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Justiça japonesa emite ordem de prisão contra mulher de Carlos Ghosn

Carlos Ghosn e a mulher, Carole - Reuters
Carlos Ghosn e a mulher, Carole Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

07/01/2020 07h38Atualizada em 07/01/2020 09h47

A Justiça japonesa emitiu hoje um mandado de prisão contra Carole Ghosn, suspeita de "falso testemunho" na investigação em curso contra seu marido, o executivo Carlos Ghosn, anunciaram as agências de notícias Kyodo News e Jiji.

O anúncio deste mandado de prisão coincide com outro emitido contra Carlos Ghosn no início de janeiro, pela Interpol, dias depois de sua fuga para o Líbano.

O ex-CEO da Renault e da Nissan havia sido solto sob fiança no Japão e estava à espera do julgamento por suspeita de malversação financeira. Ele deixou o país alegando ser vítima de um "sistema judicial tendencioso" e fugiu para o Líbano.

Na semana passada, Ghosn divulgou um comunicado dizendo que planejou sua fuga sozinho, sem a ajuda da família.

"Houve especulações na mídia de que minha esposa Carole e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha partida do Japão. Toda essa especulação é imprecisa e falsa. Só eu arranjei minha partida. Minha família não teve nenhum papel", disse o executivo.

Ghosn deve conceder uma entrevista coletiva amanhã, em Beirute, para detalhar algumas das reclamações que fez contra a Nissan desde a sua prisão em novembro de 2018. Ele alegou que houve um golpe apoiado pelo governo japonês para expulsá-lo da empresa.

"A última vez que Carlos Ghosn anunciou uma coletiva de imprensa ele foi preso novamente. Desta vez, um dia antes de ele falar livremente, emitem um mandado de prisão para sua esposa Carole", disse a porta-voz. "A emissão deste mandado é patética", completou ela.

O Japão está procurando uma maneira de extraditar o executivo, mas o Líbano e o Japão não têm acordo de extradição e o Líbano, normalmente, não extradita seus próprios cidadãos.

(Com agências internacionais)