Chefão da PSA diz que fusão com FCA não acabaria com marcas no futuro
Resumo da notícia
- Fusão ainda não foi aprovada, mas criaria 4º maior grupo da indústria
- Carlos Tavares diz que "história fabulosa" das marcas é ponto positivo
- Executivo diz que fusão cortaria custos sem fechar fábricas, mas não descartou demissões
A fusão dos grupos PSA e FCA Fiat Chrysler Automobiles não vai acabar com nenhuma das marcas no futuro. A informação foi confirmada pelo CEO da PSA, Carlos Tavares, em entrevista a uma emissora de televisão da França.
Segundo a agência de notícias "Automotive News", a proposta de fusão criaria o quarto maior grupo automotivo da indústria com vendas na casa de 8,7 milhões de veículos por ano. Juntas, as empresas são donas de 13 marcas, incluindo Jeep, Ram, Opel/Vauxhall, Peugeot, Citroën, Maserati e Alfa Romeo.
Recentemente, analistas da indústria questionaram se a fusão PSA-FCA resultaria em mudanças no portfólio das empresas. Isso aconteceria principalmente porque algumas marcas da FCA estão longe de apresentar resultados positivos. Assim, seria preciso realizar investimentos pesados para renovar suas linhas de produtos.
"Faz parte do desafio administrar estas marcas da maneira adequada para cobrir as preferências do mercado. Vejo que todas essas marcas têm algo em comum, sem exceção: uma história fabulosa. A gente ama a história das marcas de carros, e isso nos dá uma boa base para projetarmos o futuro. Então, caso este acordo realmente seja concluído, não vejo nenhuma necessidade para acabar com alguma marca porque todas têm sua própria história e suas virtudes", declarou Tavares à emissora "BFM Business".
Missão América do Norte
Tavares disse que a fusão resultaria em um grupo "com um número signficativo de marcas", mas lembrou que mesmo assim seria uma quantidade menor do que as empresas comandadas pelo Grupo Volkswagen. Hoje o conglomerado alemão tem 10 marcas de automóveis de passageiros.
"Não há dúvida de que seria um acordo muito positivo para ambas as partes. É um típico caso de ganha-ganha", admitiu o executivo.
Atualmente, 66% do lucro obtido pela FCA vêm de seus resultados na América do Norte, enquanto a PSA tem apenas 5,7% dos lucros originários do continente. A Europa ainda é a principal fonte de renda para a PSA, algo natural se pensarmos que todas as marcas do grupo tem raízes europeias.
Assim, Tavares (que também já trabalhou na Nissan) é visto como peça fundamental para a retomada da PSA, e é por isso que deve assumir o posto de CEO na futura aliança.
E os empregos?
Muito também se especula sobre eventuais demissões após a fusão de FCA e PSA. Mesmo assim, Tavares reafirmou que as empresas podem economizar milhões de euros sem fechar fábricas. Mas o executivo não bancou a manutenção de todos os empregos.
"É assim que funciona a indústria automotiva, não seria só um caso da PSA. Estamos continuamente pressionados pelos resultados e você precisa estar sempre atento aos ganhos de produtividade", declarou, lembrando ainda de diversos fatores que influenciam no dia-a-dia das montadoras, desde segurança até normas de emissões de poluentes.
Cortando despesas
As fabricantes projetam economizar aproximadamente 3,7 bilhões de euros como parte do plano da possível fusão, revelado no fim de outubro. Tavares afirmou que as empresas vão trabalhar constantemente em metas de produtividade.
Se for aprovada, a fusão resultará em união de forças para atender novas regras de emissões de poluentes e investimentos no desenvolvimento de veículos elétricos e tecnologias de condução autônoma. O acordo também vai concentrar esforços em melhorar os resultados em certos mercados.
O chairman da FCA, John Elkann, que também deve administrar o grupo, afirmou que a fusão de 50% para cada lado ajudaria o grupo a "aproveitar grandes oportunidades de mercado".
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