Por que a Ford perdeu 4º lugar de vendas pela segunda vez em três anos
Resumo da notícia
- Ano da Ford teve fechamento de fábrica e perda de 4º lugar para Renault
- Fim das produções de Fiesta e Focus também atrapalharam planos da empresa
- Marca tem bons resultados com Ka, mas outros modelos não vendem bem
- Eco foi só o 6º mais vendido; Ranger ficou atrás da S10
O ano de 2019 definitivamente não foi fácil para a Ford. Os problemas surgiram já em fevereiro, quando a empresa anunciou o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Foram quase seis meses de impasses e apreensão dos 1.350 funcionários, que acabaram perdendo seus empregos quando o último caminhão deixou a linha de montagem em outubro.
Para piorar, a empresa perdeu a tradicional quarta colocação no ranking de participação de mercado no Brasil. Acabou sendo ultrapassada pela Renault, que conquistou 9% de participação de mercado contra 8,2% da marca do oval azul. Não foi a primeira vez que isso aconteceu: em 2016, a Ford amargou a 6ª posição após ser desbancada por Hyundai e Toyota.
Ironicamente, tudo isso ocorreu justamente no ano em que a empresa celebrou 100 anos de atividades no Brasil. Mas o que aconteceu desta vez?
Ka: a "estrela solitária"
A Ford teve bons motivos para comemorar no ano de seu centenário. O Ka desbancou o vice-líder Hyundai HB20 e fechou 2019 como o segundo carro mais vendido do país. E olha que não é pouca coisa: foram 104.331 unidades emplacadas no ano passado.
A versão sedã também teve um bom desempenho ao registrar 51.260 emplacamentos, que o colocaram na 15ª colocação entre os automóveis mais vendidos do ano passado.
O "problema" é que os compactos são exceções no atual portfólio da Ford. O EcoSport é o único modelo presente no top 50 de vendas fora a linha Ka. E mesmo assim o SUV figura em uma discreta 23ª posição, com 34.206 unidades emplacadas. Em sua categoria, o Eco é apenas o 6º colocado.
A Ranger é a terceira colocada no segmento de picapes médias. A marca, porém, se preocupa mais com o avanço da VW Amarok do que em buscar a arquirrival Chevrolet S10 nas vendas. Em 2019, a picape da Ford emplacou 22.218 unidades, praticamente 10 mil exemplares atrás da S10 (32.161 carros). Já a Amarok fechou o ano com 18.911 emplacamentos.
Ausências sentidas
A Ford também abandonou dois importantes segmentos em 2019. O Fiesta foi descontinuado após o fechamento da fábrica de São Bernardo, enquanto o Focus deixou de ser fabricado na Argentina por conta das baixas vendas do segmento de hatches médios.
Ambos já vinham amargando baixas vendas, mas a decisão segue os passos da matriz, que decidiu abandonar categorias nas quais não vende tão bem.
Seja como for, o fim da dupla encolheu a linha de produtos da Ford no país.
Segundo Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de novos negócios da consultoria Jato Dynamics, os produtos sobreviventes ainda não conseguem manter a Ford em alto nível.
"O portfólio atual tem apenas Ecosport, Edge, Fiesta, Fusion, Ka, Mustang e Ranger. Só que os importados não vendem tanto e o Fiesta deixou de ser produzido. Dos carros de volume restaram o Ecosport com um projeto mais antigo e o Ka nas versões hatch e sedã", declarou.
Futuro dos SUVs
Assim como a maioria das fabricantes, a Ford pretende investir pesado em SUVs e picapes. Isso acontecerá também no Brasil, onde a marca deve ter pelo menos duas grandes novidades na categoria de utilitários esportivos.
Confirmado para o Brasil há alguns meses, o Territory finalmente desembarca por aqui em 2020. Inicialmente importado da China com motor 1.5 turbo, o modelo pode ser fabricado na Argentina a partir de 2022, quando o SUV terá uma nova geração.
Outra novidade com passaporte praticamente carimbado para cá é o Escape. Fabricado nos Estados Unidos, o carro deve ser importado apenas na versão híbrida do tipo plug-in, que ainda nem foi lançada em seu país natal.
Como o modelo deve estrear por lá apenas em maio, o Escape híbrido deve estrear no Brasil apenas no segundo semestre. É provável, aliás, que ele seja uma das atrações da Ford no Salão do Automóvel de São Paulo, que acontecerá em novembro.
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