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FCA e PSA falam em "indústria inteligente" e projetam expansão de domínios

Carlos Tavares (esq) e Mike Manley selam acordo FCA-PSA - Divulgação
Carlos Tavares (esq) e Mike Manley selam acordo FCA-PSA
Imagem: Divulgação

Vitor Matsubara

Do UOL, em São Paulo (SP)

18/12/2019 14h01

Resumo da notícia

  • Acordo cria 4º maior grupo automotivo do planeta
  • Projeção de vendas anuais é de 8,7 milhões de unidades no mundo
  • Empresas vão unir forças para cortar custos e compartilhar tecnologias

Os "homens fortes" da fusão entre FCA (Fiat-Chrysler Automobiles) e PSA (grupo dono da Peugeot e Citröen) demonstraram muito otimismo durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de hoje (18).

Participaram do evento os CEOs da FCA, Mike Manley, e da PSA, Carlos Tavares, agora nomeado comandante da fusão entre as fabricantes.

"Mike e eu vamos aproveitar o que há de melhor em termos de criatividade na Europa e nas Américas para criar uma boa química entre nós e fazer desta nova empresa um sucesso absoluto", prometeu Tavares.

Já Manley afirmou que o acordo permitirá "executar algo que até agora é visto apenas na parte teórica: a consolidação de uma indústria inteligente para todos".

Bom para todos

Um dos pontos centrais da fusão entre FCA e PSA está na presença de mercado de cada empresa. Enquanto a FCA possui mercado cativo nas Américas (do Sul, especialmente com a Fiat, e do Norte, com Jeep e companhia), a PSA é muito forte em alguns países de Europa e Ásia - e também já planejava retornar ao mercado norte-americano antes mesmo de definir a nova aliança. E as duas empresas pretendem trocar figurinhas no futuro.

"Temos duas fabricantes de carros com vasta experiência no setor e ambas aprenderam a trabalhar da forma mais eficiente possível. E isso é uma virtude quase sempre menosprezada no dia-a-dia. Reconhecemos a força incrível que a FCA tem na América do Norte e sabemos que a empresa tem presença expressiva fora do continente também. Vamos ter 12 meses para definir os próximos passos, e acho que ainda é prematuro falar sobre isso", declarou Manley.

O novo grupo, com mais de 400 mil funcionários, terá um volume de negócios consolidado de quase 170 bilhões de euros (190 bilhões de dólares) e vendas anuais de 8,7 milhões de veículos, sob as marcas Fiat, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot e Vauxhall.

Um bom exemplo de cooperação entre os dois lados está no desenvolvimento de carros elétricos. Enquanto Dodge, Chrysler e Jeep estão lutando para ingressar neste mercado, a PSA já atua de forma ativa no setor.

"Sobre eletrificação, nem sempre vamos conseguir aproveitar as plataformas, mas unidades de controle e baterias podem ser aplicadas em muitos veículos diferentes. Há muitas oportunidades a serem exploradas por nós e estamos constantemente incentivando nossas equipes a apresentar novas ideias para conseguirmos entregar resultados cada vez melhores", garantiu Manley.

Mesmo sem abrir o jogo, Manley celebrou a criação da nova empresa (cuja sede será na Holanda) e se mostrou otimista.

"Acredito que há ótimas oportunidades para explorarmos juntos e para que também possamos aproveitar nossos recursos de forma mais eficiente. Além disso, podemos aproveitar tudo que aprendemos (FCA) como empresa desde 2009 e colocar em prática", afirmou.

O discurso foi endossado por Tavares, que aproveitou a ocasião para expressar sua felicidade. "Existe um potencial muito óbvio para os dois lados, tanto do lado geográfico como pelo econômico. É muito excitante e desafiador fazer parte deste projeto que é uma oportunidade única na vida. Estamos prontos para lutar e vamos seguir em frente", concluiu.

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