Carro usado: antes de comprar ou vender, esclareça mitos e verdades
Definir o preço justo do seu automóvel usado na hora de vender parece ser um exercício simples. Afinal de contas, existem ferramentas como a Tabela Fipe, que permite consultar os valores médios praticados pelo mercado para determinado modelo, com base no ano de fabricação.
Porém, a tabela de preços médios é apenas uma referência. A situação fica mais complexa para vendedor e comprador quando chega a hora de negociar. São vários os fatores envolvidos, como quilometragem, estado de conservação e histórico de manutenção. Existem, ainda, modelos mais fáceis e mais difíceis de vender. É a tal lei de oferta e procura.
É verdade que o mercado tem suas preferências, mas cada situação traz suas peculiaridades. A forma ideal de anunciar e vender e comprar um veículo também varia de acordo com as necessidades de cada um. Vender você mesmo pode até ser mais vantajoso financeiramente, mas isso não é regra.
Recorrer a empresas ou profissionais especializados pode trazer mais segurança, comodidade e até ajudar a faturar mais - ou a encontrar o carro que você quer pelo preço adequado e nas melhores condições mecânicas possíveis.
O importante, como na vida, é não se apegar a verdades prontas nem aceitar facilmente os argumentos do vendedor; informação de qualidade é o que faz a diferença na hora de decidir. Confira abaixo alguns mitos e verdades quando se trata de veículos usados.
1 - Quilometragem é fundamental
Mito. De fato, a quilometragem é um fator usado para precificar determinado carro - tanto que vendedores inescrupulosos adulteram o hodômetro. Porém, quilometragem baixa não é garantia de levar um veículo nas melhores condições de conservação.
Automóveis utilizados na maior parte do tempo em trechos rodoviários, por exemplo, tendem a rodar mais, porém em condições de menor desgaste, a velocidades constantes e com pouca frenagem.
Ao mesmo tempo, um carro com hodômetro baixo, que no entanto é usado apenas para se deslocar de casa até o trabalho, tende a sofrer proporcionalmente mais desgaste.
A Instacarro, empresa especializada em intermediar a compra e a venda de veículos, destaca que há veículos à venda que ficaram parados por longo período, o que pode trazer problemas mecânicos, ou que não passaram pela manutenção correta - mesmo sendo pouco rodados.
Se você vai comprar, além da quilometragem, peça o histórico de manutenções. Carros com todas as revisões realizadas na rede autorizada e registradas no manual, mesmo com maior rodagem, merecem ser considerados e até valorizados.
2 - Carro com único dono é melhor
Mito. É comum ressaltarem essa informação no anúncio para valorizarem o produto que está à venda. No entanto, mais uma vez, o fato de determinado veículo ter tido apenas um proprietário não é garantia de qualidade.
O que realmente vale ser considerado é o histórico de conservação do carro, além do estilo de condução do proprietário e aspectos como documentação.
Há serviços como a vistoria cautelar, que tem um custo e é realizada por empresa credenciada no Detran (Departamento Estadual de Trânsito), que verifica chassi, motor, existência de sinistros, restrições judiciais e outros aspectos. É um mecanismo que traz mais confiança ao comprador e ajuda a vender mais rapidamente.
3 - Carro blindado tende a se desvalorizar
Verdade. A Instacarro destaca que personalizações e outras modificações nas características de fábrica do veículo são práticas que o desvalorizam na hora da revenda. A originalidade, de fato, é um aspecto que ajuda a conseguir um preço melhor, combinada com outros fatores.
A blindagem entra no rol dessas modificações. Assim como customizações, o valor pago para efetuar essa modificação não é revertido na revenda, destaca a empresa, e o proprietário acaba ficando com o prejuízo.
Especificamente em relação à blindagem, ela contribui para a desvalorização por ampliar o peso do veículo, o que pode afetar componentes como a suspensão, e por representar maior custo para ser mantida.
Os vidros blindados, por exemplo, após determinado período apresentam um problema chamado delaminação, que reduz a eficácia balística e requer sua troca ou reparo.
4 - Carros brancos, pretos e pratas são bons de loja
Verdade. Essa é outro fato determinado pelo mercado. Os veículos com essas cores são de fato os mais vendidos e, por consequência, têm maior demanda e tendem a apresentar maior valorização.
Cores mais exóticas não têm igual número de interessados, por outro lado, e podem levar mais tempo para encontrarem um comprador. Segundo a Instacarro, as variações nas tonalidades são outro aspecto capaz de afugentar eventuais clientes.
Cores como a azul e a verde são um exemplo: não têm a mesma padronização observada nas cores branca, preta e prata e, por isso, tendem a ser menos requisitadas.
5 - Vender por conta própria rende mais dinheiro
Depende. Vender o veículo sem intermediários, logicamente, é uma forma de não precisar arcar com os custos cobrados por empresas especializadas. Porém, nesse caso o vendedor tem de arcar com os riscos que uma negociação como essa representa, além de gastar tempo respondendo a dúvidas de eventuais interessados.
Em caso de fechar negócio, todos os trâmites com documentação também ficam a cargo das partes envolvidas.
Por outro lado, recorrer a serviços para intermediação da compra e da venda pode valer a pena, apesar do custo. Além da comodidade, a venda pode ser mais rápida e cada vez mais empresas oferecem dispositivos para prevenir fraudes e golpes tanto para o vendedor quanto para o comprador.
Também dá para deixar o veículo à venda por consignação em loja de confiança, mas geralmente, nesses casos, a margem para o proprietário costuma cair significativamente. Vale a pena pesquisar.
Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.