Carro com câmbio manual pode virar raridade no Brasil; entenda as razões
Resumo da notícia
- Estudos indicam que câmbio manual será exclusividade de carros de entrada
- Vendas de carros com câmbio automático crescem a cada ano
- Conforto é principal motivo para popularização da transmissão automática
Parece que o mercado brasileiro se rendeu ao conforto do câmbio automático. As vendas das versões sem pedal de embreagem crescem significativamente e o leque de opções disponíveis no mercado está cada vez maior.
Hoje, apenas os carros populares (como Chevrolet Joy e Renault Kwid) são vendidos exclusivamente com câmbio manual. E nem todos fazem parte deste grupo: o Volkswagen Gol, por exemplo, ganhou uma versão com transmissão automática em 2018.
Diante deste cenário, será que os carros com câmbio manual estariam com os dias contados?
Mudança de hábito
Um estudo feito pela consultoria Bright Consulting prevê que apenas os modelos mais baratos, voltados para frotistas, terão opções com câmbio manual dentro de alguns anos.
Parece difícil? Não se analisarmos o crescimento das vendas: há dez anos, 90% dos veículos novos à venda no Brasil tinham câmbio manual. Em 2018, os carros automáticos já respondiam por 49% do volume vendido. A indústria está de olho neste crescimento.
"Acreditamos que (as vendas de veículos automáticos) cheguem a 60% em 2020", afirmou Pablo Di Si, presidente da Volkswagen para América do Sul e Brasil, durante os lançamentos de Gol e Voyage com câmbio automático em 2018.
Um dos motivos principais para o aumento na procura está na comodidade de não precisar trocar marchas, algo muito útil para quem enfrenta congestionamentos diariamente.
Hoje, alguns segmentos não possuem carros com transmissão manual, como o dos sedãs médios. O Honda Civic Sport era um dos poucos representantes, mas passou a ser vendido apenas com câmbio CVT.
E o câmbio automatizado?
De uns anos para cá, praticamente todas as montadoras abraçaram a transmissão automática, fazendo com que o câmbio automatizado caísse em desuso. A solução foi adotada anos atrás por várias montadoras. Parecia a solução ideal, especialmente porque este tipo de caixa tinha um custo mais baixo do que o câmbio automático.
Os componentes da embreagem e câmbio são os mesmos da transmissão manual, mas o carro ganha dois sistemas auxiliares (que podem ser eletrohidráulicos ou 100% eletrônicos): um deles substitui o pedal da embreagem e desacopla o motor da transmissão e outro engata as marchas.
Porém, o custo da substituição da embreagem de um carro automatizado era bem maior do que em um veículo com câmbio manual. Além disso, o sistema demanda maior conhecimento técnico para realizar a manutenção. Ou seja, nem todos os mecânicos conseguem fazer reparos. E por fim, algumas fabricantes venderam carros automatizados como se fossem automáticos, algo que nem de longe é verdade.
Fato é que, assim como toda tecnologia, os custos de produção de um câmbio automático tendem a cair conforme a demanda cresce. Foi assim que a comodidade chegou a modelos mais baratos, como Chevrolet Onix, Renault Sandero e Toyota Etios. E assim o câmbio manual vai perdendo espaço no mercado de carros novos no Brasil - para tristeza de alguns motoristas.
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