Preço do seguro do carro pode até dobrar se cliente for do sexo masculino
Resumo da notícia
- Pesquisa aponta que apólice para homens é em média de 18% a 20% mais cara
- Estudo da Compara mostra variação de 114% no seguro do Fiat Argo no Ceará
- Especialista diz que clientes homens se arriscam mais ao volante
Você já deve ter ouvido falar ou constatado na vida real que o seguro do automóvel tende a ser mais barato para mulheres do que homens. Em média, clientes do sexo masculino pagam entre 18% a 20% a mais pela proteção, de acordo com a Compara, plataforma de venda de seguros e produtos financeiros.
Essa diferença pode ser ainda maior e, dependendo do veículo e do Estado, chegar a mais de 100%. É o que aponta pesquisa realizada pela empresa, à qual UOL Carros teve acesso com exclusividade.
Um exemplo é o Fiat Argo. De acordo com a Compara, no Ceará homens pagam em média 114% a mais para fazer o seguro do hatch: R$ 5.395,56 para eles e R$ 2.521,01 para elas. No mesmo Estado, a variação na apólice do Ford Ka é de 79%. Sai por R$ 5.017,85 se for do sexo masculino, enquanto mulheres pagam R$ 2.800,55.
Esse fenômeno não é exclusividade dos cearenses. No Rio de Janeiro, o seguro de um Chevrolet Onix da geração atual sobe 42,8% (de R$ 5.353,92 para R$ 3.748,32). Já em São Paulo, homens pagam R$ 2.587,37 para colocar o Renault Kwid no seguro, contra R$ 2.062,94 se for mulher. É uma variação de 25,4%.
Prova de que não existe regra sem exceção, em alguns casos a mulher paga mais que o homem. Em São Paulo, o seguro do Hyundai HB20 de primeira geração custa R$ 4.286,41 para elas e sai por R$ R$ 4.200,22 para eles, variação de 2%. No Distrito Federal, o Volkswagen Gol requer gasto de R$ 2.871,79 para clientes do sexo feminino, enquanto o gênero masculino tem custo médio marginalmente mais em conta, de R$ 2.869,35.
O levantamento considera o preço sugerido da versão de entrada, cobertura padrão e clientes homens e mulheres com 30 anos de idade, solteiros e sem filhos.
"Claramente a base estatística demonstra que homens geram muito mais sinistro, seja colisão, roubo ou furto. Homens tendem a dirigir mais rápido, ter mais autoconfiança. Por isso, se arriscam mais. Considerando homens e mulheres com perfil semelhante, só o fato de ser do sexo masculino faz o cliente pagar de 18% a 20% a mais em média", afirma Paulo Marchetti, CEO da Compara.
O executivo esclarece que o cálculo do seguro se baseia nas estatísticas de cada seguradora, levando em conta a quantidade de sinistros para determinado veículo e perfil de cliente - que, por sua vez, variam de acordo com o estado, a cidade e até o bairro. Índices de roubo e furto e até o comportamento dos motoristas homens e mulheres em determinada região fazem parte do cálculo.
O levantamento da Compara não traz as estatísticas de sinistro por Estado, apenas os valores médios da apólice.
Quando o casal compartilha o carro
Dada a discrepância de preços, é natural se perguntar como fica o seguro de um carro compartilhado pelo casal.
De acordo com Marchetti, estar casado por si só já barateia o seguro. Se o veículo estiver registrado em nome da mulher, é provável que a apólice saia mais em conta, porém outros fatores podem deixar o serviço mais caro ou mais barato.
"Se uma das pessoas usar o carro menos de 20% do tempo, não precisa indicar condutor à seguradora. Acima disso, tem de informar o principal condutor e o risco será avaliado com base nesse perfil. Se o compartilhamento for meio a meio, o condutor principal deve ser o mais jovem. A idade impacta mais o preço que o gênero".
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