Testamos: Audi A7 é 'smartphone ambulante' de R$ 460 mil, mas não traz 4G
Resumo da notícia
- Nova geração do cupê de 4 portas traz comandos concentrados em telas táteis
- Interface de operação é uma das melhores do mercado
- Apesar de tanta tecnologia, não há conexão 4G dedicada
- Versão única Performance traz motor V6 turbo de 340 cv e tração integral
- Novo A7 é capaz de frear, acelerar e até esterçar volante sozinho
Apresentada no Salão do Automóvel de São Paulo há cerca de um ano, a nova geração do Audi A7 Sportback acaba de estrear no Brasil, trazendo como destaque o pacote tecnológico e a cabine totalmente reformulada, antecipando como serão os próximos modelos da montadora alemã.
A novidade lembra muito um smartphone, com a maioria dos controles concentrada em telas táteis de alta resolução que inclusive "clicam" ao toque. Também oferece recursos de condução semiautônoma e um sistema alimentado por bateria de íons de lítio de 48 v que ajuda a poupar combustível, estará presente no novo Volkswagen Golf e tem virado padrão nos lançamentos recentes da Audi.
Não que o consumo seja uma das prioridades para clientes de um carro dessa categoria: o preço sugerido é de R$ 456.990, que sobe a R$ 498.390 com todos os itens disponíveis. Só de opcionais, são R$ 41,4 mil extras por equipamentos que não vão influenciar muito a experiência de condução, como veremos adiante. O valor adicional é suficiente para levar também um Renault Kwid Zen.
Assim como o sedã A6, o cupê de quatro portas A7 é o último degrau antes do A8, o três-volumes mais tecnológico da marca das quatro argolas, cuja nova geração estreia no Brasil no primeiro trimestre do ano que vem - conforme antecipado por UOL Carros. O A7 Sportback traz muitos recursos que estarão disponíveis no modelo topo de linha, mas abre mão, na especificação para o Brasil, de equipamentos como suspensão a ar e massagem nos bancos.
Isso porque a pegada do A7 é mais esportiva, porém com civilidade e estilo. A esportividade está presente no motor 3.0 V6 turbo de 340 cv e 51 kgfm de torque, o mesmo que equipa Audi Q8, A6 e até a versão de entrada do Porsche Cayenne. Não é o V8 biturbo de 600 cv do novo RS7, lançado em setembro no Salão de Frankfurt e que virá ao Brasil.
Porém, traciona com competência os quase 2.000 kg do sedã com perfil de cupê, mesmo abrindo mão de um ronco encorpado. Gerenciado pelo câmbio automático de sete marchas com trocas rápidas e pela tração integral por demanda quattro, o V6 do A7 permite sair da imobilidade e alcançar os 100 km/h em 5,3 segundos, com velocidade máxima limitada eletronicamente a 250 km/h. Nada mau.
A novidade vem de série com vistosas e grandes rodas de 20 polegadas, que reforçam a estabilidade, ainda que façam o carro sofrer um pouco em pisos maltratados, mesmo com o modo de condução, que ajusta a carga dos amortecedores e outros parâmetros, ajustado no modo confortável. Com pista lisa e plana, no entanto, o A7 desliza com elegância e em silêncio.
Medindo mais de dois metros de largura, cerca de cinco metros de comprimento e quase três metros de entre-eixos, o Audi é um carro grande para circular na cidade, embora traga sensores em todo o entorno da carroceria e um sistema de câmeras que permite ver o carro "de cima" na central multimídia.
Na estrada, porém, o porte avantajado, as rodas enormes e a tração nos dois eixos acionada por demanda fazem o A7 "colar" no chão. O volante de excelente pegada reduz a assistência em velocidades mais altas, conferindo controle e agilidade surpreendentes, apesar do tamanho.
O sistema híbrido leve de 48 v, que em velocidade de cruzeiro desliga motor e câmbio por alguns segundos, mantendo veículo "no embalo", ajuda a poupar combustível, mas não chega a auxiliar na tração. Na estrada, tivemos consumo aproximado entre 8 km/l e 9 km/l, enquanto na cidade, onde a tecnologia é pouco utilizada, o gasto de gasolina ficou em torno de 5 km/l.
Estilo
Por fora, o novo Audi A7 não passa despercebido com sua carroceria larga e baixa, bem como a grade, maior e mais angulosa do que na geração anterior. A traseira, esguia, diz a Audi, é inspirada em iates e traz lanternas de LEDs unidas por uma faixa com a mesma tecnologia de iluminação que atravessa a tampa do porta-malas.
Por falar no compartimento de bagagens, como anteriormente ele traz tampa de hatch, com o vidro traseiro integrado - facilitando e muito o trabalho de carga e descarga. Com os bancos traseiros na posição convencional, há bastante espaço para bagagens: 535 litros.
A cabine, por sua vez, chama até mais atenção que a parte externa. O acabamento caprichado mescla materiais como couro, metal e revestimento plástico "black piano" em um estilo moderno. Painéis das portas, console central, painel e outras partes trazem iluminação de LED cuja cor e intensidade podem ajustadas, criando um efeito agradável e estiloso.
Interior lembra telefone celular
Se o painel de instrumentos digital de alta resolução de 12,3 polegadas não chega a ser uma novidade, o ponto alto fica com as outras telas, posicionadas no console central, com respectivamente 10,1 polegadas e 8,6 polegadas. Coloridas e com alta resolução, ambas reúnem boa parte dos comandos e configurações, que também podem ser realizados por meio de alguns gestos e também por comandos de voz.
A tela na parte superior funciona como central multimídia, compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Ao menos ao conectar iPhone, um detalhe bacana: a função de espelhamento pode ser feita por Bluetooth, sem a necessidade de conectar o dispositivo móvel por meio de cabo na porta USB. Dois poréns: não recarrega o celular por indução, sem fio, tampouco traz conexão 4G dedicada com roteamento Wi-Fi - itens já disponíveis em carros bem mais em conta, como o novo Chevrolet Onix Plus.
À exceção dessas ausências sentidas, Audi repensou toda a interação dos ocupantes com o veículo de uma forma semelhante a telefones celulares - portanto, o foco em telas táteis. O bacana é que toda a interface de operação é rápida e fluida, incluindo um citado "clique" como resposta ao pressionar a tela. Parece que tem botões físicos e isso é legal.
Já a segunda tela fica na parte de baixo do console e concentra os controles do ar-condicionado, bem como outras funções - como levantar ou abaixar o estiloso aerofólio traseiro. O sistema de climatização tem quatro ajustes independentes de temperatura e funcionamento automático. Por sua vez, o banco traseiro traz espaço generoso para dois ocupantes, bem como ajustes do ar em tela tátil colorida no console. Quem vai atrás tem à disposição saídas de ar exclusivas junto a essa tela e também uma em cada coluna.
O sistema de som da Bang & Olufsen é outro ponto alto: tem 16 alto-falantes e 705 watts de potência.
Mesmo com o teto mais baixo na parte traseira, há bastante espaço para a cabeça, desde que você não tenha mais de 1,90 metro de altura.
O novo A7 também é um carro focado em segurança. Traz de fábrica controle de velocidade de cruzeiro adaptativo que permite ajustar a velocidade e a distância do carro que trafega à frente. Funciona muito bem, inclusive em congestionamentos, sendo capaz de parar o carro totalmente e retomar a condução assim que o fluxo de veículos é retomado.
O "cupê de quatro portas" também esterça o volante sozinho, utilizando câmeras instaladas no para-brisa que identificam as faixas de rodagem no piso. Em vias bem demarcadas, acelera, freia e direciona o carro por conta própria, mas um alerta é emitido se você tirar as mãos do volante por mais de dez segundos - orientando o motorista a retomar o controle do A7.
Além disso, o modelo traz alerta de colisão com frenagem automática de emergência, tensionamento dos cintos de segurança em caso de colisão iminente, assistente de manutenção de faixa, alerta de ponto cego e alerta de tráfego reverso, que avisa sobre risco de acidente ao dar ré e até freia brevemente o carro para evitar uma batida durante as manobras.
Opcionalmente, pode vir com pintura metálica ou perolizada (R$ 2,4 mil), head-up display (R$ 10 mil), assistente de visão noturna (R$ 16 mil) e faróis full-LED matrix com luz alta automática e direcionamento do facho indexado ao volante (R$ 13 mil).
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Ficha técnica
Preço: R$ 456.990
Motor: 3.0, 24V, V6, turbo, gasolina
Câmbio: automático de 7 marchas, tração integral
Potência: 340 cv a 5.000 rpm
Torque: 51 kgfm a 1.370 rpm
Aceleração de 0 a 100 km/h: 5,3 segundos
Velocidade máxima: 250 km/h (limitada eletronicamente)
Consumo (urbano / rodoviário): 7,7 km/l / 10,6 km/l
Dimensões: comprimento, 4,97 m; altura, 1,42 m; largura, 2,12 m; distância entre eixos, 2,93 m
Porta-malas: 535 litros
Tanque: 73 litros
Peso: 1.955 kg
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