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Elétricos e mobilidade: montadoras buscam alternativas para sobreviverem

Salão do Veículo Elétrico Latino-Americano 2019 - Vitor Matsubara/UOL
Salão do Veículo Elétrico Latino-Americano 2019 Imagem: Vitor Matsubara/UOL

Vitor Matsubara

Do UOL, em São Paulo

01/10/2019 16h56

Ainda é cedo para dizer como será o automóvel do futuro, mas a indústria concorda que as montadoras precisam se transformar para sobreviver.

Algumas montadoras já estão de olho nesta nova realidade, como a Toyota, que já investe (ainda que timidamente) em programas de compartilhamento de carros e outras soluções de mobilidade, inclusive no Brasil. "A gente percebeu a necessidade de se converter para uma prestadora de serviços".

Nosso modelo de negócio tradicional acabou e as montadoras precisam se reinventar. Mais do que reduzir poluentes a gente quer oferecer soluções de mobilidade", disse Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota do Brasil. Miguel ressalta que as fabricantes de automóveis não vão concorrer apenas entre si.

"Nossos futuros competidores não serão apenas montadoras, e sim outros agentes como Apple, Google e Facebook. As montadoras vão ter que aprender a entrar no universo de análise de dados para oferecer serviços interessantes ao consumidor final".

O futuro é elétrico

Enquanto a Toyota projeta um futuro mais distante, algumas rivais preferem ser mais imediatistas. A Chevrolet também acredita nos carros elétricos e aposta que logo eles vão se popularizar.

"O veículo a combustão claramente está em seu último ciclo. Os custos da tecnologia estão caindo mais rapidamente em países mais desenvolvidos, mas logo virão para mercados como o nosso. Na nossa visão, parafraseando o slogan do Proálcool, 'carro elétrico, você ainda vai ter um, e mais cedo do que você imagina'", disse Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors Mercosul.

A Renault (que já vende o elétrico Zoe por R$ 149.990) compartilha da visão da rival, e também aposta em soluções de mobilidade como os serviços de car sharing.

"O veículo com certeza será elétrico, compartilhado e conectado em um futuro distante. Por ora, o carro precisa ser conectado e ter soluções importantes que viabilizem seu uso da melhor forma possível", afirmou Caique Ferreira, diretor do Instituto Renault.

Adeus às montadoras?

Já Cláudio Castro, diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento Schaeffler América do Sul, ressalta que o futuro está nas mãos da sociedade.

"Os veículos tradicionais podem desaparecer, mas ainda há muito tempo até que isso aconteça. O cliente pode escolher o que ele vai querer para o futuro. Pode ser um carro igual ao de competição ou um veículo feito sob uma bicicleta elétrica. É uma mudança necessária, uma questão de sobrevivência".

Por enquanto, profissionais do setor destacam que a eletrificação pode ser útil para a indústria brasileira evoluir, caso não queira ficar para trás.

"Fazer um Corolla híbrido no Brasil significa que cada carro tem vários componentes eletrificados, e isso pode qualificar os fornecedores para o futuro. Construir carros para fazer frente à concorrência global é fundamental, até porque se não conseguirmos fazer isso a tendência é que a indústria morra", concluiu Fonseca.

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