prolongada neste modo implica na redução da autonomia.
Em Hybrid Auto, os dois motores estão ativos e o sistema faz uma seleção de maneira inteligente, de acordo com as condições da direção. O funcionamento foi harmônico e eficiente. Em Sport e Sport Plus, o motor a combustão está sempre ligado e o elétrico entra para complementar potência, além de recarregar a bateria para elevar a capacidade de resposta.
"Na busca do esportivo do futuro, passamos a aperfeiçoar o sistema híbrido nas pistas. O resultado mais dinâmico do sistema do Cayenne vem do trabalho que fizemos com o 918 Spyder", explica a UOL Carros Rico Löscher, gerente de SUVs da Porsche.
Obviamente, a dirigibilidade do Cayenne, híbrido ou não, não é a mesma de um 911 outro esportivo menor e mais baixo. No entanto, o mérito é que se aproxima de maneira considerável, mesmo se tratando de um modelo familiar, de espaço interno amplo e centro de gravidade elevado.
Em trechos mais sinuosos, além de direção precisa e direta, o Cayenne apresentou ótima estabilidade e o mínimo de rolagem nas curvas. Um exército de eletrônica garante esse resultado: controle dinâmico de chassi, bloqueio do diferencial traseiro, com distribuição inteligente do torque e suspensão a ar adaptativa, com sistema de gerenciamento ativo. Os 130 kg da bateria no assoalho também colaboram para assentar o utilitário.
Em baixas velocidades, além de funcionar apenas no motor elétrico em muitos percursos, o SUV também não foi arisco ou duro. O conjunto de suspensão manteve o conforto na passagem por pequenas vilas e o bom esterço do volante facilitou manobras - sensores e câmeras de série também ajudaram, é claro.
Há ainda freios de cerâmica de alta performance e rodas aro 21 (rodas 22" e eixo traseiro esterçável são opcionais). Completam o currículo do modelo o 0 a 100 km/h de 3,8 segundos e uma velocidade máxima de 295 km/h. A bateria é recarregada em 2,4 horas nas estações de carga rápida ou em 6 horas na corrente doméstica comum.
O Cayenne Turbo S E-Hybrid 2020 também terá a opção de carroceria cupê, que será disponibilizada para o Brasil nos próximos meses. Com Turbo S e Turbo Coupé E-Hybrid e as versões do sedã Panamera, serão dez modelos híbridos na linha.
Quando a Porsche entrou no segmento de SUVs, alguns fãs reclamaram: utilitários não combinam com esportividade. As vendas mostram que foi uma decisão correta. Então, não é de se espantar que a eletricidade faça um bom casamento com os esportivos da marca. Não apenas no híbrido Cayenne, mas também no full eletric Taycan, que já bate à porta?
Ficha técnica
Porsche Cayenne Turbo S E-Hybrid 2020
Motor: V8 biturbo a gasolina + motor elétrico
Potência: 680 cv
Torque: 91,7 kgfm
Câmbio: automático, oito velocidades
Dimensões: 4,94 m (comprimento), 2,89 m (entre-eixos), 1,99 m (largura), 1,65 (altura)
Porta-malas: 598 litros
Preço: R$ 946 mil
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