Testamos: Porsche Cayenne é SUV exagerado até no preço, mas anda feito 911
Resumo da notícia
- SUV está na 3ª geração e traz nova identidade visual da marca
- Versão Turbo tem 550 cv e vai de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos
- Preço é bem alto: R$ 725 mil, mais do que dois Macan
Sou diferente da maioria dos fãs de carros por um motivo simples: eu gosto de SUVs. Tudo bem, eu sei que alguns deles são enormes, não são práticos para o trânsito e nem todos são bons de dirigir. Mas há exceções neste universo cada vez maior, e uma delas atende pelo nome de Porsche Cayenne. E que exceção..
Lançada em 2018, a terceira geração do Cayenne é importada para cá em três versões. UOL Carros testou a configuração Turbo, impulsionada por um motorzão 4.0 V8 biturbo de 550 cv e 78,5 kgfm.
É dele a missão de levar o gigante de 2.175 quilos de 0 a 100 km/h em meros 4,1 segundos, algo tão inusitado quanto colocá-lo fotografá-lo inteiramente sujo em uma garagem repleta de Porsches de corrida reluzentes.
O câmbio automático de oito velocidades troca as marchas de forma compulsiva a medida que o motorista pisa mais no acelerador. E você logo chega aos 286 km/h de velocidade máxima declarada pela fabricante. O ronco é empolgante, mas não tão alto quanto o dos esportivos puro-sangue da Porsche.
Grudando no banco
Quem quiser experimentar todo o potencial do Cayenne Turbo pode selecionar o modo Sport Plus e ativar a função Sport Response, que calibra motor e transmissão para extrair o máximo potencial por 20 segundos.
Feito isso, acelero fundo no pedal e rapidamente recebo um violento coice que me faz colar no banco. Sabe aquela sensação de montanha russa descendo a toda? É bem mais forte do que isso. Até porque estamos falando de um mastodonte com mais de 2 toneladas que acelera como um 911. Curvas são devoradas como se não existissem, embora seja prudente lembrar das leis da física antes de abusar da sorte.
Mas desempenho não é a única premissa do Cayenne Turbo. Sobra espaço interno em um SUV de quase 5 metros de comprimento por 1,98 metro de largura. Os bancos (que podem ser revestidos em couro vermelho, como a unidade avaliada por nós) são extremamente confortáveis e quem viaja atrás desfruta de saídas de ar-condicionado (com duas zonas de temperatura) no centro e nas colunas "B".
Na frente a sensação é de estar em uma cabine de avião, tamanha a quantidade de luzes, telas e botões. O Cayenne reprisa um "problema" da maioria dos Porsches novos: são tantas funções agrupadas em um mesmo lugar que só a convivência faz com que motorista e passageiros descubram o que cada botão faz. Nos primeiros momentos fica difícil até fazer tarefas simples, como descobrir onde está o botão de volume do som.
Tecnologias sem fim
A enorme tela tátil de 12,3 polegadas da central multimídia agrupa as principais funções. Por meio dela dá para regular a altura do veículo pela suspensão a ar, mudar o modo de condução, alterar a rigidez dos amortecedores, modificar a posição dos bancos e até controlar o fluxo e a temperatura do ar-condicionado por toda a cabine.
O painel digital tem duas telas, uma em cada lado do conta-giros analógico. Quer outro elemento de tradição da marca? A ignição fica do lado esquerdo do motorista e há uma pequena chave embutida. Nada de botão para dar partida no motor.
Há ainda piloto automático adaptativo, alerta de pontos cegos, modo de visão noturna e assistente de permanência em faixa. Este, inclusive, poderia ser menos intrusivo na direção: mesmo sinalizando com a seta para mudar de faixa e sem nenhum veículo nos pontos cegos, o sistema assumiu a direção de forma que precisei fazer força para manter a trajetória desejada, como se alguém estivesse fazendo uma força contrária no volante.
Seria preciso mais alguns parágrafos para enumerar as tecnologias presentes no SUV, por isso vamos destacar brevemente algumas, como a tração integral, o sistema de amortecedores ativos e o eixo traseiro esterçante - este último vendido como opcional.
A versão Turbo também é a primeira da linha a sair de fábrica com aerofólio adaptável, que se eleva em velocidades a partir de 160 km/h. Não tivemos a oportunidade de testá-lo na prática por conta dos limites de velocidade, mas a Porsche diz que o aerofólio reduz a distância de frenagem em até dois metros em situações extremas, já que ele se eleva a uma posição de até 28,2 graus, aumentando a pressão sobre o eixo traseiro e melhorando a estabilidade ao frear.
O Cayenne Turbo traz tudo aquilo que você espera (e deseja) em um SUV de R$ 745 mil - mais do que o preço de dois Macan. Porém, ele entrega desempenho de fazer inveja ao resto da família em um carro feito para levar toda a família com conforto e sofisticação de sobra. Se você quer comprar um SUV superluxuoso e mesmo assim isso ainda não escolheu o Cayenne melhor ficar com outro mesmo. Até porque um Porsche não é para qualquer um.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.