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Nissan diz que Ghosn usou dinheiro da empresa para eventos particulares

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Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

16/01/2020 11h01

A Nissan Motor Company, envolvida na polêmica fuga de seu ex-CEO Carlos Ghosn, afirmou que o empresário utilizou fundos da empresa em eventos privados no exterior. As informações foram divulgadas pelo Japan Times.

De acordo com o veículo, o dinheiro foi usado, inclusive, em uma cerimônia realizada no Palácio de Versalhes e no pagamento de convidados para o Carnaval no Rio de Janeiro.

Em um relatório de governança enviado à Bolsa de Tóquio, a Nissan disse que a parceria com a Renault SA teve pelo menos 4,9 milhões de euros (cerca de R$ 22,7 milhões) gastos como "despesas pessoais de Ghosn não relacionadas aos objetivos corporativos".

As empresas, segundo o Japan Times, também pagaram por jantares do ex-CEO no Museu Marmottan Monet, em Paris, itens comprados em uma joalheria de luxo e honorários advocatícios em um escritório no Líbano, país onde a Nissan "conduzia poucos negócios".

A Nissan, por meio de um relatório com medidas para melhorar a governança - feito após a prisão de Ghosn, em 2018 -, informou que seu conselho aboliu cargos que foram dados a alguns diretores aposentados.

"Nenhum desses executivos comparece a reuniões de administração e está envolvido em operações diárias ou no exercício de julgamento comercial", diz a mensagem.

Empresário cita farsa

Ghosn disse que está processando a Renault, exigindo o pagamento de valores relativos ao seu desligamento da montadora francesa.

O jornal francês Le Figaro publicou na segunda-feira (13) uma entrevista com o empresário, que agora está no Líbano após fugir do Japão.

Ele falou sobre seu desligamento da presidência do Conselho de Administração e CEO da Renault, em janeiro do ano passado, quando estava preso no Japão. Ghosn chamou a renúncia da Renault de "farsa". Ele disse que está exigindo todos os direitos relacionados à sua demissão.

Revelou que levou o caso a um tribunal francês em dezembro, exigindo que a companhia francesa pague a ele US$ 280 mil como indenização por sua saída da empresa.