Conheça Alex Machado, a voz oficial e o coração do Rally dos Sertões

Ele não pilota os potentes carrões a mais de 200 quilômetros por hora nas perigosas estradas de terra que cortam o Brasil. Também não faz acrobacias de moto e tampouco se aventura ao volante de quadriciclos ou UTVs. Mesmo assim, é uma celebridade no mundo do esporte off-road, levando a emoção das pistas a cada espectador presentes nos eventos.

Alex Machado é a voz oficial do Rally dos Sertões e acompanha a expedição por onde ela passa. Cheio de frases de efeito e, claro, muita simpatia, o locutor conversou com UOL Carros em uma das pousadas que abrigaram os turistas. E revelou como começou sua paixão pelo esporte.

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"Estava na hora certa, no momento certo. E conhecia a pessoa certa. A Simone Paladino, uma das diretoras do evento, junto com o Marcos Moraes, queriam um locutor oficial acompanhando toda a prova. Foi feita uma seleção e tive a felicidade de me tornar o primeiro locutor oficial do Rally dos Sertões".

Alex vive e respira Sertões (como gosta de dizer) sempre que tem a chance. Para ele, "fazer o público das cidades entender o que é esse esporte é a principal missão".

"É passar em uma linguagem popular tudo sobre um rally extremamente técnico. Interagir com a população. E é isso que venho fazendo desde 2000", afirma.

Essa aproximação com a prova também deu a ele uma velocidade impressionante para criar frases de efeito, que raramente deixam de causar impacto imediato em quem as ouve bradá-las a plenos pulmões nos alto-falantes.

"Tenho que transformar emoções em palavras", avisou o profissional, que está em sua 19ª participação de 27 edições da prova.

Alex, claro, solta uma nova pérola ao ser questionado sobre o que é a prova: "Emoção, desafio, superação e velocidade são os condimentos desse grande espetáculo de pilotagem".

Momentos bons e ruins

Ao comentar sobre as edições das quais não participou diretamente, Alex evitou revelar os motivos, mas comemorou o retorno e a atual sequência de seis anos no comando do microfone oficial da prova.

"Fazendo uma analogia com o futebol, por mais que tenha ficado no banco, jamais fiquei de fora. Quando se é picado pelo vírus do Sertões, não existe soro antiofídico que cure. É um 'veneno' muito bom e, enquanto o Sertões existir, mesmo que não esteja presente fisicamente, minha alma seguirá na poeira", sorriu.

Diante de tantas edições narradas, Alex também presenciou momentos de tensão, como os ocorridos logo no prólogo deste ano, quando Caio Castro capotou seu UTV e o piloto de motos Túlio Malta se acidentou. Estes, no entanto, não foram os maiores sustos.

"O Sertões é muito imprevisível e acidentes como esses são inerentes à prova. Mas, para mim, um dos acidentes mais impressionantes do Rally foi com Klever Kolberg e Lourival Roldan atravessando uma ponte com uma picape (Mitsubishi) L200. Levaram tudo. Poste, casa. Foi a mais impactante e arrepiante que tenho, mas, apesar das imagens fortes, todos saíram ilesos".

Lado humano

Alex também é responsável por entregar as premiações dos concursos culturais que envolvem o rali E revelou que se emocionou com a história de um menino que foi premiado com a medalha de melhor redação entre as crianças que participaram de uma das etapas, em Porto Nacional.

"Um menino de 5 anos de idade estava ali no momento da chegada, com toda festa da chegada do Rally na cidade. E se dispôs a contar a história da cidade, que havia escrito, em verso. Ele se emocionou muito enquanto lia e isso mostra a paixão pela velocidade desde pequeno. Uma criança humilde, mas que contou com toda a pureza, sinceridade, muito carinho e lágrimas a História que conhecia dos Sertões. Entendeu o esporte de uma forma muito clara e emocionante. Até tirei uma foto com ele", concluiu.

*Viagem a convite da organização do Rally dos Sertões