Testamos: novo Toyota Corolla GLi não é barato, mas vai além do básico
Resumo da notícia
- Versão de entrada custa R$ 99.990 e vai a R$ 101.940 com pintura metálica
- Sedã trocou motor 1.8 pelo novo 2.0 e evoluiu em dirigibilidade
- Acabamento simples demais é maior deficiência do GLi
O novo Toyota Corolla é previsível, e isso está longe de ser um problema. Quando falamos assim é porque ele entrega exatamente aquilo que você espera de um sedã: conforto, espaço interno e bom desempenho. Surpresas, porém, sempre são bem-vindas e foi isso que acontece na 12ª geração: o carro conseguiu se modernizar e ficar mais jovial sem perder sua essência.
Isso também vale para a versão GLi, que vai além do básico. Ok, tudo tem um preço: a configuração de entrada parte de R$ 99.990. Sim, ele custa R$ 2.090 a mais do que seu arquirrival Honda Civic LX. E parece ainda mais caro quando lembramos que o antigo Corolla GLi Upper saia por R$ 90.990.
Se o preço é mais alto, pelo menos ele entrega um bom pacote de equipamentos. Fazem parte da lista itens como 7 airbags, central multimídia com tela de 8 polegadas com suporte a Android Auto e Apple CarPlay (a mesma das demais versões), controles de estabilidade e de tração e assistente de partida em rampas. Além de ser mais bem equipado do que a antiga geração, frente ao concorrente Civic o Corolla traz airbag para os joelhos do motorista (são 6 bolsas infláveis no rival) e a central multimídia, ausente no modelo de entrada da Honda.
Sensação de simplicidade
Quem olhar o Corolla GLi não vai achar que está diante de uma versão básica - pelo menos do lado de fora. Não há detalhes que entregam a "origem humilde" com exceção do logotipo na traseira.
A mesma coisa, porém, não se pode dizer da cabine. No lugar do revestimento mais suave ao toque dos dedos há plástico rígido monocromático (o antigo GLi Upper apostava em um acabamento bicolor), bem diferente das versões mais sofisticadas XEi e Altis. Já o volante ficou com uma aparência modesta sem os comandos do piloto automático do lado direito - e também não há paddle shifts para trocas de marcha.
Essa também é a única configuração do Corolla a sair de fábrica com comandos do ar-condicionado analógicos. Os painéis das portas são inteiramente pretos, sem apliques na cor preto brilhante ou dois tons. Se serve de consolo, o tecido que reveste os bancos é de bom gosto e o painel, ainda que simples, ganhou uma tela de TFT de 4,2 polegadas no lugar do antigo mostrador de LCD.
Desempenho é ponto forte
Uma das mudanças mais importantes da linha Corolla envolve diretamente a versão GLi. Isso porque o antigo motor 1.8 (de 144 cv / 139 cv e 18,6 kgfm / 17,7 kgfm) que equipava essa versão foi aposentado. Em seu lugar vem o inédito 2.0 flex (o mesmo das versões XEi e Altis), chamado pela empresa de Dynamic Force.
Apelidos à parte, fato é que o conjunto entrega 177 cv se abastecido com etanol e 169 cv quando movido a gasolina. Agrada nas acelerações e trabalha em sintonia com o câmbio CVT que simula 10 marchas. A caixa, aliás, tem uma primeira marcha "mecânica" que impede que o veículo patine nas saídas e parta de forma mais suave.
Algumas modificações, como a redução do centro de gravidade e o aumento de 60% na rigidez torcional, são notadas ao volante. O sedã ficou bem mais gostoso de dirigir, embora ainda não atinja o patamar do Civic, uma das referências na categoria. De toda maneira, não é preciso muito esforço para o Corolla embalar.
O sedã também se mostra muito estável, transmitindo segurança mesmo em um traçado sinuoso debaixo de forte chuva, como encaramos durante o test-drive no litoral paulista. A direção elétrica, que era um bocado pesada nas manobras de estacionamento, ficou mais leve graças a uma nova calibragem.
Bem equilibrado e com um design jovial, o Corolla evoluiu sem se afastar dos pontos que moldaram sua história ao longo de 12 gerações - e mais especificamente a partir da 7ª no Brasil. Quem já gostava vai continuar adorando o sedã. E quem nunca pensou em ter um Corolla na garagem deve fazer pelo menos um test-drive. Até porque as chances de mudar de opinião nunca foram tão grandes.
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