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Ghosn usou trem-bala e fugiu em caixa de equipamento de som, dizem jornais

O executivo Carlos Ghosn - Regis Duvignau/Reuters
O executivo Carlos Ghosn Imagem: Regis Duvignau/Reuters

Do UOL, em São Paulo

06/01/2020 07h44Atualizada em 06/01/2020 11h33

Resumo da notícia

  • Fuga do Japão teria ocorrido dentro de caixa de grande porte
  • Ghosn teria embarcado em jato com vários passageiros para Istambul
  • Japão diz que pode solicitar extradição mesmo sem ter acordo com Líbano

Jornais do Japão e da Turquia divulgaram hoje mais informações sobre a fuga do ex-presidente do Conselho de Administração da Nissan Motor Carlos Ghosn do Japão.

Segundo o jornal turco "Aksam", o executivo teria usado dois jatos particulares de uma companhia área turca e teria se escondido em uma caixa de equipamento de som.

O jornal diz que dois americanos embarcaram no primeiro jato em Dubai, no domingo passado, e voaram para Osaka. O avião carregava duas caixas grandes especiais para transporte de equipamento de áudio. Como as caixas eram grandes demais para passar pelas máquinas de raios X no aeroporto de Osaka, foram usados detectores portáteis para verificá-las.

De acordo com a reportagem, Ghosn teria deixado o Japão sem passar pela imigração, utilizando as caixas. Quando os dois foram transferidos para a segunda aeronave em Istambul, um funcionário de alto escalão da companhia aérea teria afastado os tripulantes durante os procedimentos de checagem.

Já a emissora de televisão japonesa "NTV "e o jornal "Yomiuri Shimbun" divulgaram informações de que Ghosn teria viajado de trem-bala de Tóquio a Osaka, onde teria embarcado em um jato para Istambul.

O ex-diretor teria viajado junto com várias pessoas, as quais a polícia japonesa está tentando identificar com base em imagens das câmeras de segurança, acrescentou o jornal.

Hoje, na primeira entrevista coletiva do governo japonês desde que Ghosn escapou, a ministra da Justiça, Masako Mori, disse que, como princípio geral, o Japão poderia solicitar a extradição de um suspeito de um país com o qual não tem acordo formal de extradição.

O pedido precisaria ser cuidadosamente examinado com base na possibilidade de "garantir a reciprocidade e a lei nacional do país parceiro", explicou Mori a repórteres em Tóquio.

Ghosn é acusado de malversação financeira no Japão. O ex-CEO da Renault e da Nissan foi solto em abril de 2019, mas estava proibido de deixar o Japão à espera de seu julgamento. Ele estava em prisão domiciliar em Tóquio, mas fugiu alegando que o sistema judicial japonês era "tendencioso".

Ainda são desconhecidos todos os detalhes da fuga do Japão, mas se acredita que Ghosn tenha embarcado em um jato particular em 29 de dezembro, com destino a Istambul, na Turquia. Chegou lá no dia seguinte e tomou outro avião rumo a Beirute, no Líbano. O governo libanês nega que o executivo tenha entrado no país.

*(Com agências internacionais)