Waze: como ele define as rotas e influencia o trânsito nas grandes cidades
Resumo da notícia
- Waze tem mais de 10 milhões de usuários no Brasil
- Aplicativo define rotas com base em histórico e velocidade
- Prefeituras e outros órgãos públicos já usam dados da plataforma
- Parceiros também abastecem programa com alertas
- Waze já soma mais de 2 milhões de viagens com sistema de caronas
Se você dirige ou utiliza aplicativos de transporte individual, provavelmente o Waze faz parte do seu dia a dia. A plataforma de rotas de trânsito hoje tem mais de 10,5 milhões de usuários cadastrados no Brasil.
De acordo com a companhia, os brasileiros passam mais de uma hora e 50 minutos no aplicativo todos os dias, em média, e rodam 95 milhões de quilômetros a cada 24 horas guiados pela plataforma.
Somente na Grande São Paulo, informa a empresa, são mais de 4,5 milhões de clientes ativos.
O Waze hoje exerce um impacto importante do fluxo do trânsito, sobretudo nas grandes cidades. Muitos se perguntam: como o aplicativo funciona? Será que ele consegue realmente distribuir o fluxo de carros de forma a reduzir congestionamentos?
Para esclarecer essa dúvida e saber mais sobre a colaboração do aplicativo com órgãos públicos e privados para melhorar o trânsito, UOL Carros conversou com executivos do Waze em São Paulo.
Velocidade dita as rotas
De acordo com Noam Bardin, CEO do Waze, o aplicativo utiliza os sensores de movimento e localização do telefone celular para encontrar a rota mais rápida, cruzando em tempo real os dados gerados por cada usuário enquanto ele se movimenta por determinada região.
"Temos um banco de dados que pode dizer a velocidade em cada trecho, se um cruzamento está bloqueado. A cada 15 minutos do dia, a cada dia da semana, monitoramos quanto tempo se leva para percorrer determinado trecho", explica.
Esse banco de dados gerado é um fator importante na equação.
"Quando você requisita uma rota, nós olhamos todas as diferentes opções, analisa o histórico. Em uma terça-feira, às 10h15, sabemos quanto tempo em média você vai levar para cruzar aquele trecho. Então nós analisamos como está a velocidade média nas vias disponíveis para aquele destino em tempo real, porque a velocidade pode ter mudado em relação ao histórico. Nós juntamos toda essa informação e decidimos qual é a melhor rota para você", complementa.
"Não existem tantos atalhos"
Segundo Bardin, quando o usuário começa a seguir a rota, indicada, não significa que a próxima pessoa vai pegar a mesma. A rota não também pode ser alterada enquanto você trafega. "Se começar a diminuir a velocidade, nós te mandamos por outro caminho. Porque, quando você começa a seguir aquela rota, você começa a nos dizer o quão rápido você está indo".
O executivo destaca que o objetivo é conjugar essa montanha de dados na tentativa de distribuir o tráfego de forma balanceada por todas as vias. No entanto, não existe milagre. "O problema é que não existem vias suficientes. À medida que mais e mais veículos são adquiridos a cada ano, não há a mesma quantidade de vias e estradas sendo construídas. E assim o tráfego continua a ficar cada vez pior".
Há pouco mais de um ano, o Waze lançou no Brasil o Waze Carpool, plataforma de caronas que incentiva os motoristas a compartilhar os assentos disponíveis em seus carros com pessoas que diariamente fazem o mesmo trajeto. Segundo a companhia, a iniciativa já acumula mais de 2 milhões de viagens.
"Nós percebemos que não tem solução, não existem tantos atalhos que podemos encontrar. Se usarmos nossos carros de forma diferente, poderemos reduzir o número deles nas vias", justifica o CEO do Waze.
Informação estratégica
Graças a aplicativos como o Waze, hoje é possível coletar uma quantidade informações a respeito do tráfego, em tempo real.
O programa Waze for Cities tem o objetivo de compartilhar essas informações com quem é responsável por planejar e pensar o trânsito. A iniciativa conta com cerca de 70 parceiros no Brasil, incluindo as cidades de Florianópolis, Joinville, São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória, além de órgãos como o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e concessionárias como CCR e Ecopistas.
"Nós permitimos que eles tenham acesso aos nossos dados. Por meio do Google Cloud, eles podem armazenar esses dados na nuvem em tempo real, pois o Google fornece ferramentas para que analisem esses dados. Nós não vendemos esses dados aos governos, nós queremos ser parceiros. Eles podem tanto colher informações da gente quanto nos fornecer dados", diz Bardin.
Ele explica, por exemplo, que a Prefeitura de São Paulo hoje pode ela mesma fechar vias na plataforma por conta de uma maratona, por exemplo, durante um dia ou horário específico.
"Em Joinville, Santa Catarina, utilizando os nossos dados, fizeram alguns ajustes em uma rotatória específica e conseguiram reduzir o tempo no trânsito em nove minutos", exemplifica Thais Blumenthal, líder global do Waze for Cities Data.
Ela também cita a cidade do Rio de Janeiro, cuja administração tem usado as informações coletadas pelo Waze com seus usuários para priorizar a manutenção de buracos nas vias. "Não só saber onde está o buraco, mas como aquele buraco impacta o trânsito. Alagamentos de ruas também".
"Antes nosso esforço era convencer os governos a utilizar os dados. Agora, esse convencimento nós já superamos, é muito mais sobre trazer os exemplos para mostrar como esses dados podem se tornar em impacto tangível para o cidadão", conclui Blumenthal.
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