Imóveis de SP ganham carregadores de carro elétrico; procura ainda é baixa
Resumo da notícia
- Incorporadoras vão lançar imóveis preparados para carregar veículos elétricos
- Procura por esta comodidade, porém, ainda é baixa entre clientes
- Infraestrutura para recarga ainda está abaixo das expectativas no país
Não é fácil ser dono de carro elétrico no Brasil. Além dos preços exorbitantes, a falta de pontos de recarga espalhados pelas grandes cidades desencoraja quem pretende entrar no mundo de carros sem emissões de poluentes.
Este cenário, porém, está começando a mudar (ainda que lentamente) em São Paulo. Algumas incorporadoras já investem em imóveis com rede de recarga para carros elétricos.
"A empresa busca ser sustentável e ter pontos de recarga em seus prédios é um diferencial para atender uma demanda que ainda é pequena, mas é uma tendência futura nos prédios de médio e alto padrão", afirma Rodrigo Tarabori, diretor de marketing e vendas da Nortis.
A incorporadora prepara o lançamento de quatro empreendimentos, todos de médio e/ou alto padrão em bairros nobres da capital paulista, como Moema, Pinheiros e Jardins.
"Esta estrutura (para recarga de veículos elétricos) já foi pensada nos projetos. Trata-se de um diferencial para nossos clientes poder carregar os carros na garagem. Isso é uma necessidade futura e a Nortis tem uma tendência de desenvolver tendências e colocar em seus prédios", declarou Rodrigo.
Falta definir, por ora, como será realizada a cobrança para os moradores que utilizarem os carregadores. Pelo menos as incorporadoras ainda têm certo tempo para bater o martelo, uma vez que os empreendimentos ainda não estão finalizados.
"Estamos estudando três modelos: cobrança no cartão de crédito de acordo com o uso, débito por meio de um aplicativo e cobrança no valor do condomínio".
Baixa demanda
Até agora, porém, poucos clientes manifestaram interesse na novidade. "A procura ainda está muito tímida, mas deve aumentar com o desenvolvimento de novos carros elétricos e redução de preços", estima Luciano Amaral, diretor-geral da Benx Incorporadora, outra empresa que aposta no aumento da frota de veículos movidos a eletricidade em um futuro próximo.
Fora dos empreendimentos o cenário também é pouco convidativo. Ainda é pequeno o número de estabelecimentos que oferecem carregadores nos estacionamentos.
Apenas alguns shopping centers, postos de combustível e supermercados possuem pontos de recarga - e mesmo assim quase sempre há apenas uma estação disponível. Isso quando outros motoristas - ou, pior, até os próprios estabelecimentos - não "transformam" as vagas destinadas para carros elétricos em espaços comuns para qualquer veículo.
As iniciativas de instalar novos pontos de recarga também vêm de capital privado, ou seja, por meio de iniciativas de empresas de energia. Um dos casos mais famosos é o da portuguesa EDP, que montou uma "eletrovia" ligando as capitais São Paulo e Rio de Janeiro juntamente com a BMW.
Já a Volvo anunciou no fim de 2018 a construção de 250 novos postos de recarga até abril de 2019. Na ocasião, a fabricante afirmou que o número de carregadores espalhados pelo país era de 120, passando a 370 se o planejamento fosse cumprido.
O compromisso foi renovado no mês passado, quando a fabricante sueca anunciou a meta de instalar 500 postos de recarga, totalizando um investimento de R$ 5 milhões.
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